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Dicas de Livros



Ressurreição




Uma vez capturado por uma das páginas desses livros, adeus sossego! Lembro-me de, em plena época de mestrado, entre 1998 e 1999, ter ido dormir por vários dias depois da meia noite só após terminar a leitura de algum capítulo das obras-primas O Senhor dos Anéis e o Silmarilion, do J. R. Tolkien. Quando os filmes foram lançados, a partir de 2001, eu já havia lido tudo. Fiquei então apaixonado por esse gênero literário. Eu me sentia como um adolescente rebelde que podia ler o que quisesse, sem mais ser obrigado a ler apenas o que o professor de Literatura mandava, antes de entrar para a Universidade.

Quando o professor falava em Machado de Assis, eu logo pensava! --Vou ter que ler esses livros chatos! Poxa, quanto tempo desperdiçado! Não, de modo algum, desperdiçado com a leitura do eterno Tolkien, mas desperdiçado por não ter lido mais o mestre Machado de Assis. Pois é, quem diria que eu fosse encontrar em alguma obra de Machado de Assis suspense com o poder de me prender enquanto não terminasse de ler todo o livro! Pois encontrei!

Ressurreição é um desses livros! Um romance ambientado no Rio de Janeiro da década de 1870 e cheio de suspense. Diferente dos suspenses apimentados pelos seres fabulosos de Tolkien e Rowling, pelas tramas mirabolantes de Dan Brown e pelos acontecimentos sobrenaturais de Stephen King, Ressureição é enredado por mal-entendidos e desconfianças que nos levam a refletir até que ponto é possível suportar a dúvida em uma relação!

Em uma época em que as convenções e costumes sociais não permitiam e não davam liberdade para que os mal-entendidos entre casais fossem esclarecidos como são hoje em dia, na qual a traição feria mais a reputação perante a sociedade que a alma dos homens, o médico não praticante Félix e a jovem viúva Lívia se conheceram e foram vítimas dos vários mal-entendidos criados pelos que tinham motivos para impedir a união dos dois e até mesmo pela inocência de quem não tinha interesse de separá-los. Quando uma desconfiança do médico em relação a Lívia era esclarecida, surgiam outras, em uma trama bem armada para prender o leitor do começo ao fim.

Só no penúltimo capítulo do livro é que o leitor pode entender o motivo do comportamento de Félix e é levado a refletir se vale a pena cultivar uma relação na qual a desconfiança pode bater à porta a qualquer momento! No último capítulo, o autor dá satisfação sobre o desfecho da trama para os outros personagens, como a doce Raquel, que inocentemente também nutria uma paixão não correspondida pelo inseguro Félix.

Wamberto J. L. Queiroz







A Cabana



Com mais de 18 milhões de cópias vendidas no mundo todo, ‘A Cabana’ foi escrito por William P. Young e lançado no Brasil em 2008. O livro conta a história de Mackenzie Allen, que vive um momento imerso na dor e no sofrimento devido ao sequestro e ao assassinato de sua filha mais nova, Missy. Mack, como é chamado, nunca foi muito religioso e depois do acontecido perdera totalmente sua relação com o PAI.

Tudo aconteceu em uma viagem de fim de semana em uma reserva, onde Mack foi passear com seus três filhos mais novos. Enquanto Josh e Kate saíram para dar uma volta de canoa, ele ficou com Missy. Um acidente na água com seus filhos fez com que Mack tirasse os olhos da menina por pouco tempo, mas foi suficiente para que ela desaparecesse. Horas depois, em uma cabana no meio das montanhas, as autoridades encontraram pedaços do vestido de Missy e alguns de seus pertences sujos de sangue, mas não encontraram quem a levou e nem o corpo da menina.

Quatro anos depois, Mack ainda não conseguiu superar o acontecido e sente uma tristeza profunda causada pela culpa e pela saudade da filha. Até que em uma manhã, ele recebe um bilhete, que aparentemente teria sido escrito por Deus, em que ELE o convida para voltar à cena do homicídio de sua filha, a cabana no meio das montanhas. Depois de muita resistência da parte de Mack, ele resolve voltar ao local. Lá, ele tem grandes surpresas e encontros inesperados. Uma nova aproximação com Deus se inicia e aos poucos Mack aprende a perdoar, a ter fé outra vez (agora, mais forte que antes) e a lidar com a tragédia.

