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Como engrenagens

Um ponto de vista sobre a realidade acadêmica de muitos graduandos.
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O fim do período letivo 2013.1 foi um marco para vários alunos da Universidade Federal de Campina Grande e, provavelmente, para muitos alunos brasileiros de instituições públicas. Com a greve ocorrida em 2012, todo o calendário acadêmico teve que ser empurrado em quatro meses, sendo a política de férias uma particularidade de cada instituição de ensino. O resultado disso foi um desgaste tanto dos discentes, quanto dos docentes e funcionários técnico-administrativos.

Nessa realidade, um dos temas de discussão recorrentes nas coordenadorias dos cursos é o índice de evasão escolar. Os estudos estão sempre ativos, e há até alguns grupos PET, a exemplo do PET de administração da UFCG, que buscam formas metódicas de estudar e mitigar o problema.

Recentemente passei por momentos de reflexão sobre o curso graduação de Engenharia Elétrica e conversei com várias pessoas, como colegas de período, professores, ex-professores e parentes. Cada um ofereceu um pedaço de informação que contribuiu para compreender melhor o problema. Em um número notável de casos em que conversei com colegas de curso, eles mesmos citaram o desejo de sair e buscar outras opções ou oportunidades.

Uma das prováveis causas para o que vem ocorrendo é o estabelecimento de uma rotina. Desde o ensino médio, o estudante é tratado para que espere durante os três anos de ensino médio pela prova do vestibular que, idealmente, vai definir sua carreira profissional e, se houve tempo suficiente para a escolha, vai resultar em realização profissional, pois a carreira escolhida foi na área de vocação. Com isso, a passividade toma conta das ações dele e nada é mais questionado, porque tudo “terminará bem”. Infelizmente, ao entrar na universidade acontece o mesmo processo. “Escolha uma ênfase ou área de interesse e siga até lá. O caminho vai ser complicado, mas tudo terminará bem”. Isso funciona até certo ponto.

Por alguns relatos que ouvi, muitos alunos simplesmente seguem a grade curricular do curso esperando as “disciplinas importantes” aparecerem. Sendo assim, aquelas que englobam até o terceiro ano de curso são consideradas disciplinas de base e há o desejo de passar por elas não importando como. Quando isso não é possível, os planos são simplesmente adaptados até que esse “problema” seja resolvido. É a partir desse momento que, às vezes, alguém para e começa a refletir sobre o rumo que está tomando. Alunos que já estão no seu segundo a terceiro ano de curso começam a se questionar se aquele é realmente o futuro que idealizaram nos exames seletivos.

Em conclusão, proponho a busca da quebra desse sistema de engrenagens, em que a universidade, professores e funcionários são uma estrutura e um motor e os alunos são as engrenagens que dão sentido a tudo. Esse sistema deixa tudo funcionando e é muito bom para as estatísticas, mas é necessário um cuidado maior com o estresse posto sobre as engrenagens. A quebra do sistema significa buscar uma nova forma de operar que proporcione aos alunos e professores uma forma mais prazerosa de compartilhar conhecimentos e produzir novas pesquisas. Cursar disciplinas extracurriculares, viajar, executar ou acompanhar a execução de projetos, conversar com alunos de outra área, frequentar eventos e seminários inovadores, identificar-se em alguma área da arte (compor, pintar, escrever, recitar, atuar), tudo isso serve para impedir o estabelecimento de uma rotina estressante e abre horizontes para cada um conhecer seus interesses e desinteresses na vida.

Danilo B. Cavalcanti
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A convite do Jornal PET Elétrica, o Prof. Edmar tece comentários a respeito de sua experiência no exterior. Confira!


 


O Professor Dr. Waslon Terllizzie Araújo Lopes fala sobre suas áreas de atuação, descreve o instituto ao qual está vinculado e comenta sobre seus projetos de pesquisa em andamento. Confira!






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