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Dicas de Livros




Um Cântico para Leibowitz




Em “Um Cântico para Leibowitz” o desenvolvimento da tecnologia, principalmente militar, não teve um final esperado pelos seus criadores. Com boa parte das nações possuindo um enorme poderio nuclear, uma grande guerra quase dizimou a população mundial por completo, o que ficou conhecido pelos sobreviventes como “Dilúvio de Fogo”. Após a catástrofe, os sobreviventes passam a perseguir todos os cientistas e líderes de Estado, rotulados como os grandes responsáveis pela queda da civilização. Assim, o mundo entra em um grande período de loucura e pausa no crescimento científico, passando a ser organizado por pequenos grupos de pessoas e pela religião.

Com a súbita proibição do conhecimento científico, um homem chamado Leibowitz arriscou-se ao tentar guardar a maior quantidade de informação possível, sendo o grande responsável pela preservação da ciência. Posteriormente, foi fundada a “Ordem Albertina de São Leibowitz”, cujos seguidores enxergavam-no como santo pelos seus atos, e foram os responsáveis pela manutenção do conhecimento. Na Abadia de São Leibowitz os monges possuem tarefas que vão desde copiar os antigos manuscritos de Leibowitz até decorá-los, para o caso de algum fanático destruir os arquivos.

Walter M. Miller Jr. foi um combatente americano na Segunda Guerra Mundial e participou da polêmica destruição da abadia dos beneditinos em Monte Cassino, na Itália, o monastério mais antigo do mundo ocidental, o que pode ter o influenciado para o desenvolvimento da história. “Um Cântico para Leibowitz” foi escrito em 1959 e foi o vencedor do Prêmio Hugo de Melhor Romance de 1961, prêmio mais conhecido e um dos mais renomados no gênero da ficção científica.

Apesar de ter sido o único livro escrito por Walter, a obra é desenvolvida com a mesma maestria de um mestre da ficção. Separada em três partes: Fiat Homo, Fiat Lux e Fiat Voluntas Tua, a história se passa sob o ponto de vista dos monges albertinos sobre os acontecimentos dessa distopia criada por Walter M. Miller Jr. e retrata de maneira extremamente interessante várias perspectivas sobre a estrutura de organização mundial e a manutenção do conhecimento.


Ficha Técnica
Autor: Walter M. Miller Jr.
Editora: Aleph
Edição: Primeira
Páginas: 400
Gênero: Ficção Científica
País de Origem: Estados Unidos da América

Pedro Henrique O. T. Ximenes








O Napoleão de Notting Hill




O Apóstolo do Senso Comum escreveu seu primeiro romance em 1904, e como era de se esperar, o texto é um grande esboço de sanidade em um mundo caótico, uma ode ao homem comum, aquele que compreende o riso, e, por compreender o riso, entende o verdadeiro amor. O Napoleão de Notting Hill é um livro que se passa em uma Londres futura no ano de 1984, mas, diferente do futuro Orwelliano (do livro 1984 de George Orwell), o futuro londrino imaginado por Chesterton é mais comum e pouco difere do tempo do próprio autor, tornando essa obra uma grande sátira à modernidade e aos pensamentos da época.

Em 1984, a Inglaterra é um país estável, grande e poderoso. Na política, impera a mesmice burocrática e massiva que fez com que todas as pessoas deixassem de se preocupar de fato com a vida pública. Para resolver tal situação, a posição de rei da Grã-Bretanha passou a ser decidida na loteria. Um cidadão inglês qualquer era sorteado e então se tronava monarca. O sistema funcionava bem, pois se pressupunha que o novo governante, devido ao peso das responsabilidades, manteria o sistema funcionando e manteria a estabilidade. Entretanto a sucessão real desemboca no personagem Auberon Quin, um homem que não se importa com absolutamente nada e para ele tudo não passa de uma grande piada. Ao ser proclamado novo Rei da Inglaterra, ele decreta que todos os bairros da cidade de Londres devem reestabelecer os costumes medievais, heráldica e exércitos. O interesse comercial e a burocracia ignoram o decreto real e continuam vivendo sua vida ordinária.

O cotidiano inglês sob o reinado de Auberon Quin corria bem até que Adam Wayne brade seu grito de orgulho patriótico sobre o bairro de Notting Hill e passa a levar, de fato, a sério o decreto real, reunindo o exército e levantando as cores do distrito. Apesar de nenhum outro bairro se opor a Wayne, tudo muda quando ele não permite que uma grande avenida seja construída em seu território. Essa disputa levou os bairros a entrarem em guerra uns com os outros. Contra todas as possibilidades imagináveis, o insano zelo de Adam faz com que ele obtenha grandes triunfos militares.