‘A Cabana’ é com certeza uma história de superação e aprendizado. Esse livro é indicado para quem gosta de se emocionar e refletir sobre as tristezas e alegrias da vida.

Camila de Oliveira Abrantes


Dicas de Filmes







A Grande Beleza



Intrigante, “A Grande Beleza” é uma obra de arte, com cenografia belíssima que homenageia a cidade de Roma. O filme italiano, de 2013, foi dirigido por Paolo Sorrentino e agraciado com diversos prêmios, dentre eles, o Oscar, o Globo de Ouro e o British Academy Awards, na categoria de melhor filme estrangeiro.

O filme retrata o escritor excêntrico Jap Gambardella (Toni Servillo), que reflete sobre sua vida. Aos 65 anos de idade, em meio a festas da alta sociedade romana, desfruta de luxos e prazeres, devido a um único grande sucesso: "O Aparelho Humano", escrito décadas atrás. Nunca conseguiu começar seu segundo livro, estagnado pela busca da “Grande Beleza”.

O personagem Jap reúne ironia e cinismo em perfeito equilíbrio cômico, dotado de um discurso ácido e crítico. Sob sua ótica, alheia à realidade e ângulos inusitados, são retratadas cenas diversas. O cotidiano e a simplicidade, a loucura e o ridículo entrelaçam-se com as memórias do personagem.

A cidade de Roma e suas belezas se torna além de cenário, personagem. É o palco caricato para discutir a futilidade e o vazio de sentido da natureza humana.

As cenas são encadeadas com tal maestria, que o conjunto de quadros, aparentemente desconexos e ilógicos, transforma a obra em um quebra-cabeças filosófico. As histórias ora vividas, ora descritas por Jap de forma boêmia, melancólica e engraçada, constroem uma viagem psicológica divertida e transformadora em busca do sentido da vida.

Camila Machado de Araújo



Cidade de Deus



O longa brasileiro é baseado em uma história real que se passou na Cidade de Deus entre as décadas de 60 e 80. A trama é narrada por Buscapé, filho de pescador, cujo sonho é se tornar um fotógrafo profissional. A partir dos relatos de Buscapé, a realidade de violência, crueldade e corrupção na comunidade negligenciada pela sociedade são expostas sem pudor, requisitando do espectador estômago forte para tais cenas.

A busca por poder territorial, ou seja, pelo domínio das bocas da favela, leva os dois maiores traficantes a declararem uma guerra alimentada por ganância, loucura e vingança. Nesse contexto, o fotógrafo amador busca ter uma vida sem inimigos ou confusões, evitando sempre o contato com o mais temido traficante, Zé Pequeno, enquanto procura uma forma de poder sair da Cidade de Deus.

O drama é uma exposição crua de uma realidade ainda vigente que é desconhecida e desprezada por uma parte considerável da população. Para poder amenizar a desigualdade social, melhorar a segurança pública e garantir qualidade de vida a todos os brasileiros, essa realidade precisa ser entendida e combatida, pois num ambiente em que não há garantia de direitos e o crime é a lei, não há dignidade.

Thiago Oliveira Delmiro Neves

Dica de Música





Funeral 



Arcade Fire é uma banda de Indie Rock canadense formada em 2003 na província de Quebec pelo casal Win Butler e Régine Chassagne. São conhecidos pela diversidade de instrumentos utilizados, entre eles acordeão, harpa e xilofone, bem como pela qualidade de suas apresentações ao vivo.

Em seu primeiro ano, antes do lançamento de seu álbum de entrada, o grupo vendia um miniálbum em seus concertos, chamado “Arcade Fire”. Graças à qualidade das apresentações, eles conseguiram um contrato para gravar o seu primeiro álbum.

Infelizmente, parentes de quatro dos seis integrantes da banda faleceram durante a gravação do álbum, o que influenciou nas músicas “Une année sans lumière”, “Haiti” e “In the Backseat”. Além dessas canções, o álbum segue um estilo um pouco mais sóbrio do que nos álbuns seguintes, e, cantando em inglês e francês intercaladamente, trata da morte, porém, de maneira otimista ao invés de depressiva.

O álbum recebeu críticas bastante positivas e até o reconhecimento de artistas e bandas como David Bowie e U2, tendo o último convidado o grupo a abrir seus shows no Canadá, além de escolher “Wake Up”, a música mais conhecida da banda, como tema de abertura da turnê Vertigo Tour, uma das maiores feitas pelo grupo irlandês.

Giuseppe Di Giuseppe Deininger







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