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Mundo Acadêmico - Itália


Hugo Gayoso Meira Suassuna de Medeiros


A Itália foi destaque no ensino superior ainda no século XI - a primeira faculdade do mundo ocidental surgiu antes mesmo do renascimento cultural. No ano de 1088 foi fundada a Universidade de Bolonha que oferecia cursos de Direito e Teologia. Nicolau Copérnico foi um dos alunos dessa universidade e iniciou suas observações astronômicas em seu campus.    


Durante muito tempo as universidades italianas seguiram suas próprias metodologias de ensino com períodos de curso que variavam de 5 a 6 anos. A partir do ano de 1999, os centros de ensino superior da Itália, assim como da maioria dos países europeus, passaram a seguir um modelo de universalização do ensino universitário denominado Declaração de Bolonha.

Apesar de fazer menção ao nome da universidade mais antiga da Europa, esse processo de unificação do ensino é uma consequência do surgimento da União Europeia. A Declaração de Bolonha visa integrar o ensino superior das universidades dos países participantes e promove um intercâmbio cultural que, a longo prazo, fortalece o bloco econômico europeu.


Hoje o ensino superior italiano é dividido em ciclos. O primeiro deles tem duração de três anos e corresponde a um curso de bacharelato no Brasil. Dependendo da escolha do aluno, esse ciclo pode ser estendido por mais dois anos, dando ao graduando o título de especialista. Os cursos de medicina e farmácia são exceções e duram seis anos.

O segundo ciclo de estudos corresponde a um mestrado e dura aproximadamente um ano e meio. Por fim, o terceiro ciclo atribui o grau de doutorado aos estudantes que o terminam em tempo específico de cada área.

Curiosamente, estudantes brasileiros próximos ao fim do curso que fazem graduação sanduíche cursam disciplinas de pós graduação, pois eles já apresentam um currículo de cadeiras equivalentes a um bacharel na Itália.


O processo avaliativo nas universidades italianas é bastante diferente comparado ao Brasil. A primeira diferença é que o aluno não precisa comparecer as aulas, é necessário apenas realizar as provas nos dias em que os professores marcam. Isso facilita quando o estudante perde uma disciplina, já que não precisa assistir as aulas de um conteúdo já visto. Além disso, essa metodologia faz com que muitos alunos cursem novamente a disciplina para aumentar sua nota.

A prática de exames orais é muito comum e os professores não forçam a memorização de fórmulas e equações nos cursos de “exatas”. A pontuação dos alunos varia de 0 a 30, com 18 sendo a média mínima necessária para aprovação.

Atualmente, a Itália apresenta 63 universidades públicas que são supervisionadas pelo ministério da educação. Elas não são gratuitas mas são mais baratas que em outros países (em torno de 850 a 3000 euros por ano). As particulares, por outro lado, custam mais caro.

As universidades italianas estão entre as principais escolhas dos estudantes de moda, arquitetura, design e artes, pela própria influência e oportunidades que o país oferece nessas áreas. Entretanto, a Itália também oferece excelentes cursos para as engenharias.

Existem diversos programas que possibilitam o intercâmbio de estudantes brasileiros para as universidades italianas. Os de maior destaque são o Programa de Intercâmbio Acadêmico Nacional e Internacional (PIANI) e o Ciências sem Fronteiras. Atualmente os graduandos têm optado por este último em detrimento do custeio ser feito pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Em média, o Ciências sem Fronteiras tem enviado 300 alunos por chamada.

O estudante Eugênio Pachelle optou por realizar sua graduação sanduíche no curso de engenharia elétrica na Universidade de Roma Tor Vergata pelo programa Ciências sem Fronteiras e ressalta que os professores e demais docentes foram bastante receptivos, especialmente no quesito do idioma.

Além das boas universidades, a Itália é amplamente conhecida pelos seus museus e paisagens que promovem aos intercambistas uma experiência única de enriquecimento cultural que é essencial na formação de um bom profissional.




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