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A Classe abnTeX2

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A Classe abnTeX2

Formatação de trabalhos técnicos científicos brasileiros de acordo com as normas da ABNT


Por Wamberto José Lira de Queiroz


1. Introdução

ABsurd Norms for TeX é o resultado dos esforços de apaixonados pelo sistema de formatação de textos LaTeX, desenvolvido para facilitar a vida de quem quer se aventurar a escrever trabalhos científicos regidos pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). É um conjunto, uma suite de macros para LaTeX que permite aos usuários elaborar com segurança, rapidez e tranquilidade, trabalhos técnicos como relatórios, apresentações de slides , dissertações de mestrado, teses de doutorado, livros, projetos de pesquisa e outros documentos similares de acordo com as normas da ABNT.

A edição atual da suite abnTeX é a abnTeX2 e é composta por uma classe, por pacotes de formatação do estilo bibliográfico da ABNT, por arquivos exemplos e por uma ampla documentação rica em exemplos. Todo esse material está disponível nos endereços eletrônicos www.abntex.net.br e www.ctan.org/pkg/abntex2

2. Por onde Começar

Para começar a usar as templates da abnTeX2 é fácil. Se você já é familiarizado com o LaTeX, basta atualizar para uma versão recente do compilador LaTeX em sua máquina e se guiar pelos exemplos disponibilizados no endereço da abntex. Não é necessário fazer download ou instalar a suite abnTeX porque as distribuições atuais do LaTeX já incluem esses pacotes (packages). Eles só precisam ser inseridos no preâmbulo dos documentos a serem preparados por meio do comando \usepackage{}. Primeiro é aconselhável acessar o site da abnTeX, acessar a seção de downloads e baixar os manuais disponíveis. O site disponibiliza três importantes manuais, conforme listados na Tabela 1.

Tabela 1. Manuais da suite abnTeX2 [Fonte www.abntex.net.br]

Se você ainda não é familiarizado com o LaTeX, pode se inscrever no minicurso oferecido semestralmente pelo Programa de Educação Tutorial em Engenharia Elétrica - PET Elétrica da UFCG ou estudar sozinho com a ajuda dos inúmeros tutoriais disponíveis na internet.


3. Tipos de Documentos Contemplados pela Suite

Os manuais listados na Tabela 1 são relativamente curtos e merecem ser lidos, pois trazem informações essenciais sobre o emprego dos pacotes e sobre a formatação dos mais diversos ambientes textuais dos diferentes documentos contemplados pela abntex2.

Tabela 2. Tipos de documentos contemplados pela suite abnTeX2 [Fonte: www.abntex.net.br]

Além desses modelos, há templates da classe beamer, ajustadas de acordo com as regras da ABNT, para a preparação de slides.


4. Usando a abnTeX2

Como foi mencionado na Seção 2, se você possui o LateX atualizado em sua máquina, não é necessário instalar arquivos de packages com terminações como .cls, .def, .dtx, .ins e. sty porque os arquivos com essas extensões, associadas à abnTeX2, já vêm nas distribuições do LaTeX. É aconselhável apenas criar uma pasta AbnTeX2 e guardar nela as pastas Abntex2-doc-1.9.6 e Abntex2-modelos-1.9.6, como ilustrado na Figura 1. Essas duas pastas estão zipadas e disponíveis para download na seção Modelos de Documentos no site da abnTex2.

Figura 1. Estrutura das pastas para a suite abnTeX2 [Fonte: Autor]

A pasta abntex2-doc-1.9.6 contém os arquivos em pdf dos três manuais, os arquivos .tex usados na confecção em LaTeX dos três manuais e os arquivos .bib das referências utilizadas pelos autores dos tutoriais. A pasta abntex2-modelos-1.9.6 possui os chamados modelos canônicos para os documentos listados na Tabela 2, e tem os seguintes arquivos.

Tabela 3. Arquivos da pasta abntex2-doc-1.9.6 [Fonte: www.abntex.net.br]

No Linux, esses arquivos.tex podem ser editados por meio de um editor como o Vi e executados por meio do comando pdflatex. Os usuários têm liberdade, de acordo com o site www.abntex.net.br, para customizar os arquivos .tex conforme suas necessidades. É aconselhável que esse processo seja testado em um arquivo cópia, para que os arquivos originais baixados do site permaneçam inalterados. É aconselhável também que o usuário se informe da coordenação de sua instituição de ensino sobre o modelo indicado para a confecção dos trabalhos acadêmicos.


