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DICAS



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Dicas de Livros




Árvore e Folha




O livro “Árvore e folha”, do original “Tree and Leaf” , lançado no Brasil em 2013 pela Martins Fontes, é uma junção de dois escritos do “Senhor da Fantasia”. O primeiro texto “Sobre Contos de Fadas” foi feito ao final da década de 1930, no mesmo período que os mais conhecidos: “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”. Após esse ensaio, o professor apresenta o conto “Folha, de Migalha”.

Em “Sobre Contos de Fadas”, Tolkien apresenta um ensaio sobre as suas teorias acerca dos contos de fadas, ou o termo inglês “Fairy Tales” . A estrutura menos rígida, em termos acadêmicos do texto, facilita a compreensão e o entendimento dos pensamentos do autor. A leitura é uma verdadeira dissecação do conhecimento comum sobre o conceito e estruturas dos contos de fadas, ou, como o professor trata, os textos sobre os encantos do “Reino Encantado”.

Criticando os tradicionais conceitos sobre os contos de fadas, o professor revela várias camadas da sua complexa criação e características. Em que discorre sobre a fantasia e o Reino Encantado, conceito elucidado por Tolkien, no qual é possível encontrar traços característicos dos escritos da Terra-média. Após rebater críticas comuns às histórias de fadas, como a suposta tenência escapista, ou de serem dirigidas para crianças, o autor deixa transparecer o encantamento e a necessidade humana pelo fantástico e o imaginário. Em palavras do próprio autor, “a fantasia é talvez a forma mais pura da arte”.

“Folha, de migalha” é um pequeno conto sobre o pintor Migalha, um homenzinho rural comum, e a sua árdua tarefa de pintar sua obra prima antes de uma viagem inevitável. O artista é demasiadamente perfeccionista e a atenção exagerada aos detalhes o impede de terminar seu grande quadro. Além da rigidez do próprio pintor, a sua personalidade generosa também é um empecilho para terminar sua tela. Tanto seu vizinho próximo, Paróquia, quanto os demais amigos e pessoas abusam e insistem em interromper seu trabalho e pedir favores que Migalha é incapaz de negar.

Considerado o único texto biográfico escrito em vida, “Folha, de Migalha” é uma grande alegoria à vida do autor. Migalha é a personificação das características encontradas em Tolkien, a pintura da grande árvore é sua obra “O Senhor dos Anéis” e toda sua extensão. A viagem inevitável do pintor é a própria morte temida pelo professor. A visão da obra de Migalha pelo próprio artista é como Tolkien queria que sua obra fosse vista. Muito mais que o ícone Pop e comercial, os territórios de Arda devem ser vistos como as fantasias, pensamentos e a intimidade característica da alma do escritor.

Em excelente edição da Martins Fontes, “Árvore e Folha” é imprescindível para todos os fãs de fantasia. Também indicado para quem deseja escrever sobre o Reino Encantado, elfos, fadas e todos os produtos fantásticos da mente humana. Por fim, o livro é indicado para todos aqueles que querem desvendar, como diz Tolkien, “a alegria essencial do verdadeiro conto de fadas”.


Ó, não vês aquela estrada estreita
Coberta de urzes e de espinhos?
Pois é a trilha da Honradez;
Poucos perguntam de tais caminhos.

E não vês aquela estrada larga
Que passa pelo campo liso?
Pois é a trilha dos Perversos,
Que chamam de Estrada do Paraíso.

E não vês aquela estrada linda
Que pela escarpa agreste desceu?
Pois leva à bela Terra dos Elfos,
Lá vamos à noite, tu e eu.


J. R. R. Tolkien

José Iuri Barbosa de Brito









Maestria




No livro “Maestria”, Robert Greene apresenta caminhos para se chegar a um grau de aprendizado e habilidades considerado por ele como o ápice do potencial humano, denominado como um estado de Maestria. Segundo Greene, “Trata-se de uma expressão profunda de algo natural, de alguma coisa que o marcou na infância como indivíduo singular e sem igual. Ao seguir suas inclinações e ao avançar para a maestria, você faz contribuições para a sociedade, enriquecendo-a com descobertas e ideias. De fato, o cúmulo do egoísmo é simplesmente consumir o que os outros criaram e se recolher na concha dos objetivos limitados e prazeres imediatos”.

