CA: Ter ou não ter?
O Centro Acadêmico, comumente lembrado pela sigla CA, é uma instituição da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) ligada à representação estudantil. A todo curso da UFCG é reservado o direito de apresentar um CA e não é diferente com Engenharia Elétrica. Contudo, desde a vigência de 2009.1 os mais de seiscentos alunos do maior curso desta universidade estão sem representantes.
Para compreender o quão negativamente repercute esse fato é preciso observar que o CA de Engenharia Elétrica (CAEE) não é uma falácia, um “clube” ou uma perda de tempo. Ele constitui um órgão encarregado de assegurar os direitos de nosso corpo discente, sendo dirigido por estudantes desse conjunto.
As eleições são anuais (ao menos em teoria) e, no caso de existir apenas uma chapa concorrendo, ela deve obter 50% + 1 dos votos totais. Quanto às atribuições do CA, estas são diversas, mas é possível agrupá-las em duas vertentes: eventos e representatividade.
O número de eventos de integração organizados varia de acordo com as propostas da chapa eleita. Os mais comumente realizados são a Recepção dos Calouros, os Campeonatos Internos, a Semana de Engenharia Elétrica (SEE), além de festas com objetivos variados. Nas Calouradas, o CA também participa: age como mediador entre os formandos e o DCE no que diz respeito às barracas.
Na questão da representatividade, o Centro Acadêmico atua frente a outras instituições: é a “voz” dos estudantes. Nos Conselhos de Centro, Assembléias do DEE, Reuniões do DCE e Câmara de Ensino, os integrante do CA estão presentes. Por fim, quando ocorrem problemas entre alunos de Engenharia Elétrica e qualquer outra entidade (a exemplo de professores e Departamentos), o CA é um meio legal e seguro para ação. Tal característica se deve à ausência de personificação: o Centro não é uma pessoa ou um grupo de pessoas e, consequentemente, não deve sofrer qualquer retaliação.
É transparente a importância de um CA funcional. Resta o questionamento: o que levou à desativação do CAEE?
A ultima chapa foi escolhida em Setembro de 2007 e se chamava Resistência Dielétrica. O mandato de um ano encerrou em Setembro de 2008, entretanto não ocorreram novas eleições.
Objetivos individuais e sentimento de dever cumprido (os representantes já haviam oferecido sua contribuição em uma ou mais gestões), aliados à desestimulante ausência de interesse da graduação quanto às atividades do CA, levaram os participantes da Resistência Dielétrica a não se candidatarem novamente. Em suma, não foi possível montar ao menos uma chapa para concorrer; as eleições acabaram prorrogadas (indefinidamente) e o CA está inativo desde então.
Engenharia Elétrica é um curso que exige muito de seus estudantes. Entretanto, por mais trabalhos e projetos que se possa acumular, somos 665 e bastam alguns para manter o CA! A questão essencial não está atrelada aos números, mas sim à apatia.
Apesar de possuir um corpo estudantil robusto, Elétrica parece não ter voz. Resta lembrar aos possivelmente (ou intencionalmente) esquecidos que estamos numa instituição pública e doar um pouco do tempo individual é mais que altruísmo: é justiça.

Resistência Dielétrica, alguns dos integrantes:
Presidente: Cintya Leyse Brilhante de França
Vice-presidente: Karina Cordeiro Antas
Secretaria Geral: Elíbia Teresa Moreira Colaço
Tesoureiro: Tony Carlos Mouta Cavalcanti
Paola P. Furlanetto