Solar Tree
Conheça as árvores sem folhas que estão revolucionando a forma de captar energia solar e sofisticando cada vez mais os ambientes.
Por Lucas Danrley Cajé de Souza
Em 2011, um jovem americano revolucionou a forma de captação de energia por meio do Sol. Com uma ideia simples, e ao mesmo tempo genial, Aidan Dwyer, ainda com 13 anos e aluno da sétima série do ensino fundamental, criou uma forma de aproveitar a energia solar com uma eficiência 20% maior, comparado a estruturas em painéis planos, o que lhe rendeu o Young Naturalist Award (prêmio de Jovem Naturalista), concedido pelo Museu Americano de História Natural e o interesse de várias empresas na ideia.
Apenas observando a natureza, Aidan notou que a organização e a distribuição dos galhos e folhas nas árvores, bem como seu crescimento, poderiam obedecer a alguma regra. Possuindo conhecimento de que as árvores captam energia do sol para realizar fotossíntese, o garoto teve a curiosidade de buscar uma maneira de utilizar essa disposição a favor da obtenção de energia elétrica.
A principal observação feita pelo jovem foi que a forma como os galhos cresciam dependia da espécie de árvore, mas obedecendo uma razão aproximadamente constante, relacionada à sequência de Fibonacci. Por exemplo, a razão para o salgueiro é 3/8, o que significa que são necessários 8 galhos para que a distribuição (em espiral) dê 3 voltas completas, no caso da amendoeira essa razão é 5/13.
Assim, ele notou que as razões estavam presentes na sequência de Fibonacci (iniciada em 0 e 1, seguida pela soma dos dois números anteriores): 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21... Perceba que a proporção é dada da seguinte forma: o número de voltas é o penúltimo número antes do número de galhos (no caso do salgueiro, o penúltimo número antes do 8 é o 3). Sabendo que na sequência citada dividindo um número pelo antecessor o resultado tende sempre um valor constante, a proporção áurea, representada pela letra φ e com valor igual à 1.618, presente em diversos fenômenos, o jovem cientista montou uma estrutura que respeita essa sequência, porém, utilizando pequenos painéis solares no lugar de folhas.
Segundo o site Visão Junior (2011), Aidan Dwyer seguiu os padrões que guiam os cientistas na obtenção de resultados mais confiáveis, são eles: a observação de um fato, a formulação de um problema, a proposta de uma hipótese e a realização de uma experiência. Ainda conforme o site, a experiência foi realizada no quintal de sua casa e os resultados foram observados durante três meses.
Esse tipo de estrutura possui muitas vantagens, dentre elas, disseminar e provocar interesse por fontes renováveis de energia. Nesse caso, a energia solar de maneira simples, proporciona sombra em lugares quentes. É por esse e outros fatores que estão sendo cada vez mais sofisticadas e utilizadas em diversos países. Em Londres, por exemplo, esse tipo de estrutura foi apresentado durante os Jogos Olímpicos, em 2012. Elas possuíam hastes que tinham painéis solares e LEDs, os quais acendiam quando o ambiente escurecia e em sua base existiam locais para as pessoas se sentarem.
Muitas delas possuem entradas USB para que as pessoas possam carregar seus smartphones e tablets, outras ainda possuem motores que fazem a estrutura buscar a melhor inclinação para obter mais energia. Em Dubai, os investimentos foram ainda mais adiante: a fim de levar internet e informação gratuita, as chamadas “Smart Palms” (palmeiras inteligentes) possuem além dos recursos já ditos, Wi-Fi gratuito com um alcance de 53 metros, suportando até 50 usuários ao mesmo tempo, duas telas fornecendo informações climáticas, notícias locais, informações da própria cidade e pontos de telefonia, conforme o site Arabian Business (2015). As primeiras árvores estão instaladas em Umm Suqeim Beach e Za’abeel Park.

Em Singapura, algumas árvores solares também foram instaladas no jardim botânico “Gardens by the Bay”, com a finalidade de formar uma estrutura para jardins verticais, captando água da chuva e fornecendo sombra ao ambiente, se tornando assim o maior jardim botânico do mundo. Em 2013, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um projeto de implantação de cinco árvores solares foi iniciado nos estacionamentos, com o objetivo de gerar sombra aos veículos que passam horas expostos ao sol e a utilização da energia solar para carregar as baterias de carros elétricos utilizados dentro do campus. Atualmente, o estacionamento é coberto por uma estrutura formada por placas fotovoltaicas, diminuindo os custos da universidade.
É notória a importância e a eficiência da descoberta feita pelo jovem Aidan Dwyer. As árvores solares surgiram para fornecer, de maneira simples e limpa, energia elétrica, podendo ser implantadas em diversos ambientes e com diversas finalidades. Elas nos mostram o quão evoluídos e autônomos estão ficando os ambientes, bem como a intensa presença dessas tecnologias.
Referências:
Árvores solares artificiais nascem nos jardins da Baía de Cingapura. Exame. Disponível em: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/arvores-solares-artificiais-nascem-nos-jardins-da-baia-de-cingapura. Acesso em 14 de agosto de 2016.
O Inventor das “Árvores Solares”. Visão Junior. Disponível em: http://visao.sapo.pt/visaojunior/temas/ciencia/o-inventor-das-arvores-solares=f631355. Acesso em 14 de agosto de 2016.
O Segredo das Árvores e a Série de Fibonacci. Thiago Xavier. Disponível em: http://www.blogdaciencia.com/o-segredo-das-arvores-e-a-serie-de-fibonacci/. Acesso em 14 de agosto de 2016.
Solar powered palm trees boost Dubai's smart plans. Arabian Business. Disponível em: http://www.arabianbusiness.com/solar-powered-palm-trees-boost-dubai-s-smart-plans-601335.html#.V7CNHilrjIU. Acesso em 14 de agosto de 2016.
UFRJ vai instalar painéis como “árvores solares” que geram energia e fazem sombra. Rio Capital da Energia. Disponível em: http://www.riocapitaldaenergia.rj.gov.br/site/conteudo/Parceiro28Noticia.aspx?C=Xi4wZVjECGQ%3D. Acesso em 14 de agosto de 2016.
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