mundo_academico‎ > ‎

ed53



Mundo Acadêmico - Japão


Ana Paula Tavares de Melo


O Japão, 日本 (Nippon ou Nihon) é um arquipélago com 6852 ilhas, cerca de 128 milhões de habitantes, com IDH de 0,912 e terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo. A quinta edição do Mundo Acadêmico convida você, leitor, a uma visita à terra do sol nascente. Lugar onde a educação é uma prioridade e há um grande investimento em escolas e universidades para formar não só mão de obra qualificada, mas também cidadãos de bem.

Apesar de o Japão ser bastante globalizado, sua cultura se mantém forte. A diferença cultural entre ocidente e oriente é o primeiro tópico a impressionar qualquer visitante brasileiro. Algumas regras sociais podem soar estranhas para nós, como tirar o calçado ao entrar na casa de alguém, em alguns restaurantes, ou até em alguns laboratórios. Falar alto, comer enquanto anda pela rua são considerados maus modos, assim como jogar lixo no chão ou não limpar o que sujou. Os japoneses são pontuais, extremamente educados e formais, características que os fazem parecer frios aos olhos de um brasileiro.

As universidades japonesas mais reconhecidas são as nacionais – existem ainda públicas e privadas –, que não são bancadas apenas pelo governo e por doações, como também pelos alunos, que devem pagar uma mensalidade, e qualquer um pode pleitear as bolsas de isenção de custo, inclusive os de outras nacionalidades. Existem vários programas de intercâmbio para pessoas que queiram estudar no Japão, os links estão ao final deste artigo.

Classificação da melhores universidades do Japão
Fonte: www.topuniversities.com

Em geral, as disciplinas possuem menos créditos no Japão, resultando em uma aula de cada matéria por semana. Cada aula dura cerca de 1h30min, o que torna a carga horária semanal das universidades japonesas mais leve do que a brasileira, de forma que sobra tempo para os estudantes se envolverem em clubes, projetos e hobbies, e para os professores se promoverem em outras áreas além do ensino. Há vários cursos de japonês para a escrita e para a fala disponíveis e o estudante, seja japonês ou não, tem liberdade de escolher quais disciplinas deseja cursar.

No início de cada período, os professores entregam aos alunos um planejamento com datas de provas e como serão feitas as avaliações, juntamente com a relação do conteúdo que será dado em cada aula, além de disponibilizar o material didático com uma eficiência incomparável. O docente é livre para escolher sua metodologia de avaliação, a absoluta ou a relativa. A primeira é como conhecemos (um aluno receberá uma nota de acordo com seus acertos); a segunda é baseada na premissa de que apenas 20% da turma pode tirar nota máxima, e os outros estudantes terão uma nota em relação à nota máxima desses alunos. Uma nota pode ser composta por provas, exercícios e trabalhos, normalmente há apenas uma prova por disciplina em cada período e não existe prova final, o aluno que tirar nota baixa é reprovado e a prova de reposição é uma opção do professor.

As boas universidades têm mais de uma biblioteca, onde o silêncio é efetivamente mantido e o acervo é de alta qualidade devido ao alto investimento em educação. Em algumas universidades, o sistema de aluguel de livros é automatizado: cada estudante possui um cartão da biblioteca e o registro do empréstimo é feito pelo próprio estudante em um equipamento de atendimento automático. Os departamentos das diferentes engenharias possuem uma quantidade grande de blocos, alguns com muitos andares. Danilo Teruya, aluno da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e atualmente intercambista na Universidade de Hokkaido, relata “Só no prédio de Ciência e Tecnologia da Informação, há onze andares e pelo menos um laboratório por andar”.

Auditório Yasuda, Universidade de Tóquio

No Japão, o diploma para quem faz qualquer engenharia é o mesmo, pois o curso é um só. A cada período o estudante se matricula no que se interessa, aprofundando-se nas áreas que desejar, sem ficar preso a um ramo da engenharia. Isso faz com que exista uma maior conexão entre as subdivisões do curso. O engenheiro formado no Japão tem uma percepção diferente, mais interdisciplinar e não menos profunda, daquele formado no Brasil.

A língua é o primeiro – e grande - desafio para aqueles que quiserem desbravar a Terra do Sol Nascente, mas pode ser ainda mais difícil se adaptar aos costumes e aos métodos de avaliação, tão distintos dos brasileiros. Mas certamente, quem optar por um intercâmbio para o Japão, terá muitas oportunidades de se encantar com a grandiosidade da cultura em encontros e desencontros com esses pequenos de olhos puxados.

No site da embaixada do Japão no Brasil há links para os programas de intercâmbio oferecidos, além disso, há páginas de fácil acesso sobre o assunto em sites de algumas universidades japonesas.

Embaixada do Japão no Brasil: www.br.emb-japan.go.jp

Lista de Universidades no Japão: www.asahi-net.or.jp/~tc9w-ball/useful/Juniversities.htm

            Agradeço a Danilo Teruya por toda a colaboração dada na criação dessa nova edição do Mundo Acadêmico!




Mundo Acadêmico da Edição Anterior

França

EUA

Inglaterra

Canadá







Comments