Mundo Acadêmico - Inglaterra
Natália Medeiros
Duas das universidades mais conhecidas no mundo estão na Inglaterra: Cambridge e Oxford. Visadas e conceituadas, essas são opções que talvez estejam nos sonhos de muitos alunos, principalmente da área de humanidades. Mas a Inglaterra não se resume a isso e pode ser a aspiração de muitos alunos de engenharia, por exemplo.
Para engenharia, em geral, são oferecidos dois tipos de graduação para um mesmo curso, o BEng e o MEng. Os dois primeiros anos de ambos os cursos são os mesmos, mas o MEng é para aqueles que desejam uma carreira mais voltada à pesquisa em sua área de atuação, pois nele o aluno tem um ano a mais na faculdade para estudar tópicos avançados. O BEng seria a opção para quem deseja entrar logo no mercado de trabalho sem a dedicação de um ano a mais na academia.
Dentre as cem melhores universidades de Engenharia Elétrica (ou demais cursos relacionados), a Inglaterra está presente diversas vezes. Esse é um dos principais motivos que tem levado os alunos brasileiros a procurar vagas nas universidades de lá. Além, claro, da riqueza cultural do país que ainda é regida pela monarquia parlamentarista. Se o estudante está pensando em ir para lá por conta própria, também é bom pensar que estará saindo da zona de conforto de ter tantas oportunidades em instituições públicas como no nosso país, pois lá isso não é tão comum.

As semelhanças acadêmicas com o Brasil são poucas. No método de avaliação, por exemplo, é comum que tenhamos três (em média) provas de cada disciplina por período enquanto que, na Inglaterra, o usual é a realização de apenas um exame de cada disciplina por período, sem direito à reposição ou recuperação. Caso o aluno não consiga atingir a nota mínima, ele poderá fazer a prova novamente, no semestre seguinte, sem a necessidade de frequentar as aulas. A forma como estamos acostumados a ver nas nossas universidades brasileiras, onde o aluno tem que comparecer a todas as aulas no período subsequente, só ocorre lá, se o aluno ficar reprovado por falta.
“As provas aqui são quase um tipo de vestibular”, relatou a aluna de Engenharia Elétrica, Hannah Gouveia que está na Universidade de Surrey. Já Larrissa Pimentel, aluna de Engenharia Elétrica que está na Universidade de Liverpool, afirma que “A prova vale geralmente 60% ou 70% da matéria, o resto tá (sic) distribuído em relatórios, perguntas durante a aula e tutoriais (tutoriais = aulas de exercício com o assunto da aula da semana)”.
A correção da prova pode ser feita pelo professor da disciplina, com base em um gabarito que é disponibilizado aos alunos, ou por uma comissão responsável. Os monitores responsáveis por auxiliar os alunos estão presentes apenas em disciplinas de laboratório e não são alunos bolsistas e sim funcionários contratados especialmente para essa função. Uma característica comum aos cursos de engenharia na Inglaterra é a presença quantitativa de alunos estrangeiros.
Outras duas diferenças importantíssimas são: os softwares utilizados pelos professores são fornecidos, em versões originais, aos alunos; e a biblioteca, que geralmente funciona 24h por dia, oferece diversos computadores e áreas de estudo, seja em grupo ou individual.
“Os computadores de todo o campus são interligados, então cada aluno tem um login e uma senha, e quando você entra com ela, abre sua conta, com tudo q (sic) você pode utilizar, em qualquer PC do campus abre a mesma coisa. A Biblioteca funciona 24 horas, é extremamente confortável, tem vários tipos de ambientes, sala para estudo com mais silêncio, salas para estudo em grupos, salas para pós-graduação, salas de computadores ligadas a rede com impressoras”, disse Eduardo Souza, aluno de Electrical and Electronic Engineering na Universidade de Leicester.
Mas pra quem pensa que só existem diferenças, podemos destacar que a qualidade da aula e o nível empregado são os mesmos, bem como os professores estão sempre disponíveis para atender os alunos e ajudar com dúvidas, seja com horário marcado, por e-mail ou via Skype, dependendo do professor.
Os desafios para aqueles que desejam uma experiência no exterior são os mais variados. Viver com hábitos, horários, clima, alimentação e política diferentes exigem do intercambista uma rápida adaptação para que bons momentos e conhecimento não sejam perdidos.
As universidades utilizadas como base de informações para a redação desse artigo foram: University of Surrey, University of Leicester e University of Liverpool. Para mais informações, acesse o site www.thecompleteuniversityguide.co.uk onde você encontra informações sobre todas as universidades da Inglaterra, bem como seus websites.
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