A busca por formas eficientes de se gerar eletricidade tem sido há muito tempo o desafio de engenheiros. Hoje, já é possível acumular energia elétrica a partir de biomassa, fontes eólicas, solares.

Pela falta de entendimento de seus fenômenos, como o fluxo de cargas elétricas no meio ar-água, a Eletrostática se manteve a passos lentos ao longo dos anos. Porém, graças a cientistas brasileiros e seus avanços na área, foi descoberta a possibilidade de gerar energia a partir da umidade, a chamada Higroeletricidade.

No laboratório, conceitos de triboeletrização - eletrização de corpos a partir do atrito - puderam ser revistos e melhor compreendidos. Micropartículas de sílica e fosfato de alumínio – encontradas no ar - foram colocadas em um sistema úmido. Foi observado pelo grupo brasileiro que o fosfato adquiria carga positiva quando entrava em contato com a água, já a sílica, negativa. Constatando-se então que a carga contrária era adquirida pelas partículas de água em cada caso.

As aplicações dos estudos na área podem ser facilmente vistas: por meio da triboeletrização, muita energia poderia ser “reaproveitada”; também quanto a captação de eletricidade, fazendo dos raios uma fonte de energia - projeto sonhado por grandes cientistas como Nikola Tesla ou Lord Kelvin.

A ideia atual é, no entanto, mais segura do que o contato direto com as poderosas descargas. Capacitores carregáveis quando em contato com a umidade, que já estão sendo estudados, não só evitariam acidentes com raios, como também permitiriam às pessoas obter energia de uma forma tão simples quanto a chuva.

Os avanços dos pesquisadores da Universidade de Campinas foram apresentados pelo professor PhD Fernando Galembeck, no 240ª Encontro Nacional da Sociedade Química Americana, com entusiasmo. Ele fez questão de ressaltar a similaridade do futuro desses estudos com a energia solar, já comum hoje em dia.