A vida no caos
Desde os anos 1960, vemos o desenvolvimento da Teoria do Caos na tentativa de descrever como um sistema complexo se modifica completamente a partir de simples alterações nas suas variáveis.
Quando
fazemos planos para o futuro, não é muito comum que prendamos nossa
atenção em coisas simples como, por exemplo, a que horas eu irei acordar
nesse mesmo dia daqui a dez anos ou qual será o melhor par de meias que
usarei nessa mesma época futura. Ao fazer tais planos, faz muito mais
sentido se preocupar com coisas de mais relevância, como que tipo de
profissão exercer, onde morar, com quem viver, ou coisas do gênero.
É
na hora de executar esses planos que percebemos que nem tudo está sob
nosso controle e que temos que lidar diariamente com imprevisões, muitas
das vezes pequenas o suficiente para não serem notadas, que podem
modificar nossas vidas de forma bastante significativa.
Imaginando
situações hipotéticas sobre a vida de um indivíduo solteiro que ainda
está tentando encontrar sua profissão, seria possível observar como
coisas simples poderiam modificar completamente sua vida futura.
Situação I:
O
indivíduo ainda está cursando o ensino médio e, enquanto isso, ao
assistir a uma palestra realizada na sua escola, tem um grande interesse
despertado para estudar engenharia. Depois de certo tempo, ele começa a
cursar engenharia, se casa com uma colega da mesma turma e, quando
concluem o curso, vão morar na Europa.
Situação II:
O individuo também está no ensino médio, porém, no dia anterior a palestra, ele se
machucou praticando algum esporte e não teve a oportunidade de participar da mesma. Assim,
ele não se interessou em fazer nenhum curso de graduação, parou de estudar assim que
terminou o ensino médio, não se casou e continuou morando com a mãe.
A diferença entre as duas situações vividas pelo indivíduo hipotético seria muito bem explicada através da teoria do caos.

Por
volta de 1960, o meteorologista e matemático Edward Lorenz, do
Massachusetts Institute of Technology (MIT), simulava o processamento de
dados meteorológicos em um computador e teve a ideia de separar a
simulação, que era bastante demorada devido à quantidade de variáveis,
em duas partes. Lorenz simulou o processo até a metade do tempo, pegou
os resultados e reiniciou a simulação tendo esses dados como iniciais.
Antes de iniciar a segunda metade da simulação, arredondou algumas casas
decimais, acreditando que a modificação do resultado final seria
relativamente pequena. No final do processamento Lorenz percebeu que a
alteração do estado inicial, considerada por ele ínfima, resultou em uma
modificação drástica do resultado final da simulação. Em uma alegoria
dizendo “o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o
curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro
lado do mundo”, deixou essa observação conhecida como Efeito Borboleta.
Sydeney Wagner
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