Mundo dos jogos: história e oportunidades pouco conhecidas
O mundo dos games influenciou bastante em como nossos computadores são construídos atualmente.
Desde que foram criados, os consoles têm sido utilizados como opção de lazer, mas eles podem se tornar uma grande oportunidade de emprego.
Figura 1:Logos de alguns consoles
Os Jogos eletrônicos são um exemplo das muitas invenções derivadas da corrida tecnológica que ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. O primeiro jogo eletrônico foi criado em 1958 quando o físico William Higinbotham, que havia participado da invenção da bomba atômica, conseguiu, com duas linhas e um ponto, a primeira experiência interativa.
Figura 2:Tela do primeiro jogo eletrônico
Entretanto, o idealizador do jogo não patenteou a invenção, dessa forma, o jogo eletrônico feito no Massachusetts Institute of Technology (MIT) em 1961 foi, oficialmente o primeiro jogo eletrônico. Este, foi idealizado por um grupo de estudantes em virtude de um desafio lançado por Steve "Slug" Russell. Eles, em posse de um computador à base transistores tecnologia mais avançada da época, queriam mostrar todo o potencial do novo aparelho, o TX-0, que depois foi abandonado por um computador mais rápido, o DEC PDP-1. Assim, iniciou-se a criação do Spacewar, que levou um ano para ser finalizado.
Figura 3: Criadores do Spacewar
Figura 4: Tela do Spacewar
Até então, os poucos jogos eletrônicos eram todos em computadores, mas em 1966, o engenheiro Ralph Baer recebeu a tarefa de fazer a melhor televisão do mundo. Ele pensou em criar uma TV interativa, mas a ideia não vingou. Anos mais tarde, a Magnavox, empresa fabricante de produtos eletrônicos de baixo custo, compra o projeto de Baer, e, finalmente, inicia-se o desenvolvimento do primeiro console, o Odyssey 100, com mídia em cartões de circuitos.
Figura 5: The Odyssey
A partir da década de 1970, os consoles evoluíram ao mesmo passo que os computadores. A mudança que ocorria na arquitetura dos computadores também acontecia na dos videogames. Dessa forma, a indústria de games tornou-se, em pouco mais de quarenta anos, um dos ramos tecnológicos mais lucrativos do mundo, movimentando bilhões de dólares todos os anos.
Atualmente, os consoles mais novos como o Xbox One e o Playstation 4 possuem uma configuração avantajada, com processadores com mais de um núcleo e diversos subnúcleos, com capacidade de gerar gráficos em alta resolução, ultrapassando até mesmo a configuração de diversos computadores modernos.
A partir do lançamento do Xbox360, instaurou-se uma competição entre duas empresas multinacionais, a Microsoft e a Sony, e então se iniciou uma corrida para o desenvolvimento de novas tecnologias, com o objetivo de mostrar o diferencial entre os consoles das respectivas empresas. A partir desse fato, começaram a surgir muitas vagas de emprego para engenheiros eletrônicos, com capacitação cada vez maior referente ao conhecimento de desenvolvimento de chips.
Essa corrida transformou o mundo dos games; os jogos que antes possuíam baixa qualidade, hoje são de tamanha perfeição que até se duvida que sejam animação. Isso só foi capaz devido aos altos e constantes investimentos que essas empresas fizeram no desenvolvimento de processadores gráficos cada vez mais potentes, tanto nos consoles quanto em computadores.
O mundo dos games se tornou tão competitivo que cada vez mais engenheiros eletrônicos especializados em eletrônica e automação estão sendo contratados pelas empresas, como Sony e Microsoft, para tentar aperfeiçoar a arquitetura dos consoles, a fim de que eles possam proporcionar ao usuário uma sensação de imersão nos jogos. Os hardwares dedicados a jogos proporcionaram grandes avanços em tecnologia de processamento gráfico, além de evoluções relacionadas à automação, pois em 10 de novembro de 2010 a gigante de Redmond lançou a sua mais nova tecnologia, o Kinect, capaz de detectar 48 pontos de articulação no corpo humano, permitindo aos jogadores interagirem com os jogos eletrônicos sem a necessidade de usar controles. Dessa forma, a interatividade aumentou drasticamente, pois o que antes era um lazer sedentário passou a ser interativo, obrigando os usuários a se movimentarem, proporcionando, além da diversão, uma atividade física.
Essa nova tecnologia, que teve a participação de um brasileiro, Alex Kipman, saiu do mundo dos games e foi parar em diversos laboratórios de universidades ao redor do mundo, auxiliando pesquisadores no desenvolvimento de novas tecnologias, envolvendo principalmente a automação e a robótica.
O mercado de jogos eletrônicos tomou proporções que fariam Higinbotham se arrepender de não ter patenteado a ideia, pois hoje o mundo dos jogos chega a movimentar mais dinheiro que as indústrias cinematográfica e fonográfica juntas, chegando a movimentar mais de 60 bilhões de dólares em 2010. Esse fato faz com que essa área se torne extremamente atrativa para os engenheiros e futuros engenheiros interessados no ramo de games, principalmente por possuir salários que podem chegar a níveis elevados. No Brasil, este mercado encontra-se em ascensão, e cada dia surgem novas oportunidades de emprego, como na área de computação e na de desenvolvimento de chips para jogos.
Portanto, devido ao crescimento exponencial da área de desenvolvimento de jogos eletrônicos, a engenharia elétrica, com ênfase em eletrônica, torna-se cada vez mais importante e necessária, transformando-se em uma carreira vantajosa e atrativa, não apenas por causa dos salários oferecidos, mas devido à interatividade e multidisciplinariedade fornecidas pela carreira.
Saul Borges Nobre
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