Quin e Wayne, durante uma batalha, em que se encontram forçados a unir forças, percebem que são dois lobos de um mesmo cérebro, metades de um todo: eles representam o homem comum que sabe como lutar e amar, como rir e como morrer. Isso é sanidade. As batalhas ridículas e absurdas nas ruas de Londres e suas características familiares são muito reais, talvez tentando mostrar que às vezes nossa própria realidade se torna absurda, ou até mesmo louca.

Chesterton foi um mestre da sátira e crítica. Ninguém como ele soube ao mesmo tempo rir e se apaixonar. O Napoleão de Notting Hill é uma grande crítica a todos aqueles que levam as coisas demasiadamente a sério. Essas pessoas se tornam paródia da autoconsciência. O Príncipe do paradoxo mostra que existem coisas que não devem ser levadas em conta, porque elas mesmas pretendem ser uma grande piada. O autor brinca com seus leitores e questiona o nosso senso de humanidade como ninguém. Desde a primeira frase do livro ele nos intrigou e questionou.

“A raça humana, à qual tantos de meus leitores pertencem, tem jogado em jogos infantis desde o início, e provavelmente vai fazê-lo até o fim, o que é um incômodo para as poucas pessoas que crescem.” – G. K. Chesterton


Ficha Técnica
Autor: G. K. Chesterton
Editora: Ecclesiae
Edição: 1ª Edição
Classificação: 212
Páginas: 509
Gênero: Romance
País de Origem: Grã-Bretanha

José Iuri Barbosa de Brito


Dicas de Filmes



Capitão Fantástico



Imagine o dia a dia de uma família que vive completamente isolada dos costumes do mundo atual: não come fast-foods, não usufrui das tecnologias e nem se comunica por meio de smartphones. Isso é o que ocorre com Ben (interpretado por Viggo Mortensen) e seus seis filhos em “Capitão Fantástico”.

No filme, dirigido por Matt Ross, essa família vive numa comunidade ecológica e distante de qualquer cidade. Lá, as crianças são educadas pelo próprio pai, de uma forma não convencional: recebem treinamento físico e psicológico todos os dias; caçam suas próprias refeições; leem livros sobre diversos temas; aprendem várias línguas; só escutam musica clássica e desenvolvem uma habilidade de pensamento crítica. Tudo isso acontece por causa do filósofo e ativista político, Noam Chomsky, que prega uma sociedade ideal, a qual todos seguem.

No entanto, essa família precisa se desdobrar no “mundo real” quando recebem a notícia da morte de Leslie, mulher de Ben. Eles saem em viagem para impedir a cerimônia cristã de despedida e honrar o pedido de funeral da mãe, documentado em testamento.

No desenrolar da história, Bodevan (interpretado por George MacKay), um dos seis filhos de Ben, é aceito em várias universidades e começa a repensar sobre o estilo de vida da família. Isso gera várias discussões internas bastante interessantes e deixa claro que “Capitão Fantástico” é um filme que trata, principalmente, sobre o amor paterno: um homem que cria seus filhos da forma como considera certa. Vale salientar, também, que o filme gerou a indicação ao Globo de Ouro e ao Oscar de melhor ator a Viggo Mortensen.



Ficha Técnica
Diretor: Matt Ross
Lançamento: 2016
Duração: 118 minutos
Classificação: 14 anos
Gênero: Comédia, drama
País de Origem: Estados Unidos

Vinicius Freire Bezerra








Gente Grande




A comédia lançada em 2010 é desenvolvida a partir da amizade de 5 crianças de 12 anos que compartilham a infância e muitas experiências vividas. Após o fim dessa fase, todos seguem a vida de diferentes formas e não se encontram mais. O reencontro 30 anos depois provoca um sentimento de saudade que é retratado em um tom cômico durante toda a trama, juntamente com as novas relações interfamiliares que são estabelecidas na casa no lago em que estão.

A família é algo que diferencia essa nova etapa daquela que foi vivida há anos. Os compromissos que foram assumidos durante a vida aparecem logo quando o personagem Lenny (interpretado por Adam Sandler) avisa que irá deixar a programação do grupo para viajar com a esposa. É notável que enquanto estão juntos, Lenny, Kurt (Chris Rock), Eric (Kevin James), Marcus (David Spade) e Rob (Rob Schneider) se mostram tão amigos quanto eram anteriormente e transparecem que, entre eles, nada mudou. Entretanto, conciliar hábitos e compromissos familiares diferentes com o fim de semana juntos não parece uma tarefa tão fácil.

