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Tecnologia da comodidade
Desde muito antes do controle remoto, a tecnologia trabalha para que nós não precisemos. Mas até que ponto isso é adequado?



           Tendo como “parente” mais famoso o Google Glass, a família dos computadores de vestir parece ser o futuro da tecnologia, no tocante à comunicação e acesso pessoal à internet, associado aos smartphones.

Recentemente, a Google, por intermédio da Motorola (comprada em 2012), requisitou o registro da patente de uma tatuagem no pescoço que funciona como microfone. De acordo com os documentos do pedido de registro da tecnologia, “a tatuagem eletrônica captaria o som ao identificar as flutuações do músculo ou do tecido da garganta e enviaria os dados para smartphones”.

Seguindo a mesma linha, a Sony também entrou com um pedido de patente nos EUA. Desta vez, o motivo da requisição é uma “peruca inteligente”, que vibra quando há uma notificação no smartphone do usuário. Mais importante que isso, o dispositivo terá um sistema de GPS e, obviamente, coletará dados do cliente.

Voltando à Google, a empresa apresentou, há alguns meses, um tênis interativo, que faz comentários acerca das atividades físicas do usuário, ou seja, congratula em caso de esforço e cobra em caso de preguiça.

Esses são três dos exemplos da “nova moda tecnológica”: os computadores de vestir. Obviamente, o propósito é facilitar a vida dos usuários, permitindo um acesso mais prático à internet e a tudo que ela pode oferecer. Mas então, surge a dúvida: até onde essa tecnologia da comodidade vai nos levar?

Nos últimos 50 anos, os computadores evoluíram em tamanho, rapidez de processamento, capacidade de armazenar dados etc. As tarefas que lhe podem ser atribuídas são as mais diversas possíveis. Com o surgimento de smartphones, toda a praticidade de um computador moderno está na nossa mão. Mas quanto é prático o suficiente?

Acompanhando essas novas invenções, o usuário não pode receber uma mensagem ou notificação sem ser imediamente avisado. Não apenas com o uso do próprio celular, mas de uma peruca que vibre para alertá-lo. Também vai se poupar o trabalho de levar o telefone próximo à boca para falar, visto que uma tatuagem fará o papel de microfone. A comodidade de um controle remoto para a televisão de casa em nada se compara a não precisar tirar o aparelho do bolso para saber de uma mensagem ou iniciar uma chamada.

Essa tecnologia nos deixa incrivelmente preguiçosos e acomodados. Por que seria necessário um tênis que fala para motivar o usuário a praticar exercícios? Todas essas invenções têm o propósito de facilitar nossa vida, mas talvez exista um limite para isso. Até há pouco tempo, todos conseguíamos viver sem estar 100% do tempo conectados à internet. Obviamente, essas necessidades foram criadas, mas algumas não existem de verdade.

Esse tema é passível de grande debate. Argumentos como mercado, reuniões e trabalho podem ser usados para justificar essa crescente necessidade de acesso constante à internet. Entretanto, nossa realidade mostra que, quanto mais inovações desse gênero, mais fácil é para divulgar/palpitar nossa vida/vida alheia nas redes sociais.

Vítor Silveira

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