Tecnologia a Favor da Saúde e da Longevidade
Com o progresso da tecnologia e da medicina, a expectativa de vida da população mais que dobrou em um século. Conheça os avanços tecnológicos que poderão, no futuro, superar o envelhecimento e permitir a descoberta da “imortalidade”.
Por William Pinheiro Silva
A busca por viver mais persegue o perfil do homem desde o início da civilização. Hoje, é difícil admitir que antigamente a humanidade fosse baseada em um curto período de vida. Envelhecer faz parte do ciclo de existência do ser humano e com a ascensão da tecnologia e o acesso a novos equipamentos tornou-se possível um “retardamento da morte”, as oportunidades propiciadas pela ciência e tecnologia garantiram ao homem a longevidade.
Com os avanços no padrão de vida, na disponibilidade de alimentos, na tecnologia e na medicina, as taxas de mortalidade caíram e a expectativa de vida da população mundial mais que dobrou em um período de um século.
Expectativa de vida no nascimento por região, 1950 - 2045.
A evolução tecnológica sempre buscou melhorar a vida dos seres humanos. Na medicina existem tecnologias que estão revolucionando e podem se tornar bastante comuns em um futuro bem próximo. São desde exames feitos remotamente, com toda a eficiência de um laboratório, até a introdução de nanorrobôs no sangue, que podem funcionar como as nossas próprias células brancas e destruir bactérias e outros patógenos.
Segundo o professor Itamar Santos, da Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a maior longevidade levou ao aumento no número de casos de câncer. “Como as pessoas estão vivendo mais e as causas de óbitos anteriores, por doenças infecciosas, vêm caindo, devido a tratamentos mais efetivos e a campanhas de vacinação, o número de óbitos por câncer subiu bastante” - a boa notícia é que na última década, por meio da tecnologia, o tratamento da doença avançou muito. O tratamento cirúrgico, por exemplo, é cada vez mais efetivo, resultando em uma maior preservação dos órgãos. A cirurgia robótica, minimamente invasiva, diminui a dor, o sangramento e a necessidade de medicação analgésica, proporcionando uma recuperação mais rápida. Nas salas híbridas, exames de imagem são feitos durante a operação, aumentando a precisão do procedimento.
A cirurgia robótica é considerada uma das mais importantes inovações tecnológicas na medicina deste século. O robô oferece ao cirurgião um aumento enorme em sua capacidade visual e visão em 3D com excelente qualidade, a verdadeira vantagem é a sua precisão. No Brasil, esse tipo de cirurgia pode ser realizada em algumas cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Fortaleza.
Nanorrobôs podem ser utilizados na corrente sanguínea para matar células cancerígenas.
Com diversas aplicações na medicina, a nanotecnologia também é um dos campos mais promissores e inovadores na área científica. No tratamento do câncer, nanorrobôs podem ser utilizados para identificar e matar células cancerígenas sem afetar as células saudáveis, além de realizar manipulações em células e moléculas dentro do organismo. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Israel (Technion) criaram os “nanorrobôs nadadores”, que serão capazes de nadar pela corrente sanguínea e transportar medicamentos a locais específicos do corpo. Feitos a partir de uma liga de polímero e de nanofios magnéticos, os robôs se locomovem por meio de um campo magnético externo que os impulsiona até o destino desejado.
O diagnóstico por imagem ganhou precisão com equipamentos como ultrassonografia, tomografia computadorizada, medicina nuclear e ressonância magnética, possibilitando a detecção precoce de doenças. Produtos para audição, medidores de insulina, marca-passos, entre outros, revolucionaram a saúde fora do ambiente hospitalar.
Ressonância nuclear magnética.
Antes desses avanços na saúde, um diagnóstico podia demorar anos para se confirmar. Com toda a evolução e o desenvolvimento de novos métodos e equipamentos, a tecnologia médica tem permitido ao homem dar os primeiros passos rumo à “imortalidade”. Para vencer a morte, muitos cientistas acreditam que nos transformaremos em máquinas - de certa forma, já vivemos essa realidade, basta pensar no marca-passo -, mas o que se espera para o futuro é que a humanidade comece a fabricar os primeiros rins, fígados e pâncreas artificiais. Segundo especialistas, em algumas décadas, as bioimpressoras serão capazes de produzir esses órgãos a partir de células-tronco de um paciente. Por enquanto, a bioimpressão só é capaz de produzir pequenos pedaços de tecido, mas já está mudando o modo como algumas pesquisas biomédicas são realizadas, podendo ser utilizados no teste de novas drogas.
Parece ser utópico, mas espera-se que no futuro, com o avanço da tecnologia, os médicos possam superar o envelhecimento e descobrir a fórmula da “imortalidade”. Serão também capazes de fabricar órgãos muito mais sofisticados que os naturais. Essa busca impõe diversas dificuldades e possui inúmeras limitações no estágio em que se encontra o homem, porém, ao mesmo tempo, observa-se o surgimento de novas pesquisas que prometem revolucionar esse campo.
Referências:
João Vito Cinquepalmi, “Você pode ser imortal”. Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/voce-pode-ser-imortal.
Stephanie Kohn, “Tecnologia e saúde: saiba como será o futuro da medicina”. Disponível em: http://olhardigital.uol.com.br/noticia/a-evolucao-da-telemedicina/25393.
Jonathan Govette, “10 Biggest Innovations in Health Care Technology in 2015”. Disponível em: https://getreferralmd.com/2015/02/the-10-biggest-innovations-in-health-care-technology-in-2015/.
Ramon Voltolini, “Cientistas criam ‘nanorrobôs nadadores’ que transportam remédio pelo sangue”. Disponível em: http://www.tecmundo.com.br/nanotecnologia/81876-cientistas-criam-nanorobos-nadadores-transportam-remedio-sangue.htm.
Alana Gandra, “Maior longevidade leva ao aumento de casos de câncer, diz professor da USP”. Disponível em: http://www.ebc.com.br/tecnologia/2015/06/maior-longevidade-leva-ao-aumento-de-casos-de-cancer-diz-professor-da-usp.
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