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DICAS



Dicas de Livros Dicas de Filmes Dica de Música Dica de Série

 

Dicas de Livros




Noite na Taverna


“Quem sou eu? Fui poeta aos vinte anos,
um libertino aos trinta- sou um vagabundo
sem pátria e sem crença aos quarenta.”

Álvares de Azevedo

A literatura nacional foi brindada no século XIX com um dos seus maiores escritores, Álvares de Azevedo. Escritor e estudante de Direito, fruto do movimento ultrarromântico, influenciado por Lord Byron e E. T. A Hoffman, ele em sua curta vida (morreu aos vinte anos vítima de uma tuberculose) escreveu além de “Noite na Taverna”, “O Conde Lopo”, “Macário” e o mais conhecido “A Lira dos Vinte Anos”. A história de “Noite na Teverna” se inicia com um grupo de homens reunidos em uma taverna e que começam a compartilhar suas histórias mais macabras e desconfortantes.

O livro é dividido em sete partes, no primeiro capítulo são introduzidos os personagens reunidos no bar: Johann, Bertram, Archibald, Solfieri, o adormecido, e Arnold. As primeiras páginas deixam transparecer o clima da geração do mal do século, a irreverência incontida, a tendência a divagações literário-filosóficas, a vivência desmedida e sofrida e, principalmente, a morbidez. Cada personagem na história intitula um conto, que narra uma aventura fantástica e ao mesmo tempo surreal, entretanto sempre provando o acontecido ao final. Por fim, o último capítulo retoma a narrativa em terceira pessoa e narra o desfecho da noite na taverna quando uma das personagens retorna para acertar as contas e vingar-se.

Os contos giram em torno dos temas do amor e da morte, característica dúbia muito explorada pelo romantismo, que são relacionados pela presença de momentos de diversas loucuras surreais e impensáveis. Assim, o amor está sempre na fronteira com a morte e a sexualidade é revestida de culpas e punições. O tema envereda pelo extravagante e hiperbólico. Necrofilia, catalepsia, amor obsessivo, infanticídio, assassinatos, ingratidão, aborto, adultério, sonambulismo, suicídio, emprego de narcótico como recurso amoroso, incesto e fratricídio são as matérias primas para as histórias contadas pelas personagens. E tudo isso, precedido por um vivo debate filosófico.

“Não é a lua que lá vai macilenta: é o relâmpago que passa e ri de escárnio às agonias do povo que morrem aos soluços que seguem as mortualhas da cólera.”

Ficha Técnica
Autor: Álvares de Azevedo
Editora: L&PM
Edição:
Páginas: 96
Gênero: Romance
País de Origem: Brasil

José Iuri Barbosa de Brito





Anjo Mecânico




“Anjo Mecânico” apresenta o mundo dos caçadores de sombras, contando a história de Theresa Gray, uma garota que se muda para Londres para viver com seu irmão após a morte de sua tia. Ela descobre que possui um estranho poder e acaba se tornando uma peça importante na luta entre os caçadores de sombras e o submundo.

O livro é escrito em terceira pessoa permitindo uma ambientação completa da Londres de 1878. Além disso, o cenário é bem construído com uma boa caracterização de igrejas, ruas, costumes e roupas característicos da época e, é claro, com um toque de magia próprio da história.

Os personagens, mesmo possuindo poderes fantásticos, conseguem ser bem caracterizados e reais fazendo com que o leitor simpatize com suas dúvidas e anseios. Além disso, Theresa é uma ávida leitora e por essa razão todos os capítulos começam com algum trecho de poesia clássica. Com a sua escrita envolvente, Cassandra Clare leva o leitor a uma viagem no tempo para uma época mais sombria repleta de ação, reviravoltas, romance e criaturas fantásticas.

Ficha Técnica
Autor: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Edição: 1
Páginas: 392
Gênero: Romance
País de Origem: EUA

Clarice Sofia Henrique Soares


Dicas de Filmes



Estrelas Além do Tempo



O filme se passa durante a Guerra Fria, quando os Estados Unidos competia com a Rússia na corrida espacial a fim de enviar o primeiro homem ao espaço. Nesse contexto, a NASA encontrou um grupo de matemáticas negras que serviram como cérebros por trás de uma das maiores operações da história.

