Goethe é um
clássico, e isso quer dizer
–e é dito a
exaustão- que sua obra representa
um dos ápices do
espírito humano, que ela
sintetiza
brilhantemente o seu tempo, que ela
é um tesouro de seu
país e um patrimônio
universal etc.,
etc.,etc.
[Folha de S. Paulo –
Caderno Mais! 1999]
É preciso abraçar
a volúpia, fartar-se de
prazeres e não ter
medo da morte.
[Johann Wolfgang von
Goethe]
Não há quem nunca
tenha ouvido falar em Fausto (um dos 10 livros a serem lidos antes de
morrer) ou nos Sofrimentos do Jovem Werther. Goethe não é apenas um
clássico da literatura mundial, é a essência e o princípio da
literatura germânica.
O curioso, é que Goethe nasceu em 1749, descendente legítimo da burguesia local,
filho do conselheiro imperial do Sacro Império Romano Germânico.
Naquela época sequer havia Alemanha (era um conjunto de reinos
distintos, duducados e cidades livres) e o idioma era pouquíssimo
conhecido uma vez que não havia obras de arte notórias a título de
poemas, romances ou peças como no caso do francês e italiano. Se
hoje há uma literatura alemã, por certo, ela existe graças ao
suicídio de um jovem apaixonado e de um doutor que vendeu a alma ao
diabo.
Goethe foi autor da primeira grande tragédia do teatro alemão ( Götz Von Berlichigen),
tornou-se ainda jovem uma celebridade, e quando mais maduro não foi
apenas um escritor influente, foi um pensador respeitado e defensor
da educação e cultura. Influenciou diversos grandes nomes como
Shelley, Byron, Nietzsche e Freud.
Dentre autobiografias, cartas, conversas, notas críticas, resenhas, diários, anotações
científicas e ficções o que se percebe na totalidade da obra
Goetheana é uma alta carga de pessoalidade, muito do que foi escrito
por ele foi antes disso intensamente vivido, mesmo suas
convicções e seu ideário racional foram fruto de experiências
intensas e algumas até físicas.
Goethe morreu aos 82 anos, em Weimar, poucos dias após o término da segunda parte de
Fausto, obra que segundo o próprio autor encerrou a sua missão
artística.
Ilis Nunes Almeida Cordeiro
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