Pesquisas no mundo inteiro, inclusive no Brasil, entre universidades e empresas como Google, Volvo, Ford e BMW, trabalham duro no desenvolvimento de carros que dirigem sozinhos, veículos autônomos semelhantes aos de filmes de ficção científica.

No Laboratório de Robótica Móvel da USP - São Carlos, uma equipe trabalha no desenvolvimento do CaRINA, Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma. Dentre os objetivos do projeto destacam-se: a diminuição do número de acidentes em ruas e rodovias, o aumento na mobilidade de idosos e portadores de necessidades especiais e o aumento da eficiência do trânsito em geral. Denis Wolf, coordenador do Laboratório e responsável pela equipe, explica que o modo de controle deste tipo de veículo é composto por três sistemas principais: percepção, processamento e atuação. Câmeras, sensores a laser e GPS formam o sistema de percepção; as câmeras, localizadas em geral na frente do automóvel, e os sensores identificam obstáculos e evitam colisões.

Mas como esses sistemas possibilitam automóveis se locomoverem sem o controle de um ser humano? Um dos protótipos da Google, por exemplo, utiliza um sensor LIDAR (Light Detection And Ranging), no topo do veículo; capaz de formar um tipo de mapa em 3D de um raio de 60 metros do ambiente que o cerca por meio da detecção de luz. Uma câmera também reconhece sinais de trânsito e objetos à sua frente, enquanto sensores medem a sua distância em relação aos obstáculos.

Todos os dados são interpretados por softwares, que compõem o sistema de processamento. A Google levou os dois últimos anos desenvolvendo estes softwares para seus carros autônomos e os engenheiros estão centrando seus esforços para fazer com que seja possível reconhecer centenas de objetos que vão além dos próprios veículos.

O sistema de atuação garante a navegação do carro e, em geral, trabalha com a mecânica original do veículo, fazendo acelerar, frear e girar o volante por meio de motores elétricos acionados por um computador.

A Google desenvolveu e testou protótipos de carros completamente autônomos e pretende, futuramente, produzir e comercializar seus próprios veículos. Um destes, tão revolucionário, não conta com volante ou pedais, em vez disso, apenas botões para iniciar e parar; possui dois acentos, pequeno e compacto, com um aspecto futurista.

No caso do CaRINA, independente desde 2011, realizaram-se testes nas ruas de um dos campus da USP – São Carlos e tem controle 100% autônomo. Estes testes representam um passo muito importante para a pesquisa nessa área no Brasil.