5. Montando as Referências

Um dos principais benefícios da suite abnTeX2 é a facilitação da criação das referências bibliográficas de acordo com a enxurrada de normas da ABNT. A seção de referências é criada geralmente por meio do arquivo .bib, que pode ser chamado no arquivo .tex do seu trabalho por meio do comando \bibliography{arquivo.bib} .

Uma entrada típica do arquivo .bib para artigos tem o seguinte formato

Essas chamadas devem ser colocadas umas abaixo das outras em um arquivo de texto e esse arquivo deve ser salvo com a extensão .bib.

Uma dica muito útil que facilita a montagem do arquivo .bib é usar o Google Acadêmico. Se, por exemplo, o trecho Non-Orthogonal Multiple Access (NOMA) for Cellular Future Radio Access for digitado na barra de busca do Google Acadêmico, surgem, abaixo da primeira ocorrência, as seguintes guias

Se a guia Citar for clicada, abre a seguinte janela ilustrada na Figura 1

Figura 2. Exemplos de citações bibliográficas geradas a partir de uma busca feita com o auxílio do Google Acadêmico. [Fonte: Site Google Acadêmico.]

Na primeira e terceira linhas da janela aparecem, respectivamente, as citações do artigo pesquisado formatadas nos estilos MLA da Modern Language Association of America e da American Psychological Association. Na segunda linha aparece a citação formatada segundo a norma NBR 6023 da ABNT. O Google provavelmente tem um sistema que faz a formação nesses três estilos. Só é necessário conferir se todos os campos da referência estão preenchidos corretamente.

Se, adicionalmente, a guia BibTeX, na parte inferior da janela, for clicada, abre uma janela com a citação no formato .bib, semelhante à citação van86. Essas citações, salvas no arquivo .bib, podem então ser chamadas ao longo de seu texto por meio do comando \cite{}. Se quisermos, por exemplo, citar a referência van86, é só digitar \cite{van86}. Mais uma vez é válido ressaltar a importância de verificar se os campos das entradas retornadas pelo Google estão todos preenchidos.

Um formato de citação muito usado nos documentos técnicos brasileiros é o formato autor-ano. Se, por exemplo, quisermos citar o livro Sistemas de Comunicações Analógicos e Digitais Modernos, do autor B. P. Lathi, a entrada do arquivo .bib deve ser

o comando \usepackage[alf,abnt-etal-cite=2]{abntex2cite} deve ser incluído na lista de pacotes (packages) no preâmbulo do arquivo .tex e os comandos

devem encerrar o arquivo .tex. Ao ser chamado no arquivo .tex, com \cite{lathi}, obtém-se, após a compilação, (LATHI, DING; 2012). A opção abnt-etal-cite=2 faz com que o número máximo de nomes entre parênteses, seguidos pelo ano, seja dois. Se a referência tiver mais de três autores, o resultado é (NOME_AUTO et all; ano).

Após finalizar o arquivo .bib, o arquivo .pdf pode ser gerado, no Línux, por meio da sequência de comandos

Se tudo der certo, o resultado é um texto de qualidade incomparavelmente superior, pois não há nenhum outro mecanismo de formatação de textos técnicos que se iguale em qualidade ao sistema LaTeX.


6. Considerações Finais

A etapa de redação de textos técnicos, como trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado, pode ser uma tarefa extremamente exaustiva e estressante se as ferramentas apropriadas não forem escolhidas. Lidar com arquivos de vários capítulos, muitas figuras, muitas equações, índice, listas de figuras, listas de símbolos, listas de acrônimos e referências devidamente formatadas requer uma boa familiaridade do aluno com alguma ferramenta de formatação de textos.

Certamente não é apropriado para os alunos de graduação deixar esse processo de aprendizado para o último semestre e uma boa opção é automatizar todo o processo de geração de listas e referências por meio de um conjunto de templates como o da abnTeX2. Além de sua extensa documentação, há uma comunidade que cresce cada vez mais e que está disposta a ajudar e a mostrar aos interessados que LaTeX é realmente a melhor e mais poderosa ferramenta para elaboração de textos técnicos que existe.




Referências: 

ARAUJO, L. C. Modelo Canônico de Artigo Científico com abnTeX2. [S.l.], 2015. Disponível em: www.abntex.net.br

ARAUJO, L. C. Modelo Canônico de Projeto de Pesquisa com abnTeX2. [S.l.], 2015. Disponível em: www.abntex.net.br

ARAUJO, L. C. Modelo Canônico de Trabalho Acadêmico com abnTeX2. [S.l.], 2015. Disponível em: www.abntex.tet.br

HEFFERON, J. www.tug.ctan.org. Posting. comp.text.tex, 2011-01-30. Retrieved 2013-01-19.











          






            


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