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Li-Fi: a rede sem fio do futuro

Entenda o funcionamento básico da tecnologia com o potencial de substituir a amplamente usada Wi-Fi.


Por Giuseppe Di Giuseppe Deininger


Cerca de 1,4 milhão de torres de rádio estão espalhadas pelo mundo com a finalidade de suprir a necessidade de mais de 5 bilhões de dispositivos móveis. O resultado disso são os cerca de 600 terabytes transmitidos por mês pela comunicação sem fio, um valor alto o suficiente para tornar claro o quão necessária essa tecnologia é para o atual ritmo da sociedade.

Apesar do grande uso, a transmissão de dados por ondas eletromagnéticas possui alguns problemas com soluções complexas ou caras, como a capacidade, a eficiência e a segurança. A primeira delas, a capacidade, acontece devido ao custo de instalação de uma torre de rádio e o seu respectivo alcance. Um país com poucos recursos não é capaz de bancar os gastos com a instalação e manutenção de todas as bases necessárias para estabelecer comunicação entre todo o seu território. Além disso, o espectro eletromagnético das ondas de rádio utilizadas é limitado, e o crescimento da demanda o fará ser insuficiente em poucos anos.

Outro ponto importante sobre as estações de transmissão é a eficiência do consumo de energia. Cerca de 95% do utilizado é destinado para o resfriamento do sistema, restando apenas 5% para a transmissão. Adicionado a isso, as ondas de rádio possuem a capacidade de atravessar paredes ou qualquer obstáculo que possam encontrar. Elas podem, portanto, ser interceptadas por usuários com fins maliciosos sem que o responsável pela rede tenha conhecimento.

Figura 1: Espectro Eletromagnético.

Não é possível solucionar todos os problemas citados anteriormente mantendo a frequência das ondas eletromagnéticas utilizadas atualmente, logo, tornou-se necessário estudar as outras possibilidades. Os raios gamas são extremamente perigosos, assim como os raios X; os raios ultravioletas são prejudiciais para o corpo humano, especialmente para a pele; os raios infravermelhos apenas podem ser utilizados com baixa potência para a segurança dos olhos; assim, resta apenas o espectro eletromagnético visível, que é cerca de 10.000 vezes maior que o espectro das ondas de rádio.

O processo para permitir que a luz transmita informação é mais simples do que se imagina. O primeiro passo é trocar as lâmpadas incandescentes ou fluorescentes por lâmpadas de LED, pois este é um semicondutor com características imprescindíveis para que a comunicação aconteça: é possível modular sua intensidade a altíssimas velocidades, ou seja, ele pode ser ligado ou desligado rapidamente, tornando possível propagar os dados com o estado da lâmpada, num processo semelhante ao que acontece em um controle remoto, que utiliza um LED infravermelho. Porém, nesse exemplo é utilizado apenas um fluxo de dados, enquanto que com as lâmpadas são utilizados milhares deles, tornando a velocidade de transmissão muito maior.

A comparação com os principais problemas das ondas de rádio reforça o potencial do Li-Fi: o primeiro deles, a capacidade, deixará de existir, pois as lâmpadas de LED são baratas e a existência de qualquer tipo de lâmpada é necessária mesmo que para fins de iluminação. A eficiência é um dos principais destaques: as lâmpadas de LED são o tipo de iluminação mais eficiente atualmente, logo, o uso delas, mesmo que apenas para este fim, já causaria uma grande economia de energia; aproveitá-la para transmitir informações apenas ajudaria a melhorar as já boas estatísticas. Com o uso do Li-Fi não será possível que uma rede seja usada sem o conhecimento de seu dono, pois a luz não possui a capacidade de atravessar paredes, com isso será possível ver para onde o dado está sendo transmitido e quem poderá acessá-lo.

Figura 2: Exemplo de uso da Li-Fi

As aplicações desta nova tecnologia vão além do aperfeiçoamento do uso do Wi-Fi, pois ela poderá ser utilizada em qualquer local que exista luz, inclusive dentro da água ou em ambientes em que poderiam ocorrer interferências das ondas de rádio. Estima-se que em 2018 a Li-Fi esteja disponível para todos, fazendo com que a luz que conhecemos passe a ser mais do que apenas um instrumento de iluminação, mas também de informação.







A convite do Jornal PET Elétrica, a engenheira eletricista Rachel Suassuna de Medeiros escreveu sobre a turma de 1973, da então Escola Politécnica da UFPB. Confira!




O Professor Dr. Marcelo Sampaio de Alencar destaca, em seu texto, as finalidades do Iecom, as pesquisas, as parcerias e os projetos nos quais está envolvido. Confira!




          









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