Entrevista- Maurício Henrique Bezerra Cardoso
O aluno Maurício Cardoso é
estudante de Engenharia Elétrica do 8° período e atualmente está fazendo um
intercâmbio na França pelo Brafitec.
1.Você
é natural de que cidade e quando ingressou no curso de Engenharia Elétrica na
UFCG?
Eu sou de Aracaju – SE e comecei o curso de
Engenharia Elétrica na UFCG em 2008.1
2.Você
participa de qual programa de intercâmbio? Qual o nome da universidade que você
foi estudar e onde ela se localiza?
Eu participo do programa Brafitec. Eu estudo no
ESISAR (Ecole Nationale Supérieure d'Ingénieurs des Systèmes Avancés et
Réseaux), que faz parte do grupo INP Grenoble, mas que não se localiza nessa
cidade, mas sim em Valence, que se localiza no sudeste da França, a 100 km de
Lyon e 600 km de Paris.
3.Como
foi o processo de seleção?
O processo de seleção consistiu na entrega de
documentos (histórico escolar, CV e carta de motivação) e uma entrevista.
4.Qual
a principal diferença vista por você da graduação aqui no Brasil e na França?
Minha resposta não vai ser completa, porque eu só
posso dar minhas primeiras impressões. Mas o que eu vejo de bastante diferente
é o comprometimento dos alunos e dos professores com a universidade. Eu vejo
mais dedicação e assiduidade aqui do que eu via no Brasil.
5.Você
está satisfeito com a oportunidade de estudar nesta nova Universidade?
Conte-nos um pouco de como é estudar por aí. Se você participou de algum
projeto, se os professores ajudavam no entendimento da língua e do assunto e de
como são os laboratórios.
Eu estou bastante satisfeito. O estudo aqui é
muito diferente. Por exemplo, em vez de um horário semanal bem estabelecido, os
alunos têm o horário alterado a cada semana. Isso significa que uma cadeira de
que eu tive aula hoje pode ser ministrada novamente somente daqui a duas
semanas. Outro ponto importante é que a carga horária é mais intensa que no
Brasil. Eu só tenho uma tarde livre, a da quinta-feira. Nos demais, minhas
aulas são das 8h às 17h, com pausa de 1h30 pro almoço. É raro um horário vago
que não seja na quinta-feira. Outro ponto interessante é a quantidade de
cadeiras: são várias, porém com a carga horária menor. Por exemplo, uma das
cadeiras já se encerrou, antes mesmo de um mês de aula, pois sua carga horário
era de apenas 7 aulas. É interessante notar também que o campus é muito pequeno
em comparação com a UFCG e tem menos estudantes, o que faz com que eles sejam
bem integrados entre si. Quanto aos professores, eles são bastante gentis e
todos foram bem claros que podemos interromper a aula em caso de dúvidas,
principalmente em relação ao idioma. Além disso, quando o idioma é um
empecilho, eles não hesitam em tentar explicar de uma segunda maneira, com
palavras mais simples e mais lentamente. Eu não participo de nenhum projeto,
nem creio que teria tempo para tanto. Em relação a atividades
extracurriculares, a universidade oferece muitos esportes a preços acessíveis,
e na cidade há uma variedade muito grande de atividades. Por exemplo, eu
participo de um clube de improvisação e de dança. Quanto aos laboratórios,
ainda não posso fazer comentários, porque os chamados Trabalhos Práticos
(nomenclatura para atividades no laboratório) ainda não começaram.
6.A
coordenação do curso oferece algum auxílio com relação a estágios em empresas?
Existe uma cadeira chamada Master Business, em
que os alunos assistem palestras de como redigir um CV e uma carta de
motivação, como encontrar estágios, como se portar em uma entrevista, etc. Há
também fóruns organizados pela universidade para colocar os alunos em contatos
com as empresas. Eu vejo que a existe uma preocupação por parte da universidade
em auxiliar os alunos e alertá-los da necessidade de encontrar um estágio o
mais breve possível.
7.Como
é lidar, no cotidiano, com a língua francesa? Neste sentido, quais são suas
maiores dificuldades?
Pessoalmente, a língua foi um empecilho maior do
que eu esperava. Meu sotaque é muito carregado (assim como o de todos
latino-americanos), então às vezes algumas pessoas não me entendem e isso é
frustrante. Porém, a maioria das pessoas me entende e, ao contrário do
estereótipo francês, se demonstra paciente ao falar comigo quando nota que sou
estrangeiro. Algo interessante é que às vezes eles tentam falar comigo em
inglês, o que me irrita, porque é como se meu francês fosse nulo e,
sinceramente, não há nada mais incompreensível que um francês falando inglês.