O autor percorre a história humana destacando gênios como Leonardo da Vinci, Mozart, Thomas Edison, Darwin, Einstein, Marie Curie, mostrando a semelhança entre os processos de construção de aprendizado que os levou ao nível de conhecimento alcançado. Greene percebeu que todas essas personalidades – mesmo atuando em áreas tão diferentes – seguiram um padrão similar em suas conquistas, concluindo que qualquer pessoa pode, também, chegar a esse patamar.

A obra se dispõe, ainda, a combater mitos de que a inteligência é fruto de um talento natural; de que o sucesso é algo para egoístas e ambiciosos; de que uma grande realização é um lance de sorte ou mesmo de que dedicar-se durante tanto tempo para uma atividade qualquer é muito sacrifício para uma vida tão curta. A verdade é que tornar-se mestre em algo é uma tarefa árdua, mas, de fato, digna. Em um mundo marcado pelo intenso fluxo de informações e alta demanda de competências por parte dos indivíduos, é compreensível que as pessoas busquem um imediatismo de aprendizado. Esse livro mostra que é necessário anos de trabalho em uma área que você realmente gosta para tornar-se alguém verdadeiramente admirável.

A leitura de “Maestria” proporciona uma experiência de autoanálise sobre suas vontades e inclinações mais íntimas. Além disso, a obra apresenta uma estrutura dissertativa clara: o autor divide sua explicação em passos e em cada um deles há uma plenitude de exemplos desses grandes mestres da história, tornando a leitura leve e despreocupada.

André Igor Nóbrega da Silva


Dicas de Filmes



Doutor Estranho



Mais do que seu trabalho, a medicina era sua vida e para recuperá-la Dr. Strange gasta todo o seu dinheiro em novas cirurgias e tratamentos para ter suas mãos de volta. Com todo o investimento feito, ele acaba ficando desacreditado que um dia possa melhorar.

Já desesperado, Stephen encontra um homem que diz ter achado a cura para qualquer enfermidade. Acreditando nisso, Stephen gasta seu último tostão para viajar para um lugar misterioso chamado Kamar-Taj, localizado em Katmandu.

Chegando lá, ele descobre que o local não se trata apenas de um centro para tratamento medicinal, mas sim, de um lugar místico e que as pessoas encontradas lá são responsáveis por guardar a realidade do nosso mundo de um perigo desconhecido. Depois de algumas mudanças e surpresas em Kamar-Taj, Doutor Strange percebe que agora cabe a ele ajudar com essa tarefa.

O filme é indicado para todos que gostam de aventura e fantasia, principalmente aqueles interessados em super-heróis, que não podem deixar de prestigiar o filme de mais um dos Vingadores.

Camila de Oliveira Abrantes









Jogos de Guerra - O Código Mortal




Jogos de Guerra – O Código Mortal é um filme de ação, aventura e suspense dirigido por Stuart Gillard. Nele, o jovem Will Farmer, interpretado por Matt Lanter, é um gênio da computação viciado em jogos e junto ao seu amigo Dennis Nichols (Nicolas Wright) descobre um jogo online, o código mortal.

O que eles não imaginavam é que tal jogo estava na rede de jogos restritos do governo americano, chamada de RIPLEY, um sistema de defesa autônomo criado com o objetivo de identificar possíveis grupos terroristas. Ao entrarem no jogo, ambos são detectados pela RIPLEY e são considerados, a partir de então, uma ameaça.

Procurados pelo governo, a RIPLEY consegue mapear todos os seus passos e identificar todos os seus familiares, buscando relações com terrorismo. Após um tempo, o próprio sistema começa a agir sozinho, desobedecendo seus administradores. A única chance de Will livrar seu nome e deter a RIPLEY é ganhar dela no seu próprio jogo.

