Ciência, Tecnologia e Transição
Ainda na euforia tecnológica advinda da revolução industrial, a transição do século XIX para o século XX foi marcada pela ascensão de diversas áreas do conhecimento, em especial a Ciência. A filosofia de que a Ciência é fundamentada nos infindáveis questionamentos do homem sobre a natureza passou a não ser mais suficiente, a partir de então Ela não apenas responde, mas também interfere na própria natureza, definindo novas e melhores maneiras de viver. Foi nesse cenário de evolução e descoberta que Heike Kamerlingh Onnes deu início à fascinante história da supercondutividade, o fenômeno que pouco depois mudaria o entendimento sobre a resistência elétrica dos materiais.
Transmitir eletricidade sem oferecer resistência - e consequentemente sem gerar calor - produzindo campos magnéticos tão fortes a ponto de fazer trens levitarem, parecia ser uma ideia impossível. E mesmo depois da Física comemorar o aniversário de um século da descoberta, o curioso fenômeno continua a intrigar e a desafiar os cientistas e pesquisadores, prometendo avanços tecnológicos revolucionários. Há quem diga que num futuro não muito distante a supercondutividade nos levará ao espaço. É o que os cientistas da NASA vêm sugerindo nas últimas décadas. Eles acreditam que a melhor forma de ir ao espaço será em um elevador capaz de flutuar sobre os trilhos, com o uso dos supercondutores.
Mas sobre esse futuro, você já parou para pensar no que nos espera? Stephen Hawking, Bill Gates e Elon Musk sim. Os três possuem apenas duas coisas em comum, riqueza e inteligência suficientes para contribuir diretamente para o desenvolvimento científico e tecnológico do mundo atual, certo? Errado, além de mudarem os paradigmas da realidade, eles compartilham o medo da possível “revolução das máquinas”, na qual a humanidade perderia o papel principal para os próprios inventos. Isso parece impactante para você, caro leitor? Então segure-se e embarque conosco numa aventura em que é difícil estabelecer uma fronteira entre a Ciência e a Ficção: a Inteligência Artificial.
Apocalipse de aparelhos artificialmente inteligentes? Precisamos esperar para ver (ou não ver). Entretanto, a modernidade tecnológica atual torna perceptível a interferência cada vez mais frequente das máquinas no cotidiano das pessoas. A saúde é uma das grandes referências otimistas de que, com responsabilidade e bom senso, a tecnologia pode, sim, continuar a ser usada a nosso favor. Como exemplo, existem diversos equipamentos que otimizam a realização de análises clínicas, tornando-as mais rápidas e precisas, e, consequentemente, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e monitoramento de focos de doenças virais.
Outra forma de manter o bom senso na produção de tecnologia é a padronização. Nossa existência depende, desde o início, de padrões, o que contribuiu enorme e positivamente para grande parte dos aspectos da nossa vida. Com a tecnologia não é diferente, para alcançar o máximo de qualidade é preciso seguir as normas pré-estabelecidas, que asseguram as características desejáveis do produto. Nesse contexto, o Inmetro padronizou em 2011 um novo modelo de plugues e tomadas. O problema agora não é mais a falta de compatibilidade, mas sim a resistência da população em adaptar-se ao padrão.
Com Supercondutores, Inteligência Artificial, Padronização, Tecnologia a favor da saúde e com entusiasmo semelhante ao mar de possibilidades originado pela revolução industrial, damos início a uma nova fase do Jornal PET-Elétrica e nos despedimos da até então Editora-Chefe Emilly Rennale Freitas de Melo que, com seu brilhante trabalho, encantou muitos leitores por 12 (doze) edições.
É nesse clima de transição que reafirmamos a você, caro leitor, na 79ª Edição do nosso Jornal, o compromisso de levar Ciência, não como um privilégio de poucos, mas como peça fundamental do cotidiano de todos nós, contribuindo e transformando até mesmo os momentos mais simples da nossa existência. Mudar sempre será um desafio, mas estamos certos de que mudanças que mantêm a crença no valor da descoberta e da acumulação do conhecimento científico e tecnológico tornam o desafio ainda mais empolgante. Não haverá limites!
Boa leitura a todos!
Wislayne Dayanne Pereira da Silva
Equipe Editorial do Jornal PET-Elétrica
|