Vida fora da Terra
Veja porque e como essa possibilidade pode ser válida na nossa e em outras galáxias.
É verdade que sempre procuramos evidências de que existe vida fora do nosso planeta e há pouco tempo cientistas tiveram fortes indícios de que isso pode ser verdade. Seres primitivos como bactérias, protozoários ou micróbios seriam a principal forma de vida extraterrestre, não esquecendo a chance da existência de seres mais evoluídos e que poderiam viver em planetas tão bons quanto ou melhores que o nosso.
No fim do ano de 2014, um robô da NASA descobriu um alto nível de metano em Marte. Para quem não entende de ciência, isso não quer dizer muita coisa, mas esse gás é associado diretamente aos seres vivos, pois é formado principalmente pela decomposição de matéria orgânica, e você mesmo produz cerca de 50 ml dele todos os dias. Essa descoberta foi o mais próximo que chegamos de encontrar vida no planeta vermelho (e fora da Terra), mas infelizmente a comemoração durou pouco. A concentração do gás, que estava em 0,69 ppb (partes por bilhão) na atmosfera do planeta, subiu de repente e ficou 10 vezes maior, mas da mesma forma que veio, foi embora, ficando apenas 60 dias marcianos (24 horas e 37 minutos). Isso parece pouco, mas pode ser um forte indício de que existe (ou existiu) alguma forma de vida por lá.
Figura 1: Curiosity, robô da NASA que descobriu o gás metano em Marte
Mas como seria possível haver vida em um planeta cuja atmosfera é composta basicamente de CO2 e parece não possuir boas condições para habitação? Depois do aparecimento do metano, surgiram muitas especulações sobre a existência (ou não) de seres vivos em Martes. Uma delas é a presença de micróbios metanogênicos marcianos. Estes seriam seres parecidos com uns existentes na própria Terra. Eles precisam de muito pouco para sobreviver, dispensam oxigênio, se alimentam de CO2, que não falta na atmosfera marciana, vivem onde há bastante água, que existe no subsolo de Marte, e produzem metano. Essa seria uma boa hipótese.
Outra teoria para o aparecimento desse gás em Marte seria um fenômeno chamado de “serpentinização”, um processo químico que produz o gás sem precisar de nenhuma forma de vida, sendo apenas uma reação do mineral olivina com água. Mas mesmo se esse, ou qualquer outro fenômeno parecido, fosse o responsável por isso, para estar presente lá, esse metano teria que ter sido produzido lá e por alguma matéria orgânica, mesmo que em um passado remoto. Assim, após muitos anos, ele poderia ter sido liberado pela serpentinização, por algum deslocamento de terra ou outro acontecimento.
Mesmo com todas essas especulações, a Terra ainda é o único planeta que sabemos ter presença de vida. Isso acontece porque ela possui condições favoráveis para isso e o segredo, na opinião dos cientistas, é a presença de água em estado líquido, que só é possível porque a Terra encontra-se a uma distância perfeita do Sol.
Mas infelizmente, isso pode não durar para sempre. Segundo outra teoria, a cada ano que passa, o Sol, que é uma estrela do tipo anã amarela, aumenta seu nível de emissão de radiação e a zona habitável em que a Terra se encontra se desloca para mais longe e em cerca de 1 bilhão de anos cairemos fora dela, resultando na evaporação total de rios e oceanos e em um efeito estufa descontrolado (o mesmo que faz Vênus chegar aos 400ᵒC).
Figura 2: Ordem dos planetas no sistema solar
Assim, da mesma maneira que o nosso sistema planetário está ao redor do Sol, por que não poderiam existir outros planetas ao redor de outras estrelas com condições parecidas de habitação e que estariam passando pela mesma ameaça que nós? A teoria é que existam o que os cientistas chamam de mundos super-habitáveis, planetas parecidos com a Terra, mas que podem ser bem melhores que ela.
Esses mundos estariam ao redor de estrelas do tipo anãs laranjas, que são menores, porém têm um prazo de vida três vezes maior que as anãs amarelas e esse tempo mais longo seria um fator essencial para o aumento gradual da biodiversidade dos planetas, deixando-os em condições de habitação muito melhores e mais duradouras do que as da Terra.
Infelizmente, isso tudo ainda está apenas na nossa imaginação, mas a busca por indícios de que alguma dessas teorias seja verdadeira é incansável e logo esperamos encontrar alguma prova de que exista vida fora da Terra, afinal, ninguém quer ficar sozinho.
Camila de Oliveira Abrantes
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