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Energia Eletronuclear
Necessidade de diversificação na base da matriz energética brasileira abre perspectivas para o incremento da Energia Eletronuclear como a mais segura entre as fontes térmicas.



           Em 15 de agosto de 2014, dentro da programação da 71ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (SOEA), realizada em Teresina, capital do Estado do Piauí, Gunter de Moura Anglerkorte, bacharel em Física e mestre em Engenharia Nuclear, falou sobre o tema “Energia Eletronuclear”.

Perguntado sobre se a energia eletronuclear seria uma alternativa à atual matriz energética, Gunter respondeu: “Não defendo o uso desta ou daquela energia, mas de todas as que, somadas, possam atender à demanda da sociedade brasileira, que tende a crescer consideravelmente”. E ele tem razão. Pois, quanto mais diversificada for a matriz energética, maiores serão a confiabilidade e a sustentabilidade do sistema.

A mesma linha de argumentação também é apresentada na Revista Brasil Nuclear, publicação da Associação Brasileira de Energia Nuclear, em sua edição mais recente, Número 42, 2014. Na opinião de Vera Dantas, Editora da Revista, com o esgotamento do potencial hidrelétrico previsto para 2025, o Brasil caminha rapidamente para ter uma matriz energética hidrotérmica.

Atualmente, a matriz de energia elétrica brasileira é majoritariamente baseada no aproveitamento de recursos hídricos, pouco mais de 70%. Entretanto, como decorrência do déficit de acúmulo de água nos reservatórios das principais usinas hidroelétricas, desde 2012, o Brasil tem recorrido às fontes térmicas como carvão, gás, óleo diesel e outros combustíveis para complementar a oferta de energia elétrica.

A ativação progressiva das usinas térmicas complementares, entretanto, tem resultado em grandes prejuízos para as empresas distribuidoras de energia elétrica, por comprar energia mais cara, sem repassar os custos para as tarifas, e para o meio ambiente, por conta da emissão de poluentes.

Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, em palestra apresentada durante o 15º Encontro de Energia, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, em maio de 2014, a participação de todas as térmicas, inclusive as de bagaço de cana, subiu de 17% para 29%.

De acordo com Vera Dantas, o longo período de funcionamento das usinas térmicas coloca em discussão não só a crise atual no abastecimento do setor elétrico, como, principalmente, a sua sustentabilidade a partir da próxima década, quando há a previsão do esgotamento hidrelétrico economicamente aproveitável a partir de grandes reservatórios, devido às restrições ambientais.

Em face desse cenário, a energia nuclear se apresenta como a mais segura entre as fontes térmicas, uma vez que o Brasil possui a 6ª maior reserva mundial e domina o ciclo tecnológico do enriquecimento do urânio, além de experiência consolidada na operação de usinas nucleares (Angra 1 e Angra 2), caracterizadas por baixíssimas emissões de gases de efeito estufa.

Por isso, urge a retomada da inclusão da construção das novas usinas nucleares no planejamento da expansão do sistema elétrico brasileiro, conforme previsto originalmente no Plano Nacional de Energia – PNE 2030. 


Benedito Antonio Luciano, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFCG

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A convite do Jornal PET Elétrica, a engenheira eletricista Rachel Suassuna de Medeiros escreveu sobre a turma de 1973, da então Escola Politécnica da UFPB. Confira!




O Professor Dr. Marcelo Sampaio de Alencar destaca, em seu texto, as finalidades do Iecom, as pesquisas, as parcerias e os projetos nos quais está envolvido. Confira!




          











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