Entrevista - Felipe Vilgovino Lopes



     Felipe Lopes é natural de Campina Grande e ingressou no curso de Engenharia Elétrica em 2005, onde participou do grupo PET-Elétrica. Atualmente é aluno de doutorado da UFCG e desenvolve uma pesquisa relacionada à localização de faltas em linhas de transmissão com os professores orientadores Washington Neves e Damásio Fernandes Jr.

        Em entrevista ao jornal PET-Elétrica, Felipe disserta sobre sua graduação e sua passagem pelo Grupo PET-Elétrica.

 
 

    1. Você é natural de que cidade e quando ingressou no curso de Engenharia Elétrica na UFCG? 

    Nasci em 1985 em Campina Grande e cresci nesta mesma cidade. Desde pequeno, eu sempre senti uma grande afinidade com a área das ciências exatas. No meu terceiro ano do ensino médio, eu tinha dúvidas entre os cursos de arquitetura e de engenharia civil. Nessa época, faltando uma semana para a inscrição do vestibular, o colégio onde eu estudava promoveu uma visita ao departamento de Engenharia Elétrica da UFCG. Mesmo visitando apenas alguns poucos laboratórios, achei fantástica a possibilidade de projetar circuitos e compreender melhor os fenômenos referentes à energia elétrica. Resultado? Acabei mudando todos os meus planos e ingressei no curso de engenharia elétrica. Tenho certeza que tomei a decisão certa!


    2. Relate um pouco de como foi o início da sua graduação.

   Posso dizer que o início de minha graduação, mais especificamente o meu primeiro período, foi um pouco complicado. Uma das disciplinas que mais gostava era física, porém, o volume de estudos não foi condizente com as minhas primeiras notas. A verdade é que eu me cobrei bastante no início do curso, pois eu pensava em consegui bolsas que estudo (como o PET, por exemplo). Geralmente são cobrados bons coeficientes de rendimento escolar (CRE) e, por isso, fiquei muito abatido com as primeiras notas baixas. Mas hoje vejo que estes primeiros resultados negativos serviram positivamente para minha formação como pessoa e como profissional. Comecei a ter mais serenidade para lidar com as dificuldades e passei a ter uma melhor estabilidade emocional. Tudo isso contribuiu bastante para que eu me formasse sem nenhuma reprovação no currículo e com um bom CRE. Tem gente que, durante a graduação, costuma amplificar problemas que podem ser resolvidos facilmente com calma e dedicação, mas, na minha opinião, isso não é bom para a vida profissional de ninguém.

 

    3. Qual era a sua visão do Grupo PET-Elétrica antes de você ser um petiano?

    Sempre ouvi falar muito bem do PET. Minha irmã mais velha foi do PET computação e então eu pude acompanhar desde pequeno várias atividades de um petiano. Além disso, em termos de capacidade dos petianos, as referências sempre foram as melhores possíveis. Alunos dedicados, super inteligentes e com uma extrema capacidade de comunicação. Tudo isso me fez ter desde o início de minha graduação uma visão muito positiva do PET-Elétrica.

 

    4. Em que ocasião surgiu o desejo de participar do PET?

    Como falei anteriormente, desde antes do meu ingresso à UFCG, eu já admirava o PET devido aos comentários que minha irmã petiana fazia. Eu queria ser um petiano desde o início da graduação e, por isso, a seleção do PET foi a primeira que eu decidi participar. 


    5. Como foi o seu processo de seleção para entrar no Grupo? E quanto tempo permaneceu no Grupo?

    Na época, as seleções demoravam muito para acontecer e tive muita sorte de 3 vagas terem sido abertas quando eu fazia ainda o segundo período. Disputei as vagas com colegas contemporâneos que eram muito capacitados e quem tinham CREs até maiores que o meu. Lembro-me que o processo seletivo consistiu apenas na análise curricular e em uma entrevista presencial, a qual foi liderada pelo professor Benedito Aguiar (tutor do grupo naquela época). Para mim o resultado foi uma tremenda surpresa, mas que mudou completamente minha vida durante a graduação. Muito bom relembrar isso tudo.

    Fiquei no PET de 2005 a 2009, quando saí por questões de estágio. Na época ainda pensei em fazer um estágio supervisionado para permanecer no grupo, mas hoje vejo que saí na hora certa. Na minha opinião, a oportunidade de um estágio integrado numa empresa atuante no setor elétrico é importante para a formação de qualquer engenheiro e não deve ser desperdiçada. Foi o que aconteceu comigo. Foram 4 anos inesquecíveis no PET. 