O tempo passou e a realidade não é mais a mesma. Aquilo que o grupo viveu há 30 anos não é mais vivido pela maioria das crianças e esse conflito de gerações também é bem explorado durante o filme. As crianças da nova geração preferem videogames e grandes hotéis em oposição ao ambiente aberto e natural da floresta ou do lago.

Reviver momentos felizes, 30 anos depois, na figura dos filhos e ao mesmo tempo integrar famílias em uma casa de campo é tarefa de Gente Grande e com os 5 será, com certeza, bem divertida!



Ficha Técnica
Diretor: Dennis Dugan
Lançamento: 2010
Duração: 102 minutos
Classificação: 12
Gênero: Comédia
País de Origem: Estados Unidos

Caio Victor Aires Diniz

Dica de Música




Sete Notas Musicais da Música Popular Brasileira 




Sete notas musicais, mas que poderiam ser dez ou cinquenta notas! Não aquelas oriundas do sistema de solmização criado pelo monge italiano Guido D´Arezzo, mas essas notas, ou dicas, sobre alguns representantes desse tesouro que é o elenco de nossa Música Popular Brasileira. Elenco de apaixonados apaixonantes que mesmo diante das alternâncias do mercado fonográfico se mantêm fiéis à qualidade de suas obras. Engana-se quem acha que a MPB hoje está pior que algumas décadas atrás. Está melhor que nunca! Basta pesquisar nesse oceano de possibilidades, contar com a ajuda da internet e relaxar! Pra ajudar nessa busca, seguem sete dicas de artistas que vão lhe fazer ver a música brasileira com outros olhos.

A primeira nota é sobre um grupo criado em 2009 e composto por cinco integrantes, a banda de MPB, POP e Indie-Rock 5 a Seco é uma ótima opção para quem curte uma boa música, limpa, moderna e elegante. Formada pelos jovens Pedro Altério, Pedro Viáfora, Tó Brandileone, Vinicius Calderoni e Leo Bianchini, o quinteto não deixa, de modo algum, a desejar para os grandes nomes da MPB e já gravou com nomes consagrados como Maria Gadú, Lenine e Chico Cesar. A banda tem dois CDs gravados, Ao Vivo no Ibiriapuera e Policromo, pela Tratore e vem se apresentando pelo Brasil sem músicos acompanhantes, a seco. Mais informações sobre a banda podem ser obtidas no endereço www.ouvirmusica.com.br/5-seco.

A segunda nota é uma artista lançada em 2007 pela gravadora Sony Music, com o álbum autoral Amor e Caos, a bela paulistana Ana Canãs. Dona de uma voz encantadora, suave e ao mesmo tempo firme, ela é influenciada por grandes nomes como a imortal Billie Holiday, por Gal Costa e Led Zepplin e reflete essa influência no bom gosto com que monta seus repertórios. Em 2009 seu segundo CD pela Sony Music, Hein, trouxe parcerias com Gilberto Gil e Nando Reis. Em 2012 Ana lançou seu terceiro CD, Volta, pela global Som Livre e em 2015 seu quarto CD totalmente autoral, Tô na Vida, gravado ao vivo e com uma batida mais roqueira. Mais informações sobre Ana Canãs podem ser obtidas no endereço www.ouvirmusica.com.br/ana-caas.

A terceira nota é sobre Cícero, ou Cícero Lins. É uma das boas surpresas da Música Popular Brasileira dos últimos anos. Cícero está na batalha no mundo da música desde 2003, ano em que fundou a banda de Indie-Rock Alice e com a qual gravou dois discos, Anteluz em 2005 e Ruído em 2007. O projeto infelizmente não deu certo e em 2011 o carioca de trinta anos lançou seu primeiro CD gravado em casa, o excelente Canções de Apartamento faz referências ao clássico Dindi de Tom Jobim e Laiá Laiá, de Braguinha, e foi disponibilizado para download gratuito. Foi com esse pensamento moderno que esse carioca lançou em 2013 o disco Sábado e em 2015 A Praia, esse último pela Deckdisc. Importante lembrar que Cícero é um excelente poeta e escreve todas as suas canções. Mais sobre Cícero em www.ouvirmusica.com.br/cicero.

