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DICAS



Dicas de Livros Dicas de Filmes Dica de Música

 

Dicas de Livros



Os homens que não amavam as mulheres 


O primeiro de uma das mais aclamadas trilogias, Os homens que não amavam as mulheres é um livro inesquecível, desde a escrita impecável de Stieg Larsson até as cenas e acontecimentos que não somente chocam o leitor pela profundidade, mas sobretudo por toda a carga de sentimentos diferentes, além da genialidade de um instigante mistério.

O enredo trata de um jornalista, Mikael Blomkvist, que desvenda um caso de corrupção em uma das maiores empresas da Suécia. Contudo, apesar de saber da veracidade de suas alegações, seus argumentos não se mostraram suficientes e ele acaba sendo processado pela empresa, o que resultou em sua sentença de prisão.

Enquanto aguardava o período para cumprir sua pena, Blomkvist se afasta da revista a qual era sócio, a Millenium, e em meio àquelas reviravoltas em sua vida, é surpreendido por pedido singular de Henrik Vanger, um senhor formal chefe de outra antiga gigante empresarial sueca.

Henrik pede a Blomkvist que investigue o desaparecimento de sua sobrinha, fato que aconteceu cerca de 40 anos antes da época em que se passa a estória; sob o pretexto de escrever a crônica da grande família Vanger. Sem ter mais muito a perder, Mikael aceita o trabalho e vai morar em uma ilha no norte da Suécia, ainda lar da maioria dos Vanger.

Somente durante a investigação Blomkvist conhece a garota tatuada que dá o título original da obra, The girl with the dragon tattoo (“A garota com a tatuagem de dragão”), chamada Lisabeth Salander, que passa a ajudá-lo com o caso. Sem dúvida, ela é uma das mais peculiares e fortes personagens femininas da literatura contemporânea. Falando somente quando acha extremamente necessário, de estilo punk, quase anoréxica e uma das melhores hackers da Suécia, a Lisabeth é a misantropa mais querida dentre aqueles que já leram a trilogia Millenium.

Quando Lisabeth começou a trabalhar com Mikael, o mistério aos poucos se torna mais soturno. O terror toma conta das novas descobertas. O mal de 40 anos antes se sente pela primeira vez ameaçado, e por isso muda de foco: Blomkvist.

Em uma descrição precisa da natureza humana, Stieg Larsson estabeleceu uma obra prima que transforma o leitor, deixando-o de olhos mais abertos em um mundo onde os sorrisos são as novas máscaras.

Emilly Rennale Freitas de Melo







O Gênio do Crime



“O Gênio do Crime” é a principal obra de João Carlos Marinho e um dos mais tradicionais livros infanto-juvenis da literatura brasileira, sendo considerado assim por especialistas e vários escritores altamente consagrados do gênero. Lançado em 1969 pela editora Brasiliense, ele conta, atualmente, com 62 edições e mais de 1 milhão de exemplares vendidos.

No livro é retratada a história de Seu Tomé, proprietário de uma fábrica de figurinhas de futebol. Como na vida real, na narrativa também existem as figurinhas mais difíceis e as mais fáceis de serem encontradas, além de serem ofertados prêmios para quem completa o álbum. O problema reside no surgimento de uma fábrica clandestina de figurinhas que começa a produzir as figurinhas mais difíceis, fazendo com que muitas crianças consigam completar o álbum. Com isso, a situação se torna insustentável para o Seu Tomé que começa a não ter mais como contemplar todos os vencedores. É neste momento que entra em ação “o maior espetacular trio de detetives-mirins que o mundo já viu”, como fala o escritor na capa de uma das edições. Edmundo, Pituca e Bolachão, que futuramente contam com a ajuda, também, de Berenice, investigam a suposta fábrica clandestina de figurinhas e enfrentam não apenas bandidos comuns, mas uma grande quadrilha liderada por um autêntico gênio do crime.

A obra é excelente do início ao fim! É vista uma verdadeira batalha de inteligências recheada de muito suspense. Na minha concepção, trata-se de uma leitura indispensável para jovens e crianças, sendo bastante prazerosa.

Arthur Silva Vasconcelos


Dicas de Filmes







Boyhood-Da infância à juventude


Exatos 12 anos. Esse foi tempo que o consagrado diretor Richard Linklater passou gravando o road movie "Boyhood" movido pela naturalidade do simples viver, algo único do ponto de vista cinematográfico.

No filme são mostrados personagens singulares, novidades a cada cena, que surpreendem e modificam o roteiro, tornando o gosto pelo inesperado algo constante.

Mason Jr. (Ellar Coltrane), personagem principal, filho de pais separados, vive com a mãe e com a irmã, e precisa lidar com as mudanças de sua vida de acordo com as novas situações que surgem. Situações muito próximas da vida cotidiana do espectador, que só aproximam mais o público da produção

É admirável a capacidade que o diretor do filme proporcionou ao nos fazer acompanhar as mudanças dos personagens ao longo do tempo. A puberdade de Mason Jr., a juventude de Samantha (Lorelei Linklater, filha do diretor), o envelhecimento de seus pais (Patricia Arquette e Ethan Hawke). A transição do tempo é suave e muito bem inserida no contexto do filme, o que nos proporciona detalhes incríveis.

