A netiqueta que falta no e-mail da graduação


A tecnologia Google Groups é um poderoso meio de comunicação para pessoas com interesses compartilhados ou pertencentes a determinado conjunto; permitindo a discussão de temas e divulgação de notícias pertinentes aos membros da lista. Como em todo ambiente comum, a utilização desse recurso também segue determinadas normas de conduta que objetivam manter o bom relacionamento entre os participantes da comunidade. Tais recomendações são chamadas de netiqueta e conduzem a um melhor aproveitamento do espaço.

Em se tratando do grupo criado para a graduação de Engenharia Elétrica da UFCG, atualmente com 1476 membros entre alunos, ex-alunos e professores, observa-se eventual má utilização da ferramenta; uma fuga ao propósito original que se deve à falta de condutas adequadas por parte de alguns usuários. Como resultado, há circunstâncias nas quais o recurso funciona mais como um lugar para divulgação de notas, canal de vendas ou, no pior dos casos, um espaço para discussões de pouco significado que apenas visam deboche e ridicularização.

Neste sentido, o que dizer de tópicos como “Boy da Bike”, “Querem trocar o pi pelo tal”, “CAMESAS” e “Maníaco do Gol Preto”? Assuntos que conseguiram uma enorme repercussão dado o teor debochado encontrado na maioria das postagens. O e-mail “Caderno Perdido (do fera)” é um exemplo clássico: obteve 59 respostas essencialmente voltadas à tarefa de informar sobre a perda do material.

 A própria utilização desta lista, assim como a demanda por moderadores, já foi debatida inúmeras vezes, numa clara evidência à recorrente falta de netiqueta. E o problema não se restringe à vinculação de temas inadequados, está também na atitude de alguns colegas que por repetidas vezes expõem outros a constrangimentos desnecessários (seja pela forma agressiva de se reportar ou através de correções inconvenientes de português). O mais absurdo - e que não se pode esquecer de mencionar - é a ocorrência de palavras de baixo escalão, usadas de forma indisciplinada ao longo das conversas.

 Para evitar tais desdobramentos, assim como extensos debates, o que a netiqueta recomenda é tentar manter o mínimo de respeito pelos outros participantes do debate, evitando tratar as pessoas com ofensas e má educação (nada muito diferente do que se deveria aprender no convívio familiar). Já no caso de pessoas que vinculam informações inadequadas ao espaço, apenas orientar educadamente o usuário, mostrando-lhe que o meio não é apropriado para aquele tipo de assunto.

 Ao decidir vincular determinada informação ou suscitar uma discussão, avaliar se aquele conteúdo é de fato pertinente ao grupo e deixar claro no assunto o teor da mensagem - principalmente quando esta remete apenas a um subgrupo. Além disso, correções de português e críticas pessoais devem ser encaminhadas exclusivamente à pessoa em questão, evitando essas verdadeiras batalhas que se desdobram ao longo de postagens (afinal, um comentário deve ser construtivo e saudável, não motivo de promoção pessoal).

 Por fim, vale ressaltar que tanto a etiqueta quanto netiqueta são parte do marketing pessoal (seja ele positivo ou negativo). Alunos que pretendem se tornar engenheiros devem se comportar como adultos responsáveis, inclusive em uma lista de graduação.

                                                                             Thyago Sá