A busca pelo uso de energias sustentáveis é uma realidade atual. Diante deste contexto, são várias as pesquisas desenvolvidas pelo mundo todo com a finalidade de otimizar a obtenção delas.

Uma das formas de energia que mais tem se destacado ultimamente é a energia solar, devido à sua característica renovável e de baixo nível de poluição. Normalmente, esta energia é obtida através de painéis constituídos por células fotovoltaicas, compostas de silicone e escuras, que coletam a energia e a convertem em eletricidade utilizando-se do efeito fotovoltaico.

Dentro deste tema, chama a atenção um estudo desenvolvido na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Pesquisadores desta instituição desenvolveram um painel solar transparente. Diferentemente dos outros painéis, este se utiliza da condução de ondas de calor para as células solares que ficam localizadas na extremidade do painel. Segundo Richard Lint, líder da pesquisa, a explicação para o fato de tal painel ser considerado transparente é que como os materiais não absorvem ou emitem energia em um espectro visível, eles parecem transparentes aos olhos humanos.

No entanto, esse estudo ainda apresenta alguns problemas, principalmente no que se refere a questão da eficiência, visto que tais painéis absorvem apenas 1% da energia luminosa. Segundo Lint, o objetivo é chegar a uma eficiência de, no mínimo, 5%, o que ainda é cerca de quatro vezes menor do que o oferecido pela maioria dos painéis tradicionais do mercado. Apesar da baixa eficiência, a aplicação desta tecnologia é muito vasta principalmente devido à sua grande praticidade que favorece o uso do material em janelas de moradias, obtendo energia sustentável sem atrapalhar a visibilidade.

Outra pesquisa bastante interessante sobre este assunto se refere ao antigo desejo mundial de obtenção de energia solar no espaço. Esta ambição sempre esbarrava nas grandes dificuldades referentes ao envio de discos coletores para fora da Terra, devido ao seu tamanho, peso e o grandioso custo que isto ocasionaria.

Foi buscando formas de facilitar este “translado” que a equipe do engenheiro Brian Trease, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, passou dois anos trabalhando. A solução encontrada é bem interessante e contou com a ajuda de Robert Lang, um grande especialista na arte oriental dos origamis. Neste momento você deve estar se perguntando: Em quê um especialista em origamis pode ter ajudado?

O que ocorre é que a solução encontrada pela equipe é baseada em origamis! Eles vêm trabalhando no desenvolvimento de um enorme painel de cerca de 25 metros de diâmetro que poderia ser dobrado e compactado, como um origami, até chegar a aproximadamente 2,7 metros de diâmetro facilitando, em larga escala, o transporte do mesmo. Para isto, eles criaram um protótipo com 5% do tamanho do painel definitivo.

Diferentemente de como tudo começou, muitos países agora são enfáticos ao afirmar que desenvolvem seus programas espaciais com fins pacíficos. Muitos são contrários à instalação de armas ou qualquer tipo de corrida armamentista espacial, dando preferência às parcerias de exploração espacial conjunta. Espera-se, então, que tenhamos nas próximas décadas poderosas ferramentas que nos auxiliarão a compreender melhor o universo no qual estamos inseridos.

No entanto, os paineis solares não são tão finos quanto o papel e é aí que reside a maior dificuldade encontrada pela equipe. Segundo Trease, é necessário se repensar muito acerca do design visando acomodar a espessura que começa a se acumular com cada uma das dobras. A solução final e definitiva ainda necessita de estudos. Você pode obter mais informações e uma melhor visualização do protótipo no vídeo do link: www.youtube.com/watch?v=3E12uju1vgQ

Pesquisas como estas nos mostram o empenho que existe no mundo em torno deste tema e trazem a expectativa de que, em dias futuros, a matriz energética mundial esteja cada vez mais pautada em fontes de energia renováveis, amenizando, assim, paulatinamente, nossos problemas ambientais e energéticos.