Dificuldade nossa de cada dia
Demora um pouco para acontecer, mas todo aluno de graduação percebe que concluir o seu curso não será um mar de rosas.
Ser estudante de engenharia não é fácil. Ser estudante de Engenharia Elétrica na UFCG é menos ainda. As dificuldades começam na hora da matrícula. É uma atividade verdadeiramente heroica se matricular com um sistema lento e em disciplinas com poucas vagas. É uma grandiosa maratona onde o prêmio é o melhor horário. Os alunos que não conseguem fazer a matrícula online precisam passar pelo tenso reajuste, no qual vão chegar bem cedo na coordenadoria do curso e torcer pra conseguir as vagas.
Passada a agonia da matrícula, chega o momento de assistir aquela aula de uma disciplina muito abstrata como, por exemplo, Álgebra Linear ou Equações Diferenciais, em uma das salas no térreo do bloco CAA. Nesse caso, binóculos tem que fazer parte do material escolar devido ao tamanho da sala e a qualidade do quadro.
Quem já está mais avançado no curso, depara-se com disciplinas como Circuitos Elétricos, Máquinas Elétricas, Eletrônica de Potência e outras que, só de ouvir o nome, lhe provoca uma expressão de preocupação. São nessas disciplinas que o aluno começa a perceber que qualquer lugar é bom para dormir, até mesmo de pé dentro de um ônibus lotado no caminho de volta pra casa.
Por falar em dificuldades, não podemos deixar de citar os nossos queridos professores. Percebemos, em alguns deles, o domínio da arte de ensinar e também muito gosto pelo que fazem. Porém, outros fazem questão de acabar com nossas noites de sono. São esses que gostam de elaborar provas grandes o suficiente pra que o aluno, mesmo tendo se preparado bem, não consiga terminá-la. Em outros casos, a falta de desenvoltura ao ensinar, ou alguma certa falta de compromisso, que é característico de um departamento colaborador, chega a ser contagiante.
Um ótimo momento pra começar a perder os cabelos é na semana que serão realizadas todas as provas. O aluno enfrenta uma maratona de estudos digna dos doze trabalhos de Hércules. Revisa o conteúdo, resolve exercícios, passa a noite acordado. Depois de fazer a prova sai achando que conseguiu acertar mais de 80% das questões, mas quando a nota é divulgada, percebe que vai ter que estudar mais da próxima vez e que o colega que filou tirou uma nota maior.
Além das adversidades que a maioria dos estudantes são submetidos, um grupo ainda tem mais um agravante. Quem mora longe de casa tem que passar a graduação com saudade da cidade que veio e tendo que se cuidar na hora dos problemas de saúde ou financeiros. Não é difícil ver um colega que mora longe pensar em desistir do curso.
É óbvio que nem todos os alunos passam por essas dificuldades e nem o curso é só problema. A graduação em Engenharia Elétrica da UFCG tem seus “ninjas”. Mas, mesmo os que passam por todas, sentem o “orgulho de ser elétrica”. O que faz sentir o prazer de fazer parte de um curso reconhecido e se sentir renovado para encarar novos desafios e seguir em frente na esperança de se tornar um engenheiro eletricista de qualidade.
Sydeney Wagner
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