Novos horizontes para o transporte público
Após muitas idas e vindas finalmente o projeto do primeiro trem de alta velocidade brasileiro parece que vai sair do papel e ganhar os trilhos.
Há alguns anos estamos presenciando uma verdadeira novela sobre o primeiro trem de alta velocidade brasileiro, que ligará os municípios de Campinas (SP), São Paulo e Rio de Janeiro. O projeto, que anteriormente era previsto para ser entregue nas Olímpiadas de 2016, teve o prazo de entrega adiado para 2020.
Essa nova data foi anunciada em agosto do último ano, quando o Governo Federal divulgou o novo cronograma de execução. Em 2011, o leilão para concessão do projeto acabou sem nenhuma empresa interessada. Agora, o Governo Federal afirma que será diferente, pois aumentou a sua participação no investimento, de 30% para 45%, tornando o projeto mais atraente.
A expectativa é que o serviço expresso percorra os 518 km em 99 minutos e o trem viaje a uma média de 290 km/h. Estão previstos 458 assentos para passageiros e o valor máximo cobrado na classe econômica será por volta de 250 reais. A previsão é que toda a obra custe por volta de 33 bilhões de reais.
Após tantas explicações burocráticas e de logística, surge a dúvida: “Como será o funcionamento do futuro trem bala brasileiro?”
Ainda não foi definido qual tipo de sistema será o utilizado no trem de alta velocidade, porém, sabe-se que existem dois tipos de sistemas que apresentam grandes chances de serem implementados aqui no Brasil: o Maglev e o convencional.
No sistema MagLev (Levitação Magnética), o trem de alta velocidade funciona com base no conceito de levitação magnética. Ou seja, um campo magnético de levitação é gerado, por meio de ímãs, para suspender a composição e deixá-la com o menor contato possível com os trilhos. Após isso, entra em cena um segundo campo magnético, conhecido como campo de deslize, que é gerado para impulsionar o trem. Para o trem frear, o sistema de deslize é desligado, podendo ser acionados freios a ar, caso o sistema falhe.
O sistema convencional é uma evolução dos trens comuns. Também implementado com trilhos e rodas de aço, o trem de alta velocidade tem como principal diferença o seu percurso, com um número maior de retas e sem curvas fechadas, além dos trilhos de soldagem contínua, que contribuem para que o trem atinja velocidade acima de 300 km/h. O fato de o percurso apresentar uma maior quantidade de retas faz com que seja necessária a construção de túneis e pontes, aumentando, assim, o custo da obra.
Apesar do trem de alta velocidade ser um sistema bastante eficiente e competitivo para grandes deslocamentos, é de conhecimento de todos que o seu consumo de energia é bem elevado. Assim, o estudo de viabilidade prevê a necessidade de se construir por volta de 11 subestações ao longo do percurso.
O que se sabe é que grupos coreanos, japoneses, chineses, espanhóis, franceses e alemães já apresentaram interesse pelo projeto. Assim que o leilão for realizado, teremos conhecimento da tecnologia que será utilizada no primeiro trem de alta velocidade brasileiro. Apesar das inúmeras polêmicas envolvendo um projeto de tamanha grandiosidade, é nítido que a execução da obra proporcionará um salto em qualidade e conforto no que diz respeito ao transporte de passageiros no Brasil, além de incluir nosso país em um seleto grupo de potências que possuem tal sistema de transporte.
Rayan Barreto
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