Linguagens de Programação na Engenharia Elétrica:uma união imprescindível
Entenda os vários tipos de linguagens de programação e a importância delas nos cursos de engenharia.

As fronteiras entre os cursos de ciências da computação e engenharia elétrica estreitam-se cada vez mais. É impossível pensar em um sistema elétrico eficiente nos dias atuais que não englobe elementos eletrônicos para aumentar sua eficiência e reduzir seus gastos de energia elétrica. Estes elementos, os microcontroladores, passam por um delicado processo para sua construção, um grande projeto que engloba desde a concepção inicial do controlador até sua simulação em computadores para posterior transformação em circuito integrado, ou chip. Hoje em dia é impossível conceber projetos grandiosos sem passar pela etapa de simulação, que tem como finalidade otimizar o projeto tanto para se obter uma velocidade de execução adequada quanto custos razoáveis, por exemplo.

Neste âmbito, nota-se cada vez mais o ensino de linguagens de programação para cursos de graduação em todas as universidades do mundo. Com o aumento do número delas à disposição do programador (ou projetista) a maior discussão torna-se a escolha da mais adequada para o ensino e, para os estudantes, o aprendizado.                  

A linguagem C é indiscutivelmente a linguagem de programação mais famosa dentre todas as existentes no mundo. Ela e suas vertentes são poderosas ferramentas para desenvolvedores de hardware e software. Essas linguagens são, assim, classificadas como linguagens de médio nível. Para o universo da engenharia elétrica estas ferramentas são indispensáveis na boa formação de um profissional ,pois estão presentes em várias aplicações conhecidas, que, de forma geral, são microcontroladores.

Mesmo assim, um bom profissional não deve se ater apenas ao conhecimento de C e derivadas. A partir dela, o engenheiro pode optar em aprender linguagens de descrição de hardware, tais como Verilog e VHDL, que são muito próximas de C. Elas estão há muito tempo consolidadas, mas ainda são as principais ferramentas na criação de poderosos projetos. Como exemplo, há os projetos do Laboratório de Arquiteturas Dedicadas (LAD), do Laboratório de Arquitetura de Sistemas Integráveis e Circuitos (LASIC) e do Laboratório de Sistemas Digitais (LASID), sendo o primeiro laboratório da Universidade Federal de Campina Grande e os demais da Universidade Federal da Paraíba. O conhecimento dessas linguagens de descrição de hardware aplicado torna cada vez mais evidente o estado da Paraíba no Brasil, e no mundo, como referência em eletrônica.

Indo ao polo completamente oposto, há linguagens de programação de altíssimo nível com incríveis aplicações para os dias atuais. O fato de elas serem de alto nível significa que o programador pode transmitir suas ideias com mais conforto para arranjar o resultado final, mas a custo de desempenho do sistema. Como principais exemplos podem-se citar Python e Ruby. A primeira possui diversos módulos criados para diferentes aplicações além de haver integração com código C nativo a partir de um de seus módulos (Cython), o que a torna uma linguagem extremamente versátil quanto ao tempo de programação versus tempo de execução. Ruby é ainda de nível mais alto que Python, ganhando vantagens didáticas ao mesmo tempo em que é utilizada para aplicações na área de telecomunicações.

Não é necessário ser um exímio programador para se tornar um grande profissional nas diversas áreas da engenharia elétrica, da engenharia de computação ou das ciências da computação, mas pode-se notar que é de extrema importância tomar conhecimento das diversas linguagens de programação e suas utilidades para aumentar a versatilidade profissional do indivíduo.