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Diagnóstico no ponto de atendimento

Conheça os aparelhos eletromédicos que possibilitam a realização de análises clínicas de forma rápida permitindo o diagnóstico dos pacientes no ponto de atendimento e como as redes sociais podem ajudar no monitoramento de locais de risco de focos de doença, levando a tecnologia de ponta para mais perto dos pacientes.


Por Camila de Oliveira Abrantes


Com tantas epidemias que atingiram o Brasil nos últimos anos (como a dengue, a zika e a gripe H1N1), ou mesmo a seca, que baixou o nível das águas, aumentando a concentração de sais e de outros resíduos, o que atingiu uma parte da população com problemas de saúde, fazendo com que um maior número de pessoas precisasse de atendimento médico, deixando os hospitais lotados. Testes rápidos e fáceis de fazer ajudariam com um diagnóstico que poderia ser potencialmente decisivos nessas situações.

Uma das tendências no campo da tecnologia para equipamentos eletromédicos é o desenvolvimento de aparelhos que permitam realizar testes de análises clínicas de forma rápida e descentralizada. São aparelhos feitos para realização de teste in vitro no ponto de atendimento do paciente (PoC, abreviamento do inglês point of care), como consultórios médicos, postos de saúde ou até mesmo em ambulâncias, residências ou locais atendidos por agentes comunitários de saúde.


Como é realizado no próprio local e o resultado sai em questão de minutos, o teste PoC apresenta uma extensa lista de benefícios, entre eles: o médico pode completar o diagnóstico e prescrever o tratamento durante a consulta ou o agente comunitário de saúde pode realizar prontamente a triagem e o encaminhamento de pacientes para o tratamento. Esse tipo de tecnologia evita que o paciente tenha que se deslocar até um laboratório de análises clínicas ou que amostras biológicas coletadas precisem ser enviadas a um laboratório para realização do exame.

Os testes PoC podem ser úteis também no ambiente hospitalar, pois mesmo havendo a disponibilidade de um laboratório, a obtenção mais rápida de um resultado na própria UTI ou sala de emergência pode ser decisiva em situações críticas.


Na Figura 2 temos uma Tabela que indica os casos de uso dos testes PoC, os locais onde podem ser usados, o usuário indicado para manusear o aparelho e os testes que podem ser feitos com cada kit.

Além de possuir a tecnologia PoC, é preciso também identificar onde estão os pontos de necessidade (em inglês, point of need), que inclui os cenários onde estão os laboratórios periféricos, aqueles que não possuem toda a tecnologia necessária para os testes e exames.

Mesmo com a preocupação em ter diagnósticos rápidos, deve-se também procurar formas mais simples de prevenção de doenças, e nesse momento deve-se incluir a comunidade. Então, por que não usar a tecnologia para isso?

Pensando nisso, com a ameaça do Aedes aegypti e as doenças que ele pode transmitir, alguns estudantes da Universidade Federal de Campina Grande resolveram agir e ajudar da maneira que estava ao alcance. Com isso desenvolveram o sistema DeuZikaChico.

O sistema faz uso de tecnologias de geoprocessamento, plataformas móveis, crowdsourcing (em português, Contribuição Colaborativa ou Colaboração Coletiva) e redes sociais que pode ser usado pela comunidade para denunciar a localização dos focos dos mosquitos, cadastrar as visitas dos agentes de saúde em suas residências e, assim, contribuir para a ação dos agentes públicos.

A pesquisa “DeuZicaChico: o poder da AGI no monitoramento de combate de epidemias como a Dengue, Zika e Chicungunya” foi desenvolvida no Laboratório de Sistemas de Informação da Unidade Acadêmica de Sistemas e Computação da UFCG, contando com a coordenação do professor Cláudio de Souza Baptista e dos alunos de graduação, mestrado e doutorado: Maxwell Guimarães de Oliveira, André Luiz Firmino Alves, Daniel Farias Batista Leite, Júlio Henrique Rocha, Luiz Henrique de Andrade, Brunna de Sousa Pereira Amorim e José Nathaniel Lacerda de Abrantes.


O sistema desenvolvido pelos estudantes pode ser visto em deuzikachico.com.

Os testes PoC e o sistema DeuZikaChico são apenas dois exemplos de como a tecnologia pode ser usada em favor da saúde. A criatividade do homem vem de acordo com a necessidade. O aumento do número de pessoas precisando de atendimento médico foi, ao mesmo tempo, essencial para o desenvolvimento de tecnologias que reduzissem essa quantidade de pacientes e acelerasse o atendimento a cada uma delas.




Referências: 

Tecnologia para diagnóstico no ponto de atendimento. Daniel Cobra e Alexandre Dias. Polyteck. Novembro de 2015.

Sistema desenvolvido na UFCG permite monitorar focos de Aedes aegypti. Disponível em http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=18566. Acesso em 24 de Junho de 2016.

DeuZikaChco. Disponível em deuzikachico.com. Acesso em 24 de Junho de 2016.










          









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