Lucas Danrley Cajé de Souza

Dica de Música




Drones 




Fundada inicialmente sob o nome “Rocket Baby Dolls”, os primeiros passos da banda Muse ocorreram em 1994 durante uma pequena competição de bandas da qual o grupo saiu vencedor, e após diversos contratos com diferentes gravadoras, o primeiro álbum do grupo, Showbiz, foi lançado em 1999 e seu resultado positivo fez com que a banda passasse a acompanhar grupos como Red Hot Chili Peppers e Foo Fighters em grandes festivais até se firmarem como banda mundialmente conhecida.

Os primeiros álbuns foram todos considerados grandes sucessos, até que, em 2012, o álbum “The 2nd Law” foi divulgado e considerado bem abaixo do esperado para uma banda já tão conhecida e aclamada. Devido a isso, o vocalista, Matthew Bellamy afirmou em 2013 que o próximo álbum seria uma forma de reconectar o grupo ao básico sobre o que eles eram e ficaram conhecidos por serem.

Dois anos depois, o álbum “Drones” é lançado, com uma narrativa em suas músicas envolvendo críticas de dimensões sociopolíticas aos momentos turbulentos que a sociedade vem enfrentando.

No pequeno enredo do álbum, o protagonista, um provável recruta envolvido em uma guerra moderna, perde as esperanças a respeito da situação em que está imerso e, em outras palavras, morre por dentro ainda na primeira faixa, “Dead Inside”.

Em seguida, a trilha “[Drill Sergeant]” retrata a lavagem cerebral que os recrutas ali sofriam e como eram induzidos a apenas aceitar e repetir “Sim, senhor!” a tudo que lhes era dito.

A trilha seguinte, intitulada “Psycho”, inicia de maneira bem semelhante à vinheta anterior, dessa vez com uma melodia capaz de imergir o ouvinte na mente agora conturbada do protagonista, que, completamente perdido, é feito de máquina de combate que apenas obedece a comandos e aceita passivamente ser corrompido até se tornar um “drone humano” sem qualquer emoção, aparentemente.

Posteriormente, em “Mercy”, o lado emocional supostamente dizimado faz um apelo por misericórdia após ser destruído e feito de marionete por “homens em capas” ao som do conhecido sintetizador do grupo. Porém esse apelo logo se torna o começo da revolta contra os opressores em “Reapers”, em que o personagem faz acusações como “você mata por controle remoto e o mundo está ao seu lado”. A sonoridade dessa faixa remete a algumas das primeiras obras, principalmente em seu clímax com um trecho apenas composto por riffs de guitarra entrelaçados ao baixo, com sua intensidade controlada por batidas do baterista do grupo, Dominic Howard; por fim, o anúncio é feito: “lá vem os drones”.

Em seguida, o protagonista demonstra sua evolução e agora, em “The Handler”, ele enfrenta seu opressor, e mesmo admitindo ter se tornado uma máquina fria e insensível, ele afima que não deixará mais ter seus sentimentos controlados e que não obedecerá a mais nenhum comando, pois seus chefes nunca mais serão seus donos novamente.

O outro lado da história é iniciado com mais uma vinheta, “[JFK]” dessa vez um discurso do presidente John F. Kennedy em que chama os cidadãos a se oporem ao redor do mundo. Porém, logo em seguida, em “Defector”, o desertor reafirma sua liberdade, porém encerra suas palavras declarando sua manifestação e interesse em derrubar seus opressores.

Na próxima trilha, “Revolt”, guiada predominantemente pela bateria, palavras de empoderamento e estímulo como “você não tem medo”, “você tem alma” e “você tem força” são cantadas, a fim de preparar o desertor para o que está por vir.

