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Carnaval de Olinda

O carnaval é uma festividade tipicamente de diversão popular, que assume as características e peculiaridades dos locais onde ocorre o festejo. A festa é sempre comemorada no período que antecede a Quaresma, tempo durante o qual se deve praticar o jejum com a abstinência da carne. Desse fato, adveio o nome “carnaval”, do latim carnem levare (abstenção da carne).

A história do Carnaval de Olinda é originária do antigo entrudo: festa pagã européia de caráter violento - eram lançadas tintas, farinha e água suja nas pessoas -, que chegou ao Brasil com os colonizadores portugueses. Aos poucos, costumes africanos se incorporaram ao entrudo português, dando origem a danças exóticas e diferentes: o frevo e o passo, que deram ao Carnaval de Pernambuco uma singularidade única no Brasil.

A partir de então, começaram a ser organizadas as primeiras agremiações nos bairros populares em Olinda, datadas do início do século XX, surgindo um carnaval com uma rica diversidade cultural e com a mais pura tradição pernambucana e nordestina.

Algumas das agremiações do inicio das festividades do Carnaval de Olinda ainda estão em atividade, como o Clube Carnavalesco Misto Lenhadores (1907), o Clube Misto Vassourinhas (1912), e as também conhecidas, Pitombeira dos Quatro Cantos (1947), e o Elefante de Olinda (1952); e continuam com os tradicionalíssimos embalos do contagiante frevo, tendo os seus hinos sempre entoados pelas ruas.

Atualmente, pelas ruas e ladeiras com calçamento desalinhado, casarões multicoloridos e igrejas centenárias da Cidade Alta, centenas de agremiações carnavalescas e tipos populares, blocos e troças, maracatus e caboclinhos, afoxés e escolas de samba, e os tão conhecidos bonecos gigantes (bonecos de Olinda), animam os milhares de foliões que visitam Olinda durante o carnaval.

O Carnaval de Olinda se destaca por ser a maior e mais autêntica festa popular do Brasil, sendo totalmente protagonizada pelos foliões nas ruas, que espalham a descontração, a alegria e o ritmo da festa. Há apenas um dia para começar e outro para terminar; há blocos que ficam até tarde da noite, e outros que saem no começo da manhã, somando as 24 horas do dia. É um carnaval aberto a todos de forma gratuita, sem censura, e no qual se encontram crianças, jovens e velhos, com as mais diferentes fantasias, e de vários recantos do país e do Exterior, que de forma mágica e irresistível erguem os braços, gritam e dançam freneticamente quando são executadas as primeiras notas do clássico frevo Vassourinhas.

Em 2009, a festa contou com o desfile de mais de 700 agremiações pelas ruas da cidade, além de nove circuitos na Cidade Alta que receberam orquestras e grupos itinerantes que garantiram a animação dos foliões nos intervalos dos blocos.

A folia não se restringiu à Cidade Alta, espalhando-se por diversos bairros. Ao todo foram alocados 15 pólos de animação que garantiram a diversidade cultural e contribuíram para a descentralização da festa.

O acesso dos foliões ao foco da animação foi facilitado com a disponibilidade das linhas especiais de ônibus, que atenderam de forma confortável e segura os passageiros durante os cinco dias da folia.

O último dia oficial de carnaval em Olinda (terça-feira) foi marcado pelo encontro dos bonecos gigantes, que é realizado há 22 anos e traz sempre um boneco novo. Este ano o encontro reuniu 120 bonecos que desfilaram pelas ruas da cidade, acompanhados pela multidão, por orquestras de frevo e passistas, e contou com a presença do primeiro boneco a sair no carnaval de Olinda: o Homem da Meia-Noite, que anima os foliões desde 1932.

A folia em Olinda só acabou na quarta-feira de cinzas, quando houve os desfiles de 49 agremiações, encerrando um carnaval de fortes emoções e descobertas...um Verdadeiro Carnaval.

E finalizando da forma que é sempre cantado pelas ladeiras de Olinda:
 “...Olinda sem igual, salve o teu carnaval!” (hino do Elefante de Olinda).



Foto: Ádria de Souza/Prefeitura de Olinda

 


Foto: Luísa Brito/G1

Mayanna Aquino do Bú
Nustenil Segundo de Moraes Lima Marinus

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