O crescimento e a distribuição da Internet no mundo


                A Internet é um advento extremamente recente na história da humanidade.  A  sua  semente  foi  plantada no período da Guerra Fria, quando em 1969, nos Estados Unidos, a ARPA  (Advanced Research Projects   Agency  )   desenvolveu   a   ARPANET ,   a   primeira   rede operacional  de  computadores  que  funcionava  por  chaveamento de pacotes,  interligando  bases  militares  americanas a vários centros de pesquisa, principalmente universidades.
             O    maior    objetivo    da    ARPANET   era   descentralizar   as informações     militares    estadunidenses ,   prevenindo    assim   uma catástrofe   no   caso   de   um    ataque  nuclear   soviético    atingir    o Pentágono ,  onde  essas  informações  eram concentradas. 

 A ARPANET cresceu muito até a década de 1980. Com o aumento da utilização da rede para fins não-militares em razão da inserção de muitas universidades, ela dividiu-se, gerando a MILNET em 1984, de uso exclusivamente militar. O restante da rede teve seu nome posteriormente modificado para Internet e foi tornada pública. Desde então a Internet cresce de forma rápida.        

 No Brasil ela chegou em 1987 quando a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e o LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica) conectaram-se a instituições dos Estados Unidos. De nossas universidades a primeira a entrar na rede foi a UFRJ, em 1988, conectando-se também aos Estados Unidos através da UCLA (University of California, Los Angeles). A partir de então varias universidades brasileiras integraram-se à Internet, no entanto ela permanecia restrita ao uso acadêmico e de instituições de pesquisa. Só em 1995 a rede brasileira foi aberta para fins comerciais e uso comum.

 Nos últimos anos o número de usuários da Internet sofreu grande expansão, e esse aumento continua forte.  Em 1995, existiam apenas 16 milhões (0.4% da população mundial), um grupo muito concentrados nos EUA. Já em 2000, havia 361 milhões (5.8%), enquanto hoje são 2.11 bilhões de internautas (30.4%, segundo dados de junho de 2011). Nos últimos 10 anos o crescimento foi de 340.5%.

 Apesar do crescimento e da abrangência, os números obtidos a nível global não condizem com realidades específicas.  Por exemplo, nos estados africanos, em média, apenas 11.4% da população é usuária - o que representa 5.7% dos internautas do mundo. Pouquíssimos países do continente têm um índice mais elevado de penetração (quantos por cento da população utilizam a Internet); como o Marrocos, com 41.3% (13.2 milhões de pessoas). O maior número de usuários é encontrado na Nigéria, cerca de 44 milhões, 28.3% de sua população. Em contrapartida, a penetração na Etiópia é de apenas 0.5% (445.4 mil pessoas); enquanto na África do Sul apenas 13.9% da população acessa a Internet (6.8 milhões). Sem dúvida os baixos índices africanos se devem à pobreza generalizada, fator que inviabiliza o fornecimento e a exploração do serviço.

 Em contrapartida, nos Estados Unidos a penetração é de 78.2%, 245 milhões de pessoas.  Valor que corresponde, aproximadamente, a 12% dos usuários do mundo e 90.1% dos usuários norte-americanos (porcentagem esta dividida com os canadenses).

 Quanto ao maior número de pessoas com acesso à Internet, o país que deu origem à grande rede não encabeça essa lista. Como todos já devem supor, essa colocação pertence à China. Com 477 milhões de internautas, representando cerca de 23% do número total, o país tem uma penetração de 35.7%. Sozinha a China detém 51.7% dos usuários asiáticos, após ela seguem empatados a Índia e o Japão, ambos com 10.8%, sendo que a penetração da Índia é de 8.4%, e a do Japão 78.4%. É relevante observar a verdadeira explosão de internautas chineses nos últimos 11 anos. Em 2000 eram apenas 22.5 milhões contra os atuais 477 milhões, um aumento de 2020%.

 Com tantos chineses e indianos fica difícil competir. No entanto, os índices de penetração são o real indicador do quão igualitariamente se distribuí o acesso à rede entre as camadas sociais, dado que agrega informações sobre a qualidade de vida. O país com o maior índice de penetração da Ásia é a Coréia do Sul, 80.9%.

 Em relação às principais línguas faladas na rede, até junho de 2010 em primeiro lugar estava o inglês com 536,6 milhões de usuários. Em segundo, o chinês com 444,9 milhões. Na sequência encontram-se o espanhol (153,3 milhões), o japonês (99,1 milhões) e o português (82.5 milhões), fechando o “Top 5”.

Na Europa em média 58.3% das pessoas usam a Internet, formando um total de 476,2 milhões, 22,7% dos usuários do mundo (quase alcançam os chineses!). O destaque vai para a Alemanha, que tem 65,1 milhões de internautas - 79,9% de sua população.

No Oriente Médio os maiores índices de penetração são de Israel (70.4%) e dos Emirados Árabes (69%), enquanto o menor pertence ao Iraque (2.8%).

E quanto ao Brasil? Na América do Sul nós ganhamos com boa vantagem em números absolutos, somos 76 milhões de usuários, 37.4% de nossa população. A Argentina vem a seguir, com 27.6 milhões. Contudo em termos relativos os argentinos detêm a primeira posição (66% de sua população conectada), já a última fica com a Bolívia (10.9%).

Nós, internautas brasileiros, crescemos 1419.6% nos últimos 11 anos, um dado bem expressivo. A perspectiva é de que esse crescimento continue com o PNBL (Programa Nacional de Banda Larga) do atual governo visando popularizar a conexão em banda larga. No entanto, há controvérsias com relação à qualidade do serviço que seria oferecido.

A Internet tem um futuro promissor em todo o mundo. Na grande maioria dos países observam-se taxas elevadas no aumento de usuários. Cabe a nós escolher como usá-la, pois nela tanto encontramos uma fonte inesgotável de informações, inclusive de muito boa qualidade, como também uma grande quantidade de lixo cibernético. Uma ferramenta que permite salvar incontáveis vidas, mas também realizar crimes atrozes; o meio mais democrático que já tive chance de observar e participar.

 

  João Paulo Agra


Todos os dados foram extraídos de:

·         http://www.internetworldstats.com/


Outras informações podem ser obtidas em:

·         http://personalpages.manchester.ac.uk/staff/m.dodge/cybergeography/atlas/historical.html

·         http://homepages.dcc.ufmg.br/~mlbc/cursos/internet/historia/Brasil.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Internet

·         http://pt.wikipedia.org/wiki/ARPANET

·          http://pt.wikipedia.org/wiki/Internet

Acessos em 29/07/2011.