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Sem tropeços
Como o WiFi e o Bluetooth surgiram e caminham mundo a fora, sem emaranhados de cabos.



           O uso de cabos em aparelhos eletroeletrônicos dominou o cenário tecnológico durante anos. Quantos não foram os desatentos caídos após tropeçar em um fio no chão? Quanto tempo não foi desperdiçado para desemaranhar fios e mais fios, separando-os de um novelo caótico? Quantos não se romperam internamente, maculando a sua funcionalidade? Alguém, um dia, cansou dos problemas intrínsecos ao manuseio desses componentes e desenvolveu dispositivos capazes de transmitir informações para outro sem um fio entre eles. A tecnologia de rede sem fio invadiu o mercado na última década e adquire novas aplicações e aliados a cada tropeço.

A Wireless Local Area Network (WLAN), ou rede local sem fio, começou a ser implementada no período da Guerra Fria, meados de 1980, utilizando infravermelho e rádio de microondas. Em 1997, o Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos criou o padrão IEEE 802.11, que ajudou a eliminar alguns problemas encontrados no uso das redes sem fio e a realizar transferências de dados a uma taxa de até 2 Mbps. Durante os anos 2000, novos padrões, derivados do inicial, foram preenchendo diferentes faixas de frequência e adquirindo melhores taxas de transmissão, assim como surgiram, também, novas tecnologias de comunicação sem fio. Hoje, esse tipo de comunicação pode ser implementada de maneiras variadas e está tão presente no cotidiano quanto o ar que respiramos.

Talvez você esteja lendo este texto no seu notebook, ou smartphone. Só o aparelho e você, sem fios. A internet provém de um modem conectado em um ponto remoto e seu deslocamento, livre para qualquer direção. Um grande aliado dos dispositivos móveis é o Wireless Fidelity (WiFi). Essa tecnologia surgiu no final da década de 1990 e pode ser encontrada em cerca de 25% das casas do mundo, segundo a WiFi Alliance, a responsável atual pelo selo. O funcionamento do WiFi depende de um roteador, que recebe os sinais contendo informações, decodifica-os e os transmite por meio de antena para o seu notebook, por exemplo, que responde da mesma forma, mantendo a comunicação entre os aparelhos. Estes, porém, precisam estar dentro da área de alcance do roteador, conhecida como acess point, para que haja a troca de dados. A taxa de transmissão de dados pode chegar a 300 Mbps.

Séculos atrás, um rei escandinavo conseguiu unir tribos de sua região enquanto desfrutava deliciosas uvas, que o deixavam com os dentes azuis. A relação dele com redes sem fio? Foi baseado nele, que cinco companhias (Special Interest Group – SIG), em 1998, tiraram o nome Bluetooth e o deram para a tecnologia unificadora de protocolos de comunicação em um padrão geral. Essa tecnologia tem o propósito de realizar a transmissão de dados de maneira rápida e com baixo consumo de energia, o que pode ser comprovado com suas aplicações: enviar fotos de um celular para outro, conectar fones de ouvido à televisão sem usar fios, utilizar o celular conectado ao carro. O Bluetooth, assim como o WiFi, utiliza ondas de rádio na transmissão de dados, mas sua taxa de transmissão é de cerca de 24 Mbps e só o faz a pequenas distâncias de outro dispositivo. Visando ampliar o uso do Bluetooth, a SIG investiu no aperfeiçoamento da tecnologia, lançando o Bluetooth 4.1, realizador de conexões mais rápidas e estáveis, além do Bluetooth Smart, que estará presente em diversos aparelhos modernos.

Desde seu surgimento, as redes sem fio se tornaram o foco de diversos centros de pesquisa científica, de trabalhos universitários e do mercado, que buscam aperfeiçoar o funcionamento delas e torná-las mais acessíveis. As vendas do ano passado confirmam o potencial de mercado wireless: em 2013, cerca de 2 bilhões de dispositivos WiFi vendidos, e 2,5 bilhões de outros dotados com tecnologia Bluetooth. E as previsões são ainda maiores. Não é à toa que a expressão “Qual a senha do WiFi?” entrou para a lista de palavrinhas mágicas e “Ligue seu Bluetooth” quebra a procrastinação do “Depois eu envio”, ditas enquanto caminham, sem tropeços.

Filippe José Gadelha Tertuliano

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A convite do Jornal PET Elétrica, a engenheira eletricista Rachel Suassuna de Medeiros escreveu sobre a turma de 1973, da então Escola Politécnica da UFPB. Confira!




O Professor Dr. Marcelo Sampaio de Alencar destaca, em seu texto, as finalidades do Iecom, as pesquisas, as parcerias e os projetos nos quais está envolvido. Confira!




          










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