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Mente humana: a tecnologia mais poderosa do Universo

Nosso cérebro é, sem dúvidas, a máquina mais complexa no mundo. Estamos apenas começando a entender o seu funcionamento e o seu potencial. Então, é totalmente possível uma realidade próxima na qual tudo seja controlado pela mente.



Nós temos a capacidade de fazer quase qualquer coisa com nosso cérebro. Nas duas últimas décadas, os neurocientistas fizeram grandes descobertas a respeito do potencial do cérebro humano, que demonstram que somos capazes de realizar tarefas que só imaginávamos ser possível para os super-heróis das histórias em quadrinhos. Podemos parar o tempo, ficar vários dias acordados, ler pensamentos e até mesmo mover e controlar objetos. E tudo isso originou uma verdadeira revolução, que mudou a forma como entendemos o cérebro e a realidade.


O avanço tecnológico ocorre de forma exponencial e cada vez se torna mais integrado ao nosso cotidiano e menos presente fisicamente. Há uma década, controlar objetos com leves toques em uma tela era algo praticamente impossível. Hoje, com a expansão da internet, essa é uma tarefa cotidiana. Agora, o nosso próximo desafio é controlar a tecnologia sem usar as mãos, mas sim o cérebro. Segundo uma pesquisa realizada entre 2 e 6 de Março de 2015, pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), isso não é uma realidade distante e pode ser possível nos próximos dez anos.

O IEEE realizou um levantamento com aproximadamente 3.000 pessoas, incluindo os congressistas do Mobile World Congress e membros de comunidades sociais do IEEE. Os resultados foram claros. A utilização da mente humana para controlar dispositivos, além de reduzir a importância dos smartphones e dispositivos móveis, irá auxiliar na execução de tarefas do dia-a-dia como abrir portas, acender e apagar luzes, usar eletrodomésticos e acionar aparelhos móveis e de telefonia celular. Tendo destaque também os veículos autônomos, que serão meio de transporte favorito do futuro.


Dean Aslan, professor de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Michigan nos Estados Unidos e membro sênior do IEEE, desenvolveu há poucos anos um boné com interface cérebro-máquina, que torna possível qualquer pessoa controlar um robô usando a força do pensamento. Para isto, o boné é equipado com um sistema que detecta atividade cerebral, no qual há um sensor de eletroencefalograma (EEG) e eletrônicos que amplificam, coletam e calculam o nível de intensidade do pensamento captado. A conexão é completada por meio de um pequeno fio localizado no lóbulo da orelha do usuário. De acordo com o desenvolvedor, o dispositivo vestível poderá ser utilizado para controlar drones, próteses, casas inteligentes e, em uma proposta mais ambiciosa, detectar distúrbios neurais. Veja a demonstração no vídeo abaixo.

www.youtube.com/watch?v=LdSBQy5_yyY&feature=youtu.be

Projetos como esses têm despertado o interesse de grandes pesquisadores por todo o mundo nos últimos anos. Uma das aplicações mais promissoras são as tecnologias inteligentes para reduzir as deficiências físicas. É o caso de pesquisadores da Universidade de Brown que juntamente com a empresa Blackrock Microsystems, em Utah, desenvolveram uma interface cérebro-computador que possibilita enviar comandos para a Internet das coisas ao seu redor.

O projeto visa ser o primeiro dispositivo comercial com a capacidade de detectar, digitalizar e transmitir um sinal neural via wireless para o receptor. Esta interface tornará possível que pessoas paralisadas possam controlar dispositivos eletrônicos, como aparelhos de televisão, computadores e cadeiras de rodas com o poder da mente. Isso só é possível pelo fato da interface possuir um processador wireless, desenvolvido pela empresa BarinGate, chamado CPU Cereplex-W.

Para isso, os sinais elétricos do cérebro são coletados por meio de um cabo conectado de um lado ao crânio e do outro à interface de processamento de sinais. A partir da leitura dos dados, o sinal elétrico é enviado para os circuitos específicos que convertem eletricidade em informações. Em seguida, as informações são transmitidas para um receptor por meio de um dispositivo de rádio, podendo chegar a até 48 megabits por segundo. A interface é alimentada por um bateria de 20 mW de potência.

No vídeo abaixo, Cathy Hutchinson que é tetraplégica há 15 anos consegue controlar um braço robótico com seus pensamentos utilizando uma interface cérebro-máquina.

www.youtube.com/watch?v=ogBX18maUiM

Apesar dos resultados positivos, existem grandes desafios pela frente. Tendo em vista que o dispositivo desenvolvido pode transmitir 1 TB de dados por dia, e o cérebro humano é capaz de gerar muito mais que isso com apenas um pequeno gesto.


No Brasil, o controle mental ainda é um tema tido com desconfiança. Segundo Raul Colcher, membro sênior do IEEE, isso acontece pelo fato de que, no Brasil, a ideia ainda é considerada uma realidade distante diferente do que acontece nos Estados Unidos. Entretanto, diante do cenário atual é fácil perceber que a ideia de controlar dispositivos com a mente está longe de ser impossível. Sem dúvidas, futuramente, será a forma mais fácil e conveniente de interagir com a realidade.


Wislayne Dayanne Pereira da Silva

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A convite do Jornal PET Elétrica, a engenheira eletricista Rachel Suassuna de Medeiros escreveu sobre a turma de 1973, da então Escola Politécnica da UFPB. Confira!




O Professor Dr. Marcelo Sampaio de Alencar destaca, em seu texto, as finalidades do Iecom, as pesquisas, as parcerias e os projetos nos quais está envolvido. Confira!




          









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