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Marcapassos: tecnologia a favor da saúde
Conheça um pouco mais sobre esse dispositivo eletrônico.



           Não é de hoje que usamos a tecnologia para melhorar a saúde e bem estar humano. Há no mínimo três mil anos a engenharia biomédica já existia, mesmo que de forma primitiva, com pequenas próteses de madeira. Hoje, com toda a crescente quantidade de conhecimento, é possível não apenas construir próteses “vivas”, controláveis por pensamento, mas também dispositivos que regulam nossos órgãos a fim de, soando até um pouco controverso, prover uma vida mais natural. Mas antes de falarmos sobre os marcapassos, vamos entender por que eles são necessários.

Arritmia pode ser caracterizada por uma irregularidade nos batimentos cardíacos. A cada ano, milhões de pessoas são afetadas pelos intervalos longos, curtos ou descompassados entre suas sístoles e diástoles de tal modo que cerca de 500.000 morrem nos Estados Unidos da América por causa deste problema. Porém, vale salientar que com o diagnóstico rápido e o tratamento adequado muitas dessas mortes podem ser evitadas.

O Nó Sinusal, localizado no átrio direito, é um conjunto de células que gera e envia impulsos elétricos às outras partes do coração. Esse impulso permite que os músculos se contraiam e bombeiem o sangue. As causas da arritmia são, basicamente, problemas no sistema elétrico cardíaco, seja na geração do impulso ou na sua transmissão.

Marcapassos implantáveis vem sendo estudados desde o século passado e são uma das formas de tratar a arritmia. Eles são capazes de monitorar e controlar o batimento cardíaco. De uma maneira simples, podemos dizer que o marcapasso é um circuito somado a fios com sensores -eletrodos- e bateria compactos. O circuito é responsável por analisar, utilizando os eletrodos, se os batimentos estão regulares; se não, ele gera pulsos elétricos que vão corrigir o descompasso. Esse estímulo tem a função de polarizar e despolarizar as células cardíacas.

Com a tecnologia atual, entretanto, a função do marcapasso não é mais a de fazer o coração bater apenas. Nosso corpo se adapta a diferentes estados físicos e emocionais, como alegria, caminhada, susto ou esforço físico. E isso é o que os novos marcapassos, os síncronos, estão fazendo: monitorando a respiração, a aceleração, a temperatura do sangue e outros fatores enquanto ajustam a frequência cardíaca para determinada situação física ou emocional.

Apesar de ser claro e simples entender o funcionamento dos marcapassos, seus circuitos são bem complexos e capazes de não apenas amplificar, identificar e enviar sinais, mas também de salvar dados. Outro ponto importante relacionado a esses dispositivos é que, como todos os dispositivos eletrônicos, eles estão vulneráveis a interferências eletromagnéticas. Estão abaixo algumas informações sobre fontes causadoras de interferências:

  • Transiente de tensão em procedimentos de Cardioversão Transtorácica. Usando palavras mais simples, a Cardioversão não é uma desfibrilação, mas é também um procedimento médico que utiliza corrente elétrica para tratar pacientes com fibrilação ou flutter atrial. Caso esses pacientes já estejam usando um marcapasso, a corrente externa possivelmente gerará grandes alterações de tensão em um curtíssimo período de tempo, o transiente, danificando o dispositivo implantado.
  • Ressonância magnética é uma sofisticada ferramenta de diagnósticos e a segurança com relação a marcapassos é discutida há anos. Após estudos, foi mostrado que, em condições específicas, imagens podem ser feitas a 0,5T sem que haja uma inibição da atividade do marcapasso. Ainda assim não é um procedimento recomendável.
  • Equipamentos de segurança eletrônica, tanto os de aeroportos como os de etiquetas nas lojas não representam risco ao funcionamento de marcapassos. Já com aparelhos celulares, existe a recomendação de mantê-los a no mínimo 10 cm de distância e usá-los no lado oposto ao do implante.

Aparelhos que dispensam fios utilizando estímulos ultrassônicos e alimentação wireless, ou até obtendo eletricidade do movimento dos órgãos, já são realidade e estão próximos de chegar ao cotidiano, permitindo que o principal efeito sentido pelo paciente seja a melhoria na sua qualidade de vida.


Humberto de Brito Rangel Neto

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A convite do Jornal PET Elétrica, a engenheira eletricista Rachel Suassuna de Medeiros escreveu sobre a turma de 1973, da então Escola Politécnica da UFPB. Confira!




O Professor Dr. Marcelo Sampaio de Alencar destaca, em seu texto, as finalidades do Iecom, as pesquisas, as parcerias e os projetos nos quais está envolvido. Confira!




          










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