      

    6. Como o PET era naquela época? Quais atividades o Grupo realizava?

    Quando entrei no PET só existiam petianOs. Isso mesmo, só homens. Se não me engano, na minha seleção, haviam saído 3 mulheres e acabaram entrando 3 homens. Depois disso, demorou bastante para surgir outra vaga. Como falei anteriormente, o tutor era o professor Benedito Aguiar e, assim como hoje em dia, fazíamos atividades nas áreas de pesquisa, ensino e extensão. Lembro-me que cada um devia estar envolvido numa pesquisa e que chegamos a dar aulas de informática para comunidades carentes de Campina Grande. Além disso, participávamos de eventos para divulgação do curso de Engenharia Elétrica bem como ministrávamos minicursos. Naquela época existia apenas o minicurso de linguagem C e muitos alunos participavam.

    Alguns anos depois do meu ingresso no PET, o tutor passou a ser o professor Edmar. Lembro perfeitamente que o PET passava por momentos difíceis, pois o órgão financiador estava questionando na época a força de trabalho de alguns PETs de diversos estados do Brasil que estavam, digamos, “dormindo no ponto”. Bom, esse não era o caso do PET-Elétrica da UFCG, mas essa desconfiança motivou a elaboração de outros minicursos como o de Latex, manutenção de computadores e Matlab, bem como a criação do site e a idealização de eventos como o clube de montagens. A 


    7. Quais características foram adquiridas enquanto você fazia parte do Grupo PET? Elas permanecem até hoje?

    Dentre as características mais relevantes que adquiri através da participação no Grupo PET, posso citar a capacidade de escutar os mais experientes, de trabalhar em grupo e de lidar com atividades de diferentes gêneros simultaneamente. Essas características permanecem até hoje e têm me ajudado bastante desde o meu estágio até os dias atuais no meu doutorado.


     8. Em que você está trabalhando atualmente? O que você encontrou nesse ambiente que é parecido com o PET?/i>

    Atualmente estou no doutorado desenvolvendo pesquisas na área de localização de faltas em linhas de transmissão. Posso garantir que o ambiente é bem parecido como do PET uma vez que temos um orientador e atividades predefinidas para serem realizadas. A diferença é que nesta etapa de vida, já somos engenheiros, ou seja, temos autonomia para refletirmos com uma maior segurança sobre os temas abordados nas pesquisas. Além disso, na pós-graduação, é comum trabalharmos em conjunto com colegas doutorandos e mestrandos no desenvolvimento de trabalhos. Para mim, esta é outra característica que julgo ser bastante parecida com o ambiente do PET.

 

    9. Qual é a sua visão do Grupo hoje em dia?

    Continuo com a mesma visão de sempre. Sou um grande admirador dos Grupos PET, não apenas do PET-Elétrica, mas do “conceito PET”. Pelo que tenho acompanhado do PET-Elétrica da UFCG, vejo que ótimas atividades estão sendo desenvolvidas... Materiais de ensino sendo melhorados, trabalhos sendo publicados, eventos sendo criados. Aparentemente, a motivação do grupo está em alta e torço bastante para que permaneça assim. Acho que a colaboração do PET para a graduação tem sido imprescindível para a manutenção do conceito do curso de Engenharia Elétrica e isso me motiva bastante para continuar acompanhando as atividades do grupo.

 

    10. Finalizando a entrevista, o que você tem a dizer aos atuais integrantes do Grupo PET-Elétrica e aos futuros petianos?

    Primeiramente gostaria dar meus cumprimentos ao professor Benedito Luciano, novo tutor do Grupo PET-Elétrica da UFCG, a quem tenho bastante estima e admiração. Em seguida, gostaria de parabenizar a todos os petianos pelo ótimo trabalho que tem sido realizado. Continuem dedicados, motivados, unidos e sempre dispostos a escutar, aprender e ensinar. O PET precisa da sinergia de todos vocês que fazem o PET. Para quem já participa meus sinceros parabéns e votos de força para continuar neste caminho. Hoje em dia, já fora do programa, vejo que os petianos são enxergados, por muitos, como exemplos a serem seguidos. Já para os futuros petianos, só me resta convidá-los a conhecer um pouco mais deste grupo que está completando 20 anos de muita contribuição para a graduação e de muito sucesso na formação de engenheiros eletricistas cidadãos e responsáveis. Acreditem, vale muito a pena conferir.

 

    No mais, agradeço desde já a oportunidade de participar desta edição especial de 20 anos do PET e me disponho para colaborar sempre que for necessário. Parabéns PET-Elétrica, muito sucesso para todos...

  

Elvys Raposo e Natália Medeiros    

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