Diversos‎ > ‎

Diversos

 

10ª Edição

Desafio Poesia

 

Desafio

Se XY + YX = ZXZ,  então quanto é XYZ?
OBS: X, Y e Z são algarismos.

Você conseguiu solucionar o desafio? Envie sua resposta para nós conferirmos!
O email é jornalpeteletrica@gmail.com

Resposta do Desafio da 9ª Edição:

O relacionamento mais próximo que minha filha pode ter com a irmã da mãe do sobrinho da minha irmã é ser ela mesma, já que a irmã dela, minha outra filha, pode ser casada com meu irmão, e assim, ser mãe do meu sobrinho.

Acertadores: Uian Sol Gorgônio e Júlio Cesar Diniz.

Responsável: Nustenil Segundo de Moraes Lima Marinus

 

Poesia

“Poeta raquítico”
(Antônio Elias referindo-se a dos Anjos)

“Talento transviado pelo cientificismo; a promessa
de um extraordinário poeta, abortado na alma de um filósofo”
(Osório Duque Estrada)

“Sou uma sombra! Venho de outras eras, da escuridão do cósmico
segredo, da substância de todas as substâncias”
(Augusto dos Anjos, Monólogo de uma sombra)

Augusto Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu em 20 de abril de 1884, no município Cruz do Espírito Santo, interior da Paraíba.  Sua infância e adolescência foram retratos do declínio da economia do açúcar e, conseqüentemente, do fracasso financeiro da sua família. Aos 16 anos, já publicava seus poemas e atuava como colaborador do jornal O Comércio; com apenas 17 anos, já lidava com críticas severas (e descabidas) de outros colaboradores e críticos, mostrando-se plenamente capaz de se defender, com argumentação sólida e ironia características. Formou-se em direito, no entanto, nunca exerceu a profissão; em lugar disso, sempre quis ser professor de literatura.  Casou-se e teve dois filhos, morreu precocemente aos 30 anos, vítima de pneumonia.
Sua poesia estarrece e choca antes de deleitar o leitor. Tudo em Augusto dos Anjos é fascinante. Seu materialismo, obsessão pela morte, pessimismo, o seu tom egocêntrico, a musicalidade nos versos cheios de métrica e rima, o vocabulário esdrúxulo e, sobretudo, a criatividade.
A abordagem da morte na obra de Augusto não trata do aspecto religioso ou metafísico, e sim o aspecto funesto e a crueza física. A redução do homem ao cadáver em decomposição, aí reside seu materialismo. Seu profundo pessimismo (que beira o niilismo) não oferece fuga, paraíso ou trégua, nada salva ou redime, é esse o destino dos homens e dele não há escapatória.
Para se expressar, ele é capaz de combinar palavras de cunho estritamente científico e outras tantas de um lirismo que poucos poetas foram hábeis a manipular; seus versos, ora são violentos, ora ternos e suaves. A forma dos seus poemas é impecável ao mais severo dos parnasianos.
Augusto dos Anjos recebeu toda sorte de críticas, sempre levantou polêmicas e ainda assim não deixava de surpreender a cada novo poema ou publicação no jornal.
Seu único livro publicado foi “Eu” e, após edições, “Eu e outras poesias”, cuja terceira edição (já póstuma) foi um sucesso de vendas extraordinário. Foram 3000 exemplares vendidos em 15 dias e 5500 em dois meses. Ainda hoje, “Eu” é o livro de poemas mais vendido da história da literatura brasileira.

Ilis Nunes

Psicologia de um

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e á vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade é uma mentira.
É. E por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?!

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
- Alavanca desviada do seu fulcro -

E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!

Comments