Ao longo da graduação de Engenharia Elétrica, o estudante se depara com os mais variados obstáculos e desestímulos e é fundamental encontrar motivação para dar continuidade ao curso. Entretanto, por estranho que pareça, é fácil encontrar aqueles que conseguem aliar a não identificação com o curso à persistência de permanecer nele. Afinal, apesar dos sufocos, quantos das centenas de graduandos realmente gostam do que estão fazendo?

Os que optam pelo curso de Engenharia Elétrica normalmente o fazem mediante uma visão geral sobre o mercado de trabalho. Entretanto, nossa graduação não tem como objetivo inicial estabelecer um contato íntimo do calouro com a prática da Engenharia Elétrica, mas sim solidificar uma base teórica forte para o desenvolvimento do conhecimento específico da área. Com isso, a identificação de muitos estudantes com o curso se torna tardia ou, às vezes, nem ocorre.

No espaço amostral do período 2010.1, atual sexto período, no qual me incluo, foi proposta uma enquete para analisar quantos alunos se interessam pelo curso e por quais motivos. Os alunos puderam votar em mais de uma opção e o resultado foi o seguinte:

Os resultados são, até certo ponto, preocupantes. Num contexto de estudantes que já passaram da metade do curso, nota-se que muitos alunos ainda não se identificam com o curso e permanecemnele, seja para fazer valer o que já foi investido, seja pela suposição de compensações futuras: “não vim até aqui pra desistir agora” é algo que muito se escuta e talvez não seja das estratégias a melhor, já que estamos falando da nossa carreira profissional. Afinal, quantos anos vale uma carreira sem paixão?

Muitos ainda estão se encontrando nas iniciações à pesquisa, ao ensinoou nas próprias disciplinas, e, quando isso não acontece, já se considera tarde demais para desistir do curso. Infelizmente, isso acaba gerando uma pressa por conclui-lo, por se livrar da universidade, e o proveito acadêmico se resume a pagar disciplinas. Quantos iniciam o período já vislumbrando seu término? E que profissional essa mentalidade gera?

É importante buscar a identificação com a Engenharia Elétrica, já que só assim é possível gostar de fato do que se faz. E garantindo isso, seu tempo na universidade deixa de se resumir a resolver (ou não) listas de exercícios e pagar cadeiras, e passa aagregar prazer no seu desenvolvimento acadêmico.

Arthur Araújo

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Enquete realizada pelo Jornal PET Elétrica