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Inspiração biológica no desenvolvimento de tecnologias inovadoras

Inspiradas nos olhos de insetos, as câmeras hemisféricas podem ser muito mais eficientes na detecção de movimento e no cálculo de distâncias, permitindo a estabilidade no voo de dispositivos aéreos sem o uso de outros sensores, antes, essenciais.



As tecnologias existentes no campo da automação requerem dinamicidade na interação direta com o homem além de uma estabilidade cada vez mais precisa para o alcance de objetivos construtivos e satisfatórios.

Foi pensando nisso que uma dupla de pesquisadores do instituto francês CNRS (Centro Nacional de Pesquisas Científicas), Fabien Expert e Franck Ruffier, desenvolveram o primeiro robô (BeeRotor) voador capaz de se estabilizar visualmente, "acertando o passo" com o terreno irregular abaixo de forma a fazer imagens mais precisas, além de garantir a segurança do próprio voo. Inspirados nos olhos dos insetos, o olho artificial biomimético pesa apenas 1 grama e dispensa o uso de acelerômetro, permitindo o voo até mesmo em um túnel onde as paredes se mexem.

Figura 1: Olho artificial biomimético

Todas as aeronaves, de drones a foguetes espaciais, usam sistemas de medição inercial para estabilizar sua inclinação lateral e longitudinal. Um acelerômetro mede todas as acelerações da aeronave, incluindo a gravidade. Mas a dupla dispensou esse sensor e se baseou no conceito de Fluxo óptico, fácil de ser observado quando você está viajando de carro: a visão frontal é estável, mas a paisagem lateral passa rapidamente e fica desfocada. Com isso, o aumento do fluxo óptico faz o robô perceber que sua velocidade está aumentando ou ele está se aproximando dos obstáculos laterais. Acompanhando os fluxos ópticos das laterais e do inferior, o robô consegue estabilizar o voo sem quaisquer medições adicionais.

Um dos principais pontos que evidenciam as virtudes desta descoberta em detrimento dos processos cirúrgicos a laser tradicionais é que os pacientes que tivessem as lentes biônicas implantadas não sofreriam nunca com problemas de catarata, já que suas lentes naturais que sofrem decomposição ao longo do tempo teriam sido substituídas. Já os métodos utilizados atualmente podem causar problemas com claridade, necessidade de uso de óculos especiais à noite e, no futuro, a própria catarata.

Se comparado as câmeras digitais que são inspiradas nos olhos de lente única. As câmeras com sensores de lentes múltiplas podem ser muito mais eficientes na detecção de movimento e no cálculo de distâncias.

Figura 2: Comparação entre um olho de um inseto e um artificial biomimético

Não é a primeira vez que a inspiração biológica contribui com tecnologia, Yoshiko Okada-Shudo e seus colegas da Universidade de Chofu, no Japão, foram encontrar nas bactérias uma inspiração para construir melhores olhos robóticos.

A pesquisadora criou um biofotossensor usando uma proteína sensível à luz retirada de uma bactéria que vive em ambientes muito salgados (Halobacterium salinarum). Embora ainda tenha que ser avaliado do ponto de vista da robustez, o novo fotossensor biomimético é promissor por acomodar todo o aparato necessário para a visão artificial dentro de um único componente - e um componente que não vai drenar a energia das baterias do robô.

Estas informações são essenciais para uma série de tecnologias emergentes, incluindo sistemas anticolisão para automóveis e sistemas de pouso e decolagem automáticos para aviões. Além de diminuir o peso na estrutura de robôs aéreos, o que significa uma redução no consumo das baterias ou combustível.

O olho artificial curvo já está pronto e disponível no comércio e oferece uma visão panorâmica com uma resolução idêntica à obtida pelo olho da mosca-da-fruta, em um dispositivo que mede menos de 1 milímetro de espessura.

Figura 3: Olho artificial curvo

O dispositivo completo já inclui um sistema integrado de visão artificial, estando pronto para ser integrado em sistemas de vigilância, robôs, veículos autônomos, incluindo veículos aéreos não tripulados(VANTs), etc.

Para mais informações, acesse: http://www.pnas.org/content/110/23/9267.full.pdf.


Bárbara Nicoly M. de Oliveira

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A convite do Jornal PET Elétrica, a engenheira eletricista Rachel Suassuna de Medeiros escreveu sobre a turma de 1973, da então Escola Politécnica da UFPB. Confira!




O Professor Dr. Marcelo Sampaio de Alencar destaca, em seu texto, as finalidades do Iecom, as pesquisas, as parcerias e os projetos nos quais está envolvido. Confira!




          









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