O que fazer com o nosso lixo eletrônico?


Nós fazemos parte de uma geração na qual as preocupações com o meio ambiente tornaram-se um assunto de importância vital para o futuro da nossa sociedade. Diversos planos são traçados com o objetivo de proteger a natureza da ação degradante imposta pelo homem. Contudo, na realidade as coisas não vêm funcionando tão bem quanto o mais humilde dos ambientalistas queria. O Brasil atualmente é o país emergente que produz a maior quantidade de lixo eletrônico do planeta.

O bom momento econômico que nosso país vivencia há alguns anos impulsiona as pessoas ao consumo de produtos eletrônicos numa proporção jamais vista. O problema é que na maioria das vezes, quando compramos um eletrônico novo, queremos nos livrar do velho. E como se livrar do computador antigo ou daquele aparelho de TV ultrapassado? Aí é que mora o perigo. Muitos de nós achamos que tirando o lixo eletrônico de dentro da nossa casa, todo o problema está resolvido. Entretanto, não é bem assim que as coisas funcionam.


Muitos dos componentes eletrônicos possuem em sua composição metais pesados, como o cádmio e o mercúrio, que estão presentes em baterias e pilhas, por exemplo. Esses elementos são bioacumuláveis, logo, não se decompõem. A melhor solução para o descarte desses materiais seria destiná-los para empresas especializadas na reciclagem de tais produtos. Tais empresas realizam a desmontagem dos equipamentos e destinam cada tipo específico de peça para outras empresas que dão continuidade ao processo de reciclagem desses componentes. É possível reciclar até 98% de um computador tipo desktop, por exemplo. Os outros 2% são perdidos no processo de reciclagem.

Atualmente, existem por volta de 15 empresas de reciclagem de lixo eletrônico no Brasil com licenciamento ambiental para funcionamento. A maioria delas localizadas nas regiões Sul e Sudeste. Muito pouco para um país que só em 2009 registrou a venda de 11 milhões de novos computadores. Entretanto, essa situação pode mudar. Com a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) o percentual de produtos reciclados tende a crescer ano após ano.

O ponto chave para um descarte consciente desses produtos é uma interação equalizada entre o poder público e a educação da população. As pessoas precisam se conscientizar que jogar pilhas, baterias ou quaisquer outros componentes eletroeletrônicos no lixo não é o mais adequado e o poder público precisa adotar medidas que vão desde a conscientização da população, até a criação de dispositivos governamentais que proporcionem uma destinação adequada para cada tipo de componente eletrônico após ser descartado.


Rayan Barreto
    _________________________________________________________________________________________



Facebook Comments