A quarta nota é o jovem Filipe Catto, dono de uma das vozes mais marcantes dessa atual safra da MPB. Nascido em Lajeado, o gaucho criado na capital Porto Alegre iniciou sua carreira solo em 2006. Em 2009 lançou pela internet o Extended Play Saga e marcou o início de sua carreira profissional. Em 2011 e 2013 Filipe lançou pela Universal Music os CDs Fôlego e Entre Cabelos, Olhos e Furacões e mostrou sua forte influência de grandes nomes como Cássia Eller, Elis Regina, Ney Matogrosso, Maria Bethânia, Maysa e Chico Buarque. O mais novo CD de Filipe Catto é Tomada, gravado de forma independente e distribuído pela Radar Records. Mais informações sobre Filipe Catto podem ser encontradas em www.ouvirmusica.com.br/filipe-catto.

A quinta nota não é mais novidade, mas seu trabalho é tão bom, mas tão bom, que ela merece ser citada sempre. Mayra Corrêa Aygadoux é como a Vênus de Sandro Botticelli, já nasceu mulher, já nasceu dona de uma das vozes mais envolventes da música brasileira. Em seu sexto CD e terceiro CD de estúdio, o apaixonante e totalmente autoral Guelã mostra um lado mais maduro e reflete o modo como atualmente essa paulista vê a vida. Além do atual Guelã, pela Som Livre, todos os outros CDs dela, Maria Gadú, são poesia da melhor qualidade. É uma artista que merece fãs! Mais de Maria Gadú em www.ouvirmusica.com.br/maria-gadu.

A sexta nota musical é Mônica Salmaso. É difícil falar dessa paulistana, citada no The New York Times como um dos principais nomes surgidos recentemente na música popular brasileira, sem se derreter em elogios. A voz dela é classificada como voz de meio-soprano, mas para quem apenas a sente, ela pode facilmente entrar para o céu das maiores cantoras da Terra, na qual nomes como Etta James, Nina Simone, Dionne Warwick, Gal Costa e Whitney Houston, por exemplo, já fazem morada. Mesmo em seu décimo CD, Corpo de Baile, Mônica Salmaso, lançada em 1995, com o CD Afrosambas, continua impressionando pela qualidade, elegância e extremo bom gosto na escolha de seus repertórios brasileiríssimos. Mais da intérprete Mônica Salmaso e seu canto literalmente encantador, amansador, pode ser encontrado em www.ouvirmusica.com.br/monica-salmaso.

A sétima nota musical é Renato Braz, talvez a versão masculina de Mônica Salmaso. Renato Braz tem uma voz difícil de descrever, uma voz que é ao mesmo tempo suave e forte, antiga e moderna, que nos traz lembranças de infância, de vida em cidade de interior. Cantor, violonista e percussionista, esse paulista de 48 anos está em seu décimo primeiro CD, Canela, pela gravadora Biscoito Fino, e desde seu primeiro CD, intitulado Renato Braz, lançado em 1996, tem disponibilizado aos seus fãs uma coleção de CDs nos quais o bom gosto e a qualidade são marca registrada. Mais de Renato Braz em www.ouvirmusica.com.br/renato-braz.

Wamberto José Lira de Queiroz





Dica de Série




Quantico 



Quantico é uma série estadunidense criada por Joshua Safran que estreou no Brasil em 25 de outubro de 2015. Centrada em um misterioso ataque terrorista, a história começa quando 51 habilidosos recrutas chegam à academia de treinamento do FBI, o Quantico.

Cada um, com seu próprio motivo e missão para a adesão, vai construindo seu caminho e batalhando para alcançar sua meta. Após a formação, o grupo é considerado a melhor equipe de agentes já formada. Supreendentemente, nove meses após o início do treinamento, um deles se torna o principal suspeito por planejar o maior ataque terrorista em Nova Iorque desde o 11 de setembro.

As principais suspeitas levam a Alex Parrish (interpretada por Priyanka Chopra), a melhor aluna da turma e atual agente do FBI. Sentindo-se injustiçada, Alex junto com alguns ex-colegas se dedica a procurar e juntar pistas que provem sua inocência e impeçam que outros ataques aconteçam.

A trama é desenvolvida conectando acontecimentos que detalham o passado e o presente, apresentando situações acontecidas em Quantico paralelamente a situações atuais, quando acontecem os primeiros ataques. Com muito suspense, segredos e revelações inesperadas, Quantico prende a atenção desde o primeiro episódio e aguça a curiosidade dos expectadores que admiram um bom mistério. É recomendada para todos aqueles que gostam de séries investigativas e repletas de reviravoltas de tirar o fôlego.


Ficha Técnica
Criador: Joshua Safran
Lançamento: 25 de Outubro de 2015 (Brasil)
Temporada corrente:
Gênero: Ação, suspense, drama
País de Origem: Estados Unidos

Wislayne Dayanne Pereira da Silva




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