Funcionamento do Restaurante Universitário
O restaurante universitário é direito do aluno e é uma ajuda de órgãos governamentais, principalmente para aqueles que não têm condições de pagar pelas refeições na universidade. Em grande parte das universidades federais, como UNB, UFMG, UFPI e UFS, todos os discentes têm direito ao serviço dos RU’s, subsidiados pelo governo e pelos próprios alunos que pagam uma pequena taxa por refeição. Diferentemente, na UFCG nós temos um restaurante gratuito e restrito a poucos.
Para adquirir este direito, o estudante passa por um longo processo burocrático, cujo objetivo é averiguar a condição financeira e a necessidade do aluno. As informações exigidas, referentes ao número de irmãos, renda dos pais, endereço domiciliar e outras tantas, são constantemente modificadas pelos estudantes interessados no beneficio, que acabam corrompendo, dessa forma, o falho sistema. É contrastante a chegada ao RU de beneficiários – “de baixa renda” – dirigindo seus carros.
A corrupção infelizmente está em todos os níveis, mas precisamos entender que o dinheiro do governo não é infinito. Então, quando um estudante que não precisa burla o processo, ele está tirando o direito de outro aluno que realmente precisa. A existência de vagas ociosas também é um problema no restaurante universitário da UFCG, pois alguns alunos conseguem o beneficio e não usufruem do mesmo. A solução para um funcionamento correto e justo do RU, então, seria colocar honestidade em cada aluno que passa pela seleção? Seria oferecer o serviço para todos os estudantes sem nenhum processo?
Analisando o funcionamento de outros restaurantes universitários e a inviabilidade de estender o benefício gratuito para todos, a melhor solução seria o pagamento de uma pequena taxa por refeição. Esse é o funcionamento da maioria das universidades federais e tem dado certo. O valor dessa taxa varia de acordo com a instituição, mas os alunos que realmente tenham baixa renda continuam comendo gratuitamente ou pagando cinqüenta centavos por refeição. Tomando o exemplo da Universidade Federal de Sergipe e da Universidade Federal do Piauí, onde o custo de vida é próximo ao daqui, a refeição custa R$1,00 e é gratuita para os alunos de baixa renda.
Alguns alunos da UFCG tomam o exemplo da UEPB (onde o almoço foi ficando cada vez mais caro, e agora custa R$4,50) e são contrários a mudanças no funcionamento do RU. Porém, há várias instituições federais em que isso nunca ocorreu. Pode-se, então, por questões de segurança para os alunos, ser firmado um acordo de congelamento de preços com o governo por um longo período. Um problema real seria a estrutura física do RU, que provavelmente precisaria ser aumentada. No entanto, é um investimento válido, cujo objetivo é a melhoria do funcionamento do restaurante universitário, que é direito de todos os discentes.
Ana Maria Araújo Soares
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