Dicas de Livros
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Tudo se Conta
“Tudo se Conta” tem todos os elementos de uma típica história de romance: a protagonista solteira e feliz, um cara misterioso pelo qual ela se apaixona, um amor que transforma sua vida e algumas surpresas no desenrolar da trama. No entanto, Grace Lisa Vanderburg, a personagem principal, não é uma pessoa comum.
Grace vai todos os dias à mesma cafeteria, conta os passos de cada percurso, faz compras no mesmo supermercado e compra sempre conjuntos de 10 itens. Conta quantas vezes escova os dentes, o número de garfadas de comida e quantas vezes mastiga. Ela sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e se isola em seu próprio mundo. A narrativa em primeira pessoa é uma viagem por sua mente, louca e divertidamente sarcástica.
Seu ídolo e protagonista dos seus sonhos eróticos é Nikola Tesla, um grande inventor que também contava compulsivamente. A trama é recheada de curiosidades e histórias sobre sua vida. Mas outro homem é responsável por lhe mostrar um mundo novo, além das prisões que a própria Grace construiu para si. Seamus encontra por acaso essa mulher divertida, engraçada e inteligente, mas cheia de segredos e hábitos estranhos.
Por que Grace é tão peculiar? Seria possível este relacionamento existir? Grace é feliz em seu universo particular, por que deveria mudar? Essas e outras questões são respondidas em “Tudo se Conta”, um romance leve e divertido. Grace é uma personagem muito cativante que também traz uma nova visão de mundo psicológica e introspectiva. Todos nós somos um pouco compulsivos, até que ponto isso domina nossa vida?
Ficha Técnica
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Autor: |
Toni Jordan |
Editora: |
Ediouro |
Edição: |
Primeira |
Páginas: |
203 |
Gênero: |
Romance |
País de Origem: |
Austrália |
Camila Machado de Araújo
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Sete Minutos Depois da Meia-Noite
Sete Minutos Depois da Meia-Noite foi escrito por Patrick Ness. A obra é um relançamento do livro “O Chamado do Monstro”, publicado pela primeira vez no Brasil em 2011 pela editora Ática. A história relatada pelo autor é baseada na ideia e na premissa deixada pela autora Siobhan Dowd, que infelizmente faleceu vítima de câncer em 2007. Patrick resolveu contar a história deixada pela escritora do seu jeito, dando vida ao enredo e aos personagens deixados por ela e o resultado ficou incrível.
A princípio, o livro parece tratar de uma história fantástica sobre um garoto que se encontra com um monstro do teixo. Entretanto, Sete minutos Depois da Meia–Noite vai muito mais além da fantasia. Conor O’Malley é um adolescente solitário de 13 anos que sofre bullying na escola e que quase não tem amigos. Filho de pais separados e com uma família completamente desestruturada, ele se vê perdido tendo que cuidar da sua mãe que está com câncer. Para piorar, ele é invisível para quase todos os alunos e professores da escola que estuda, exceto para uma turma de valentões que resolvem transformar a vida de Conor em um inferno.
Toda noite às 00:07h, um monstro do teixo vem visitá-lo, mas não para assustá-lo e sim para ajudá-lo. Ele decide que vai contar 3 histórias ao garoto e, depois disso, Conor terá que contar uma história para ele. O grande problema é que o adolescente precisa contar algo que realmente o assusta, a verdade.
Patrick Ness conseguiu desenvolver uma história cativante em poucas páginas. Sete Minutos Depois da Meia-Noite retrata uma jornada rápida, sem grandes reviravoltas e com acontecimentos incríveis. É um livro que nos faz refletir sobre os sentimentos de perda, medo, solidão e também da coragem e da compaixão necessárias para ultrapassá-los. É uma história muito emocionante, com uma carga emocional forte e repleta de lições morais. O enredo do livro é tão fantástico que ele ganhou uma adaptação para o cinema, lançada em cinco de janeiro desse ano.
