Direito para todos?

 

Uma série de leis brasileiras “garantem” que todo cidadão tem o direito a se integrar socialmente, se locomover e ter acesso aos lugares sem passar por dificuldades ou constrangimentos. Infelizmente, estes direitos não são garantidos em grande parte dos locais com destinação pública e/ou coletiva e, como exemplo disso, temos os problemas de acessibilidade em nosso campus.

Mas o que seria mesmo acessibilidade? Segundo o Decreto-lei 5296 de 2 de dezembro de 2004, temos: “acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida”.

Na UFCG, a maioria das salas e laboratórios (e até mesmo a biblioteca!) só podem ser acessadas por meio de escadas, prejudicando os portadores de algum problema de locomoção. Sabemos que as universidades precisam ser referência para todo país em cidadania, logo as pessoas portadoras de deficiência devem encontrar uma estrutura arquitetônica que os garanta autonomia em seu dia-a-dia. Não seria utópico esperar uma universidade com rampas de inclinação adequada, banheiros adaptados, bebedouros e telefones públicos que possam ser utilizados por usuários de cadeira de rodas, além do fim das barreiras de circulação entre os blocos.

Enquanto novos prédios são construídos e inaugurados, inclusive com uma ótima estrutura para deficientes físicos, os antigos possuem uma estrutura precária e seus problemas não são e nem parecem estar próximos de serem solucionados. A impressão que temos é de que poucos se interessam em garantir que as pessoas com deficiência tenham seus direitos resguardados. O que acontece em nossa universidade é, infelizmente, o reflexo dos problemas do Brasil, muitas leis existem, mas poucas são realmente cumpridas.


Nayara Brandão de Freitas



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