Uma grande mudança acontece posteriormente em “Aftermath”, o clima aparenta ser de redenção e as emoções do personagem parecem ter retornado, e num excelente trabalho vocal de Matthew Bellamy, o tom vai gradativamente aumentando até o fim da música, deixando uma clara sensação de esperança pois reforça que, mesmo após diversos desastres, nunca se estará sozinho.

A música seguinte, “The Globalist”, apesar dos seus 10 minutos de duração, é um dos grandes marcos do álbum quando visto como um todo, pois une tudo o que aconteceu até então com não apenas um retorno ao básico da banda, mas com um percurso da sua história nos minutos, com diferentes sensações, como suspense na contagem regressiva, diferentes solos, como o de guitarra, piano e até de assovio na introdução da faixa.

Apesar de independentemente não serem tão facilmente apreciadas, as músicas na obra formam um conjunto extremamente tocante e envolvente por contarem uma história capaz de entreter e até emocionar o ouvinte de uma maneira pouco vista na maior parte das produções dos últimos anos. É sem dúvida uma excelente escolha para quem quiser ter um tempo para de fato ouvir música.

E por fim, a última faixa, que dá nome ao álbum e que foi tão anunciada ao longo dele surge: “Drones” e com ele toda a destruição que um drone de guerra pode causar. O protagonista, que após morrer por dentro e passar por um processo de redenção, tem dessa vez a sua família toda dizimada. Nesse momento, na coroação de uma das maiores assinaturas de Muse, a voz tão conhecida pelos seus graves e agudos alternados de seu vocalista recebe a honra de ser o único instrumento na trilha, que é uma música a cappella, com ecos e um clima extremamente fúnebre devido às consequências devastadoras da chegada das máquinas de guerra. E para encerrar, os últimos minutos que se assemelham a uma oração pelas vidas perdidas, todas as vozes convergem para uma só e pronunciam a palavra mais forte para esse momento: “Amém”.

Giuseppe Di Giuseppe Deininger





Dica de Série




Gilmore Girls 



Gilmore Girls é uma série que marcou gerações. Foi escrita por Amy Sherman-Palladino e exibida dos anos 2000 a 2007 pelo canal americano CW, estrelando Alexis Blendel (“Rory” Gilmore) e Lauren Graham (Lorelai Gilmore) como personagens principais.

E se sua mãe fosse sua melhor amiga? A pessoa para quem você conta todos os seus segredos e a mais divertida companhia em todos os momentos? Lorelai e Rory são muito mais do que mãe e filha, têm uma relação única de profunda cumplicidade, leveza e carinho. Lorelai é hiperativa e extrovertida, enquanto Rory adora ler e é extremamente estudiosa e disciplinada. São viciadas em café e estão sempre prontas a ajudar e falar uma palavra de carinho a quem precisa.

Aos 16 anos, Lorelai, de família muito rica, não se encaixava na alta sociedade e tinha um péssimo relacionamento com os pais. Ao engravidar, tão jovem, sua família decide que ela deve se casar. Contra as determinações da sociedade, ela resolve fugir de casa e criar sua filha sozinha. A história inicia-se quando sua filha, Rory, já possui 16 anos e seus avós, Richard e Emmily Gilmore, passam a fazer parte da vida das duas jovens Gilmores novamente.

A série é famosa pelos diálogos rápidos, criativos e inusitados e se passa na pequena cidade fictícia de Stars Hollow, em Connecticut, que parece tirada de um conto de fadas. Neste lugar acolhedor, onde todos ajudam uns aos outros, repleto de personagens caricatos e muito divertidos, as relações humanas, com toda a sua sutileza e encanto, ganham um destaque especial. O primeiro beijo; o primeiro namorado; a emoção de abrir um novo negócio; sair de casa; ir para a faculdade; uma vida normal; mas nada convencional.

Gilmore Girls está entre as grandes histórias que conquistam gerações e são sempre lembradas com carinho e saudade. O segredo? Capturam o que há de mais bonito nas relações humanas, não há quem não se identifique com história de Rory e Lorelai e não seja cativado pela pacata e encantadora Stars Hollow.

Camila Machado de Araújo




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