Ficha Técnica
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Autor: |
Patrick Ness |
Editora: |
Novo Conceito |
Edição: |
37 |
Páginas: |
160 |
Gênero: |
Romance, Drama |
País de Origem: |
Reino Unido |
Saulo Afonso Sobreira Lima
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Dicas de Filmes
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Clube dos Cinco
Como punição para suas transgressões, cinco adolescentes – o nerd, a princesa, o atleta, o criminoso e a estranha – devem passar o sábado na escola para escrever uma redação de mil palavras sobre o que pensam sobre si mesmos. Aparentemente, esses jovens não tem nada em comum, a não ser o desejo incontrolável de não ter nada em comum. Contudo, as horas em uma biblioteca em um dia de sábado são longas e o diretor (John Hughes) incita o grupo a discutir e confrontar uns aos outros como se fosse “Twelve Angry Men”.
Os desdobramentos da trama não são, de maneira alguma, imprevisíveis. O destaque nesse filme se dá no processo e nas conversas desenvolvidas entre os personagens para chegar nas conclusões. Não são necessárias revelações espantosas para discorrer sobre os problemas e peculiaridades típicos dessa fase da vida.
Vale destacar que o escritor e diretor John Hughes dirigiu, também, “Sixteen Candles” e “Ferris Bueller Day Off”. Discutivelmente, trata-se do sujeito que melhor entendeu a adolescência na história da humanidade.
A obra tem uma demográfica clara: foi feita para jovens na faixa dos quatorze aos dezoito anos. A impaciência generalizada à ignorância dos adultos – centralizada na figura do inspetor da detenção – é um tema recorrente. Além disso, o humor nunca recorre aos atalhos do gênero, tudo é tratado de modo genial. O alicerce está nas brechas de comunicação e nos diferentes aspectos do medo, da dúvida e do isolamento que afetam todos os adolescentes independentemente do estereótipo social. A geração que viveu essa fase durante os anos 80 certamente se encherá de nostalgia ao assistir esse filme.
A mensagem deixada no final, acompanhada pela música da banda Simple Minds (Don’t You Forget About Me) é pungentemente memorável. Clube dos Cinco é um filme divertido, nostálgico e que ilustra de maneira inteligente os sentimentos de uma das etapas mais complicadas da vida. Definitivamente merece ser assistido!
Ficha Técnica
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Diretor: |
John Hughes |
Lançamento: |
1985 |
Duração: |
97 minutos |
Classificação: |
14 anos |
Gênero: |
Comédia, drama |
País de Origem: |
Estados Unidos |
André Igor Nóbrega da Silva
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Trash - A Esperança Vem do Lixo
A história do filme “Trash – A esperança vem do lixo”, dirigido por Stephen Daldry (diretor de “As Horas” e “Billy Elliot”), é baseada no livro com mesmo título, do inglês Andy Mulligan. Apesar de ter sido filmado no Brasil, a história de Mulligan se discorre em um país fictício de terceiro mundo. Stephen Daldry, por sua vez, escolheu, para sediar a aventura de três meninos que vivem em um lixão do Rio de Janeiro, o Brasil, que no filme é retratado não como o país do carnaval, mas como um país com políticos corruptos, policiais corruptos, pessoas corruptas e que, no entanto, não se resume a esse estereótipo negativo. Não que os estereótipos tenham sido deixados de lado (e eles poderiam ter sido bem mais atenuados), mas a ênfase sobre eles permitiu a persistência da denúncia contra esses problemas do nosso país.
O filme, contudo, destaca outros aspectos, a exemplo do foco na situação de pessoas que moram em lixões que traz consigo o lembrete de que a honestidade independe das facilidades ou dificuldades impostas pela vida.
O drama começa quando Rafael, um dos três meninos, encontra no lixão uma carteira com algum dinheiro, não sabia ele que aquele dinheiro era o que havia de menos valioso na carteira, mas isso ele descobre algum tempo depois e corre com dois outros amigos por uma luta que sequer era deles.
O filme foi premiado com o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, na categoria de Melhor Efeito Visual. O mais interessante na construção desse filme é que Stephen Daldry escolheu trabalhar com três jovens não atores selecionados dentre milhares. Eles foram os protagonistas do filme e tiveram a oportunidade de contracenar com Wagner Moura e Selton Melo.