Estas mulheres trabalhavam como computadores, ou seja, eram responsáveis pelo tratamento numérico de um modelo matemático, testado utilizando o cálculo numérico. No início do filme, as três personagens principais fazem parte de um grupo de computadores segregados, as quais ficavam em um lugar mais recluso da NASA e não possuíam os mesmos direitos que os funcionários brancos.

Durante filme podemos acompanhar o desenvolvimento das protagonistas, sendo estas: Katherine Jonhson (Taraji P. Henson), que calcula as trajetórias necessárias para que o voo orbital de Jonh Glenn (Glen Powell) retorne a atmosfera e pouse num ponto específico do oceano; Mary Jackson (Janelle Monáe) que supera todos os obstáculos a fim de se tornar a primeira mulher engenheira da NASA; Dorothy Valghan (Octavia Spencer), que estuda como programar o novo computador da IBM.

Filmes como este são importantes lembretes dos males da segregação, ao mesmo tempo que oferecem a esperança de que isto pode ser superado. Além disso, a história dessas brilhantes cientistas é bem cativante e pode instigar mentes jovens sobre a importância da matemática, mostrando como os modelos teóricos podem ser aplicados em realizações tão importantes para o desenvolvimento científico e tecnológico.

Ficha Técnica
Diretor: Theodore Melfi
Lançamento: 2016
Duração: 2 horas e 7 minutos
Classificação: Livre
Gênero: Drama, Ficção histórica
País de Origem: Estados Unidos

Thiago Victor Pereira de Araújo









Eu, Robô




O filme “Eu, Robô” traz, mesmo após mais de uma década de lançamento, um receio ainda atual de parte da população: a robótica poderia alcançar um nível de independência a ponto de se tornar uma ameaça à raça humana?

O filme de caráter futurista é baseado numa coletânea de nove contos, de mesmo nome, de autoria de Isaac Asimov, ainda mais especificamente nas Três Leis da Robótica, idealizadas pelo escritor – primeira lei: um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano venha a ser ferido; segunda lei: um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a primeira lei; terceira lei: um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a primeira ou segunda lei.

Toda a história se passa no ano de 2035. A US Robotics (USR), conceituada empresa do setor de robótica, desenvolve robôs autônomos capazes de realizar diversas atividades para auxiliar os seres humanos. A presença das avançadas inteligências artificiais em meio às pessoas no cotidiano é considerada inofensiva para a maioria. Porém, enquanto a USR se prepara para lançar o seu mais novo e avançado modelo no mercado, o NS-5, o seu criador e principal cientista da empresa, Dr. Alfred Lanning (James Cromwell), é encontrado morto após cair de seu quarto alguns andares acima do saguão principal da empresa.

A responsabilidade de desvendar o mistério é dada ao detetive Del Spooner (Will Smith), um homem amante do estilo de vida antigo que possui certo receio em relação aos robôs. Teria o cientista se suicidado, ou há a possibilidade dele ter sido assassinado pelo robô Sonny, que era a única companhia de Lanning no momento de sua morte? Se a última opção estiver correta, os robôs teriam encontrado, então, uma forma de quebrar as leis de sua própria existência? “Eu, Robô” traz muitas cenas de ação, e todo o enredo é carregado por suspense e especulações até de quem assiste, na tentativa de entender o mistério por trás da morte do Dr. Lanning.


Ficha Técnica
Diretor: Alex Proyas
Lançamento: 2004
Duração: 1 horas e 54 minutos
Classificação: 10 anos
Gênero: Ação, Ficção Científica
País de Origem: EUA

Francisco Daniel da Silva Zumba

Dica de Música




Calma Aí, Coração 




Nascido no estado do Maranhão em abril de 1966, Zeca Baleiro iniciou sua carreira participando de festivais populares e compondo músicas para teatro infantil nos anos 80. Entretanto, seu primeiro disco só foi lançado em 1997, denominado “Por Onde Andará Stephen Fry”, o disco trazia uma mistura de ritmos e referências culturais diversas, tal característica permeia todos os seus trabalhos.

