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O Padrão ZigBee

O padrão ZigBee é utilizado para a implementação de comunicação sem fio. Confira algumas informações sobre essa tecnologia inovadora, aplicada em diversos projetos.



A comunicação sem fio é - sem dúvidas - uma das grandes criações do século XX. E como qualquer advento tecnológico almejante da estabilidade no mercado e na história, não se limitou ao modelo primogênito, básico, feito com ferramentas escassas do passado. Dele, surgiram outros, cada qual agregando mecanismos de envio e recebimento de dados, capacidade de armazenamento, demanda por energia elétrica, detalhes específicos sujeitos a atualizações pronunciadas pela modernidade. Para evitar, ou ao menos mitigar, o caos na telecomunicação, padrões foram criados por empresas, normalizando canais de operação e as características que cada tecnologia sem fio deve incorporar. Um deles é o padrão ZigBee – IEEE 802.15.4, que ganhou destaque nas aplicações wireless para curtas distâncias pelo baixo consumo energético.

A questão sustentável é uma das rédeas de qualquer empreendimento que procure consolidar uma boa imagem diante dos consumidores do século XXI. Não seria diferente com a Ciência; principalmente com ela, base de tantas revoluções industriais. Grandes investimentos estão focados nos promotores de poucos impactos à natureza. Os módulos de hardware obedientes ao Padrão ZigBee são exemplos da campanha verde no mundo da comunicação: a alimentação energética deles pode acontecer via pilhas e baterias comuns, passando semanas sem a necessidade de troca das fontes.

Uma das aplicações mais bem sucedidas do padrão ZigBee está na implementação de redes de sensores sem fio. Estas têm o objetivo de monitorar grandezas físicas em diferentes ambientes, sem a necessidade de observação humana direta, podendo ser feita a longas distâncias em uma central responsável por receber as informações enviadas pelos módulos espalhados da rede. Nesta, é preciso que um dos dispositivos seja configurado como Coordenador, imprescindível para a criação da rede e consequente incorporação dos demais módulos. O tipo Roteador é capaz de receber e de enviar dados de tempos em tempos, enquanto o outro tipo de configuração, o Dispositivo Final, apenas envia-os. O Dispositivo Final apresenta a vantagem de poder “adormecer” quando não está trabalhando na rede, diminuindo, assim, o consumo de energia elétrica.

A formação de rede do tipo Malha (Mesh) ganha destaque pelo fato dos dispositivos nela incluídos se auto organizarem diante de falhas na comunicação, como, por exemplo, a remoção de um roteador, exigindo a reconexão do módulo abandonado com o mais próximo; ela otimiza a circulação da informação. A quantidade de módulos por rede dependerá do projeto do usuário; dezenas podem ser aplicados, exigindo bons investimentos. O preço varia de acordo com os incrementos do módulo, sendo o custo do mais básico em torno de US$17,00.

Espaço é um outro fator importante na construção de novas tecnologias. A eletrônica, que começou com seus transistores palpáveis e robustos, migrou para arquiteturas em escala microscópica, com chips contendo bilhões de transistores. E a comunicação cada vez mais procura livrar-se dos emaranhados de fios, que exigem instalação complicada. Os módulos XBee, feitos pela empresa Digi International, por exemplo, são pequenos dispositivos com uma série de pinos e componentes menores, como antena e conversores analógico/digitais, que não necessitam de fios para se comunicar com outros, fomentando uma grande facilidade no acesso e na instalação dos mesmos em ambientes variados. Em locais fechados, a distância viável para a comunicação é de aproximadamente 120 metros; em ambientes abertos, a distância aumenta para cerca de 1500 metros por causa da falta de obstáculos físicos causadores de interferências na transmissão de ondas.

O Padrão ZigBee já faz parte de inúmeros projetos de empresas e de universidades que não exigem grandes pacotes de dados em circulação. Com influência sobre área agrônoma, no monitoramento de temperatura e umidade em campos de plantio, até na médica, com monitoramento de sinais vitais em pacientes, sem a ida imediata ao consultório, este tipo de tecnologia sem fio galga rumo a um futuro repleto de informação, pronta para ser transmitida. Quando associado a microcontroladores ou a software, há uma potencialização na funcionalidade dos módulos seguidores do padrão ZigBee, ampliando ainda mais o número de aplicações. Este é um padrão criado em uma época com recursos limitados e que, em pouco tempo, já absorveu novas inovações e está lapidando sua presença no mercado e na história da Ciência.


Filippe José Gadelha Tertuliano

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A convite do Jornal PET Elétrica, a engenheira eletricista Rachel Suassuna de Medeiros escreveu sobre a turma de 1973, da então Escola Politécnica da UFPB. Confira!




O Professor Dr. Marcelo Sampaio de Alencar destaca, em seu texto, as finalidades do Iecom, as pesquisas, as parcerias e os projetos nos quais está envolvido. Confira!




          








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