Ficha Técnica
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Diretor: |
Stephen Daldry |
Lançamento: |
2014 |
Duração: |
115 minutos |
Classificação: |
Livre |
Gênero: |
Policial, Drama, Aventura |
País de Origem: |
Inglaterra, Brasil |
Ellen Ribeiro Lucena
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Dica de Música
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A / B
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Seguindo os caminhos abertos por nomes como “Hozier” e “The Black Keys”, a banda islandesa Kaleo (palavra havaiana para “o som”) apareceu no conturbado cenário musical pós-Spotify revivendo o tom clássico do blues rock com um som que qualquer um afirmaria pertencer aos texanos dos anos 60. A pegada “greatest motorcycle hits” do álbum A/B demonstra o espírito dos tradicionais grupos de folk e blues americano.
O álbum A/B foi construído a partir de diversos singles já lançados pelo grupo unidos a alguns trabalhos novos. A ordem das músicas foi cuidadosamente montada para que o ouvinte experimente uma verdadeira viagem ao coração da banda. A corajosa voz do vocalista Jökull Júlíusson permanece incansável ao longo de todas as canções demonstrando habilidade do cantor. As composições são bastante diversas, vão desde as faixas de rock cheias de riffs, lembrando as canções do The White Stripes, até músicas com complexas técnicas vocais ao melhor estilo Bom Iver. Os demais integrantes da banda também demonstram estar no mesmo estado de espírito, conferindo uma harmonia única e insubstituível.
A primeira faixa “No Good”, sucesso da trilha sonora da série original da HBO Vinyl, inicia o álbum mostrando para o que a banda veio. A guitarra pura característica e o tom melancólico embalam as canções “Way Down We Go” e a pesada “Broken Bones” proporcionando uma viagem ao início do blues de garagem americano. A sexta música “All The Pretty Girls” quebra o ritmo intenso mostrando toda a técnica vocal e falsetes do Jökull Júlíusson. A mais surpreendente canção, sem dúvida, é a “Vor í Vaglaskógi”, gravada em sua língua natal, a canção com traços tradicionais islandeses soa quase como uma história viking de amor à terra e suas raízes culturais. A faixa de encerramento é a “I Can’t Go On Without You”, uma balada lenta com o destaque para o sentimentalismo e o desespero expressados pela voz do cantor.
Apesar de serem nítidas as inspirações e similaridade com outras bandas, o grupo não é ofuscado, ou passa despercebido. A qualidade e os traços individuais do Kaleo reforçam ao ouvinte que cada segundo de música do álbum é realmente especial de alguma forma. O som estridente e assombroso da Islândia surpreende mais uma vez.
José Iuri Barbosa de Brito
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Dica de Série
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Cosmos: Uma Odisseia do Espaço-Tempo
A série Cosmos: A Spacetime Odyssey é um documentário científico sobre o nosso Universo apresentado pelo astrofísico Neil deGrasse Tyson. Abordando desde o princípio da construção do conhecimento científico a teorias modernas que revolucionaram o saber humano, a série também é um documentário sobre nós: porque também somos parte do Cosmos.
Utilizando-se da Nave da Imaginação para atingir os mais diversos lugares do Universo, Neil nos apresenta o macro e o microscópico da Natureza enquanto retoma a história por trás de tantas incríveis e árduas descobertas pelos heróis da Ciência.
A primeira viagem é uma busca pela definição do endereço cósmico da Terra, exibindo características dos oito planetas do Sistema Solar num cenário fantástico, alcançando a Voyager 1, o veículo espacial mais distante da Terra, e seguindo para além da fronteira do alcance humano.
Cosmos discute questões de biologia, física e cosmologia, tratando de como pudemos chegar às respostas certas a partir da Ciência. A série é de grande interesse a qualquer um que tenha curiosidade sobre diversos mecanismos da Natureza, não deixando de relatar o enorme esforço e contribuição feminina na história da Ciência, muitas vezes diminuido ou esquecido.
A série é uma reconstrução de Cosmos: A Personnal Voyage (chamada apenas de “Cosmos” no Brasil), criada por Carl Sagan e sua esposa Ann Druyan em 1980 com o objetivo de consolidar a divulgação da Ciência ao público – nada menos esperado de um dos maiores divulgadores científicos da história.
Ficha Técnica
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Criador: |
Ann Druyan, Brannon Braga |
Lançamento: |
9 de Março de 2014 (EUA) |
Temporada corrente: |
1ª |
Gênero: |
Documentário Científico |
País de Origem: |
Estados Unidos |
Thiago Oliveira Delmiro Neves
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