Em 2014, Baleiro lançou o seu décimo sexto disco intitulado por “Calma Aí, Coração”. Nesse novo projeto, Zeca apresenta regravações de clássicos dos cantores Martinho da Vila, Raul Seixas, Adriana Calcanhoto e outros. O disco é composto por 14 faixas, entre as músicas do CD está presente um novo arranjo para a canção “Price Tag”, da cantora britânica Jessie J. e o título “Calma Aí, Coração” nomeia uma das faixas que compõe o álbum.

Com melodias de apelo popular, arranjos bem elaborados e poesias que agradam a qualquer fã da música popular brasileira, Baleiro apresentou sua espirituosa visão do mundo em canções. Suas músicas retratam de maneira poética alguns paradigmas vivenciados pela sociedade. Na faixa ”Funk da Lama”, Zeca faz uma paródia à onda de hits coreografados da música nacional nos últimos anos.

Ao longo dos seus 20 anos de carreira, Baleiro lançou discos gravados em estúdio, CDs ao vivo, DVDs e vários projeto especiais. Considerado como um artista multifacetado, Zeca também vem se dedicando à literatura e ao teatro. Ele já compôs trilhas para danças, peças teatrais e cinema. O álbum “Calma Aí, Coração” condensa todas as características apresentadas por Zeca e apresenta uma mistura de instrumentos que passeiam por diversos ritmos musicais, desde o reggae até rock, e concluem um dos seus mais brilhantes trabalhos.


Ficha Técnica
Banda ou Artista: Zeca Baleiro
Gravadora: Som Livre
Lançamento: 2014
Gênero: MPB
País de Origem: Brasil

Saulo Afonso Sobreira Lima





Dica de Série




Mindhunter 



A série original da Netflix aborda o início dos estudos criminais em psicologia comportamental e montagem de um perfil do que hoje é conhecido na ciência forense como um serial killer. Apesar de ser mais uma série policial de suspense, gênero que na última década foi inundado com vários títulos a exemplo de “Mentes Criminosas”, “O Mentalista”, “Hannibal” e vários outros, a série dirigida por David Fincher (Seven: Os Sete Pecados Capitais) inaugura uma nova era com um roteiro inovador e um tom documental que faz com que a história tenha um objetivo muito maior do que a mera solução do crime.

Baseada no livro homônimo, Mindhunter conta a história do investigador do FBI John E. Douglas, que na série recebe o nome de Holden Ford, um dos primeiros investigadores do Quântico (cidade onde fica localizada a academia de treinamento do FBI) a escrever perfis criminais e estudar as características psicológicas dos chamados “assassinos em série”. A série exibe como Ford e seu parceiro Bill Tench começaram seus estudos sobre ciência comportamental e a maneira como os culpados de múltiplos assassinatos pensavam, quais as características psicológicas e histórico pessoal que poderiam ter influenciado ou determinado a conduta criminosa. A série que é baseada em fatos reais exibe com perfeição uma sutileza na fotografia e uma trilha sonora que se adequa ao ritmo lento do seriado.

O que de fato diferencia Mindhunter das demais séries do mesmo gênero é, sem dúvida, o ritmo. A lentidão intencional faz com que a história não seja apressada a ter um desfecho. Não existe a obrigatoriedade de se encontrar um culpado ou solucionar o crime, muito mais importante que isso é detalhar ao extremo as características psicológicas dos criminosos (fato evidenciado pelas extensas cenas de entrevistas). Os personagens principais não são separados dos crimes e também são afetados por eles, de modo que toda a série é uma evolução e ao mesmo tempo imprevisível. A sensibilidade dos detalhes e a exibição da extrema frieza e crueldade dos assassinos faz com que os próprios espectadores fiquem de alguma forma afetados pelo comportamento e personalidade dos criminosos.

Mindhunter é um belíssimo exemplar de thriller que se aproxima do espectador, apesar de lidar com situações terríveis. Bem diferente das demais séries policiais, Ford e Tench entram nas profundezas da mente humana, principalmente naquelas que são perturbadas e potencialmente loucas.

Ficha Técnica
Criador: Joe Penhall
Lançamento: 2017
Temporada corrente: 1ª temporada
Gênero: Suspense, Policial
País de Origem: Estados Unidos

José Iuri Barbosa de Brito




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