O avanço e a diversificação das fontes renováveis no Brasil
Com o ritmo acelerado de crescimento do país, o governo se vê obrigado a investir em fontes complementares para a demanda energética.
É aceitável associarmos a demanda energética de um país ao seu estado atual de crescimento. Isto porque o desenvolvimento de novas áreas, ou até mesmo a reestruturação de centros já desenvolvidos, por meio da construção de novas indústrias, casas e centros comerciais necessita de fornecimento de energia elétrica. Sendo o Brasil um país em desenvolvimento, subentende-se que sua demanda energética cresce anualmente.
Os números concordam com esta lógica e os estudos, que são muitos, apontam um crescimento de no mínimo 2,5% ao ano. Diante desta realidade, o governo se vê obrigado a suprir a demanda do país e passar a ver também as fontes renováveis como fontes complementares para a produção de energia elétrica. Prova disso foi o leilão A-3 realizado em 18 de Novembro do ano passado, que foi considerado o primeiro leilão exclusivo para fontes energéticas sustentáveis realizado no país.
No total, 31 empresas participaram do certame, apresentando 429 projetos, sendo a grande maioria de geração de energia eólica, 381, contra 48 projetos divididos entre fontes hidrelétricas, termoelétricas, biomassa e gás natural. Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética – EPE- vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a razão da preferência pela eólica é devida ao preço, pois esta é de três a quatro vezes mais barata do que a energia solar.
Dos empreendimentos eólicos viabilizados, 105 centrais estarão localizadas na Bahia e 110 no Rio Grande do Sul. Os demais se distribuirão em diversos estados brasileiros, como Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Para Elbia Melo, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica – Abeeólica – o sucesso deste tipo de energia era previsível por ser a segunda fonte mais econômica do país, ficando atrás somente das hidrelétricas. Figura 1: Campo de geração de energia eólica, Bahia
Embora as centrais solares não tenham tido uma participação massiva nos projetos viabilizados, representam uma grande tendência para o futuro da matriz energética brasileira, tendo em vista que o seu custo deverá cair nos próximos anos. O Brasil é o país que tem uma das maiores incidências de raios solares do mundo, mais do que o dobro da Alemanha, que corresponde a 35% de toda energia solar produzida no planeta. Vale salientar que no primeiro leilão em que fontes eólicas participaram, em 2009, estas também não angariaram muito interesse por parte dos investidores.
Outra novidade na matriz energética brasileira é a instalação do que pode ser o “Primeiro Gerador Gravitacional de Energia Elétrica”, como é chamado pela empresa RAR Engenharia o motor construído em Porto Alegre – RS. Segundo o presidente da empresa, Renato Ribeiro, o equipamento é acionado por um sistema mecânico e tem capacidade de geração de 30kW. A ideia, a princípio, é construir um protótipo a fim de impulsionar investimentos no método de geração gravitacional. Figura 2: Renato Ribeiro. Atrás, o gerador gravitacional de energia elétrica
Ainda segundo Renato, outra máquina idêntica a esta está sendo construída em Gilman, no estado de Illinois - EUA. O projeto tem ganhado cada vez mais espaço nas mídias devido à sua ousadia. Para alguns, este projeto é inviável. Especulações à parte, o que se tem de concreto é que nos próximos anos o Brasil precisará cada vez mais ampliar a sua capacidade de produção e, investir em fontes renováveis é seguir a tendência mundial.
Danilo Pequeno
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