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As faltas e os sensores nas linhas de transmissão
As faltas em linhas de transmissão são grandes vilões no setor energético. Além do custo e demanda de tempo para o reparo das linhas, essas falhas colocam em risco a continuidade da transmissão de energia elétrica.



           No que diz respeito ao setor energético, é comum dividir em três etapas. A geração de energia elétrica, feita em unidades geradoras (no Brasil, 80% advém de usinas hidrelétricas). A segunda etapa consiste na transmissão, que é o transporte da energia da fase de geração até a distribuição. E, por fim, a distribuição, a qual encaminha energia para os consumidores.

A transmissão é constituída por linhas de condutores e abrange os processos de elevação e rebaixamento de tensão, efetuados nas subestações. Nessa etapa, a tensão, em geral, é da ordem de 138 a 500 kV e a corrente são alternadas na frequência de 60 Hz. Os potenciais são tão elevadas a fim de evitar as perdas por aquecimentos, reduzir os custos com condutores e métodos para transmitir energia.

Linha de transmissão

Tais linhas de transmissão percorrem consideráveis distâncias, ao longo das quais estão submetidas a diversos fatores que podem colocar em risco a continuidade da transmissão. Imprevisíveis, essas falhas podem ser totais ou parciais, são as chamadas “faltas”. As faltas podem ser de vários tipos: monofásicas, bifásicas, bifásica-terra, trifásicas, aberturas monopolares, que podem ser de curto-circuito ou circuito aberto (abertura monopolar). As causas podem ser de fator interno: sobretensões no sistema oriundas de quebra de isolador, sobrecargas nos equipamentos, perda de geração; ou externo: fatores climáticos, queimadas, descargas atmosféricas.

As faltas devem ser eliminadas rapidamente, pois acarretam inúmeros problemas: descontinuidade do sistema; perda de sincronismo e redução das margens de estabilidade do sistema; danos aos equipamentos; prejuízos em áreas que não estão sob falta e até explosões. Podem, ainda, ser classificadas como permanentes ou transitórias. As primeiras indicam que após a abertura do disjuntor o sistema não pode ser reestabelecido, são irreversíveis, enquanto que a última reestabelece logo após o sistema de proteção ser acionado.

O custo e o tempo na eliminação dessas faltas são variáveis importantes, assim se faz necessário a ajuda de sensores que identifiquem quando e o local exato no qual está ocorrendo a falta. O monitoramento de efeitos climáticos é um importante indicador, pois oferece dados de temperatura, pressão, umidade e a velocidade e a direção do vento para locais estratégicos das linhas de transmissão. Nesse âmbito, foram desenvolvidos diversos sensores remotos para serem colocados ao longo das linhas.

1. Sistema de medição de vento; 2.Sensores de estado de superfície; 3. Sistema de informação de trovoadas; 4. Sensor de clima presente

O CPqD, junto a Eletronorte, está desenvolvendo um Sistema de Cadastro Georreferenciado utilizando sensoriamento remoto nas linhas de transmissão, no qual monitora os efeitos físicos que interferem nas linhas, a fim de obter um mapeamento das principais causas de desligamento, a partir de um sistema de informações geográficas.

A união do sistema de monitoramento com os sensores auxiliará em ações preventivas, além de identificar o local e o tipo da falta, auxiliando as equipes de manutenção. O cadastramento das linhas trará uma visão espacial da localização das torres e subestações, bem como o caminho que as linhas percorrem e em que tipo de terreno se encontram.

A Companhia Energética do Ceará – COELCI emprega em suas linhas da ordem de 72,5 KV um indicador de faltas, constituído por sensores que são acionados pela corrente de curto-circuito, o qual emite um sinal luminoso a partir de uma lâmpada a gás Xenon. Para tornar a inspeção ainda mais eficiente, foi desenvolvido um localizador de falhas com telesupervisão. O equipamento envia a informação para a o centro de operação com as informações das linhas que estão sendo afetadas.

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, Chesf, que atende a oito estados da região Nordeste, utiliza um cálculo de impedância de linha a fim de identificar em qual trecho está ocorrendo a falta. O local encontrado não será exato, entretanto, fornece informações sobre a localização geral para que os técnicos inspecionem e façam a manutenção. Algumas subestações aplicam um outro cálculo utilizando ondas eletromagnéticas. É emitido um pulso de tensão que viaja pela linha, a onda é rebatida quando encontra o lugar que está com o problema. Dessa forma, é possível obter a localização da falta, sendo esse um método mais eficaz.

Nos tempos em que vivemos, a energia elétrica tem um papel essencial nas necessidades da sociedade, portanto falhas e interferências na transmissão de energia podem acarretar inúmeros problemas. Assim, se faz necessário, cada vez mais, ações que diminuam essas falhas ou as previna. O uso de novas tecnologias tem sido um grande aliado nessa solução, ressaltando que sensores junto a sistemas de captação de informações são os “mocinhos” dessa novela.

Larissa Diniz

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