Condutibilidade Dourada
Engenheiros e pesquisadores avançam no desenvolvimento de condutores elásticos.
Engenheiros eletricistas sempre buscam otimizar as propriedades de materiais e/ou eficiência de funcionamento de dispositivos. E uma forma de fazerem isso é buscando desenvolver melhores condutores ou melhorar a condutibilidade dos já existentes. Também é de conhecimento geral que um dos melhores condutores disponíveis é o ouro, o qual é um metal maleável e dúctil. Ele possui uma condutividade de 43,5 (S.m/mm²) e é ainda um metal que não reage com a maioria dos produtos químicos, todavia é sensível ao cloro e ao bromo.
Sabe-se que os metais, como o ouro, apresentam essa capacidade de transferir cargas graças aos elétrons livres presentes em sua estrutura. E é interessante observar que normalmente os condutores são sólidos em temperatura ambiente, o que de certa forma gera uma limitação do que se poderia ser feito com eles.
Agora imagine que pudéssemos criar um bom condutor e que esse ainda apresentasse propriedades elásticas, isso não seria fantástico? O maior problema enfrentado para se obter tal condutor é fazer com que, ao ser esticado, o condutor ainda permaneça com boa capacidade de condutância, ou seja, fazer com que mesmo alongando o material, a sua estrutura atômica ainda proporcione uma boa condutibilidade.
E foi exatamente o que os engenheiros da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, fizeram. Os pesquisadores dessa universidade perceberam que se o ouro possuísse propriedades elásticas, abriria uma gama de possibilidades de aplicações, do campo da eletrônica com criação de aparelhos eletrônicos flexíveis até implantes médicos que poderiam se adequar melhor aos movimentos do corpo humano.
Os cientistas descobriram que nanopartículas poderiam ser alinhadas em forma de cadeia quando esticadas e com isso realizar uma excelente condução. Todo esse processo utilizou de microscopia eletrônica, uma vez que era necessário acompanhar a mudança na estrutura do material quando esticado.
Foram desenvolvidas duas versões do material, sendo que em uma delas foi utilizado o ouro. Os pesquisadores ainda comentam que por causa de a tendência de formação de cadeia de nanopartículas ser tão universal é possível fazer com que outros materiais também possam apresentar essa propriedade elástica, como, por exemplo, semicondutores.
Segundo Nicholas Kotov, estudioso que atua nas áreas de engenharia química, engenharia biomédica, ciência dos materiais e ciência macromolecular: “Essencialmente, os novos materiais de nanoparticulas se comportam como metais elásticos”.
A equipe de cientistas continua a explorar diversas possibilidades com o uso de nanopartículas nessa área, para o que se definiu como “eletrônica elástica”. Nesses testes objetiva-se a utilização de metais mais baratos e semicondutores.
Para mais informações acesse:
http://ur.umich.edu/1213/Jul22_13/4757-elastic-electronics-stretchable
Lucas Candeia Medeiros Maia
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