Um garoto normal, com uma família normal, cercado de uma vida normal, a beleza dos detalhes. Naturalidade. “Boyhood” é mais que um filme. É uma experiência.

Bárbara Nicoly


Velozes e Furiosos 7


“Velozes e Furiosos” sempre foi uma saga caracterizada por apostar no absurdo e nesta continuação não podia ter sido diferente. Em “Velozes e Furiosos 7”, o humor e a ação se alternam em cenas cada vez mais espetaculares, não economizando em homenagens ao ator Paul Walker, que faleceu em novembro de 2013, sem completar as filmagens da produção. Para terminá-las, o estúdio recorreu a efeitos computacionais, uma tecnologia usada há mais de duas décadas no cinema. Os produtores também usaram dublês nas cenas do ator e contaram com a ajuda de dois irmãos de Walker em cenas com enquadramentos em que não era possível ver seus rostos.

Após os acontecimentos em Londres, em “Velozes e Furiosos 6”, onde, cansados de viver em fuga, Dom (Vin Diesel), Brian (Paul Walker), Letty (Michelle Rodriguez) e o resto da equipe precisaram parar uma organização de pilotos mercenários em troca da retirada de todas as queixas de crimes. Os personagens tiveram a chance de voltar para os Estados Unidos da América e recomeçarem suas vidas.

A tranquilidade do grupo é destruída quando Ian Shaw (Jason Statham), um assassino profissional, quer se vingar pelo estado vegetativo do seu irmão. Agora, a equipe tem que se reunir para impedir este novo vilão e terão que lutar pela sobrevivência, recorrendo até à ajuda de uma agência de inteligência para deter o, até então, indestrutível inimigo.

Com cenas de perseguição, tiroteios e lutas, abusa-se de ângulos e de movimentos, sempre acompanhando a ação bem de perto, em sequências de tirar o fôlego.

William Pinheiro Silva

Dica de Música





Dá licença meu senhor 


Gravado no período de 3/7/1995 a 14/7/1995, o disco produzido e concebido pelo cantor e compositor João Bosco é uma obra de bom gosto. Na capa, uma fotografia do artista sentado em uma cadeira, tendo ao lado um violão. O projeto gráfico é assinado por Carlos Nunes.

O repertório foi bem selecionado e na gravação contou com a participação de músicos e artistas renomados: Martinho da Vila, Marcos Suzano, Cristovão Bastos, Marcos Pereira e Paulo Moura. Nas quinze faixas que compõem o disco prevalece o esmero do cantor e violonista na releitura de músicas que fizeram sucesso nas vozes de grandes artistas da música popular brasileira.

No disco, a primeira música que me chamou a atenção foi “Forró em Limoeiro”, composição de Edgar Ferreira, originalmente gravada por Jackson do Pandeiro, em 1953. Nessa gravação, João Bosco canta as estrofes da letra no sentido inverso. Ao invés de iniciar com “Eu fui pra Limoeiro e gostei do forró de lá/ eu vi um caboclo brejeiro/tocando a sanfona/e entrei no fuá”, ele cantou: “No meio do forró/houve um tereré/disse o mano Zé/aguenta o pagode/todo mundo pode/gritou o Teixeira/quem não tem peixeira/briga no pé”.

“Se você jurar”, composição de Ismael Silva, Nilton Bastos e Francisco Alves, gravada por Francisco Alves em 1931, ganhou um balanço todo especial na interpretação de João Bosco. Na interpretação de “Pai Grande”, composição de Milton Nascimento, João Bosco dá um show de técnica vocal.

Em “Tico-tico no fubá”, composição de Zequinha de Abreu, o grande destaque é a participação de Paulo Moura, no clarinete, contando com a percussão de Marcos Suzano e o piano de Cristovão Bastos. O clarinete de Paulo Moura está presente, também, na gravação da música “Espinha de Bacalhau”, na qual o chorinho composto pelo grande maestro Severino Araújo, em 1937, recebeu letra de Fausto Nilo, e uma interpretação primorosa de João Bosco.

Outro destaque, diz respeito à música “Expresso 2222”, composição de Gilberto Gil, interpretada por João Bosco num timbre de voz que em algumas passagens se assemelha à forma como foi originalmente gravada por Gil, em 1972. Ao fazer referência a Gilberto Gil, lembro que João Bosco homenageou a Bahia com as gravações de “No tabuleiro da baiana”, de Ari Barroso, e “Vatapá”, de Dorival Caymmi.

A composição “Gago apaixonado”, do genial Noel Rosa, ganhou de João Bosco uma interpretação muito boa, digna do conteúdo hilário da letra da música. E, de forma contrastante, a interpretação dolente para “Melodia sentimental”, composição de Heitor Villa-Lobos, música que foi gravada por outros interpretes de grande gabarito como Ney Matogrosso, Maria Bethania, Elizeth Cardoso e Sofia de Portugal, esta última sob a forma de fado.

Para completar os destaques, duas músicas que completam essa compilação: “Rio de Janeiro (Isto é o meu Brasil)”, composição de Ari Barroso, e “Heróis da Liberdade”, samba enredo emblemático, composto por Silas de Oliveira, Mano Décio e Manoel Ferreira, lançado pela Escola de Samba Império Serrano, no carnaval carioca de 1969, num momento em que o Brasil clamava por democracia.

Benedito Antonio Luciano, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFCG.







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