Dicas de Livros
|
|
|
Um Estudo em Vermelho
“Um Estudo em Vermelho” ou “A Study in Scarlet”, título original, publicado em 1887 e escrito pelo médico Arthur Conan Doyle é tido como o livro Gênesis, pois marca a primeira aparição do detetive mais popular da história: Sherlock Holmes.
A obra é narrada pelo Dr. John Hamish Watson, médico recém-chegado da 2ª Guerra Afegã. A princípio, Watson expõe brevemente sua trajetória desde sua graduação em Medicina, passando pela guerra até chegar à sua vida atual. Na procura por um companheiro para dividir apartamento, em um encontro histórico, Dr. John Watson conhece Mr. Sherlock Holmes.
Sherlock é descrito por seu companheiro de apartamento como uma figura capaz de chamar a atenção do mais superficial observador. Movido pela curiosidade de desvendar Mr. Holmes, Watson descobre que seu novo amigo tem uma ocupação pouco ortodoxa: é o único detetive consultor do mundo e detentor de uma poderosa capacidade dedutiva. Em pouco tempo, Watson se vê envolvido numa história misteriosa de vingança e assassinato, que marcará o início de uma parceria que rendeu 4 livros e mais de 50 contos.
Danilo Pequeno
|
 |
O mistério do cinco estrelas
“O mistério do cinco estrelas” é mais um livro escrito por Marcos Rey em 1981 e também pertencente à Série Vaga-Lume. Pode-se dizer que se trata de uma das obras de maior sucesso do autor, alcançando o marco de mais de 3 milhões de exemplares vendidos.
Assim como em “Um cadáver ouve rádio” a história neste exemplar também conta com a presença do trio de jovens detetives formado por Léo, Gino e Ângela. Toda a aventura descrita no livro gira em torno do Emperor Park Hotel, um hotel de luxo, cinco estrelas, localizado em São Paulo e aonde o jovem Léo trabalha como mensageiro.
O hotel abriga diversas pessoas importantes e um dia, Léo encontra um homem morto no quarto de um dos hóspedes mais relevantes: o Barão. O garoto entra logo em contato com a polícia, mas suas histórias não são levadas muito a sério. Intrigado com isto, Léo tenta desvendar o caso com a ajuda de Gino e Ângela, além de Guimarães, porteiro do hotel e amigo próximo de Léo e de toda sua família.
Durante a trama, vários são os inimigos, um mais poderoso que o outro, que aparecem no caminho de Léo e de seus amigos, assim como são várias as descobertas. Mesmo sendo um livro de narrativa bem simples e voltado mais ao público infanto-juvenil, o suspense e a curiosidade em saber o desfecho da história acabam prendendo o leitor do início ao fim, tornando a leitura bastante prazerosa, recheada de emoção e aventura.
Arthur Silva Vasconcelos
|
Dicas de Filmes
|
|
|
Invencível
Garoto tempestuoso como tantos outros, Louis Zamperini se envolvia em brigas na rua e fugas da polícia com frequência preocupante aos pais, imigrantes italianos nos Estados Unidos da América. Para desviá-lo de um caminho amargo, o irmão o incentivou a correr rumo às faixas das pistas de atletismo, ajudando-o a se tornar um profissional honrado com vitória olímpica quando adulto. A carreira de atleta foi interrompida, porém, por causa da Segunda Guerra Mundial. Zamperini fez parte do exército dos Aliados e, durante uma missão, sofreu um acidente, ficando em alto-mar junto a dois colegas. O resgate surgiu finalmente após 47 dias, mas não da maneira amistosa e acolhedora com que contava: foi capturado por soldados japoneses, rivais dos Aliados. O sofrimento ainda marcou a vida do medalhista durante meses até o fim da guerra quando, enfim, pôde beijar o chão de sua pátria e os rostos da família.
Angelina Jolie é a responsável por guiar os passos do herói de guerra na telona. Angelina procurou na nova empreitada expor a resiliência humana, o quão forte o espírito humano pode ser diante de adversidades, gerando um filme emocionante sobre um fato inacreditável. O roteiro tem apoio dos irmãos Coen e foi baseado na biografia de Louis Zamperini escrita por Laura Hillenbrand, envolvendo momentos importantes da juventude de Zamperini - para sabermos de onde surgiu aquela força e a fé dele – e os aparentemente intermináveis e absolutamente horríveis, que o tornaram herói. Muitos acontecimentos frustrantes acontecem na vida dele, um após o outro, confrontando-se com a rigidez de um espírito inquebrável e cicatrizado por incontáveis milagres. Louis Zamperini viu apenas alguns pedaços do filme antes de morrer em 2014.
A estrela da trama é o ator Jack O’Connell, protagonista do filme. Ele empenha o personagem intensamente e com uma postura digna do herói retratado; totalmente divergente da marcante imagem do rebelde Cook da série “Skins”. Dos demais integrantes também são arrancadas performances corretas, fomentando um bom filme. Zamperini cresceu ouvindo as preces da mãe, e ele não hesitou em rogar aos céus pela sobrevivência. “Invencível” mostra um drama real, com apenas amostras do quão sofrido foi aqueles tempos não só para o protagonista mas também para todos os outros soldados.
Filippe José Gadelha Tertuliano
|
|
Golpe Duplo
Um trapaceiro profissional, Nicky, interpretado por Will Smith, finge cair em um golpe dado por uma novata, Jess (Margot Robbie), até que a mesma descobre que ele já havia sacado tudo.
Nicky vive de aplicar pequenos golpes. Experiente e chefe de uma organização criminosa, possui uma verdadeira quadrilha que lhe ajuda nas suas atividades. Ao conhecer Jess, novata no ramo que o tem como uma possibilidade de aprender mais sobre a “profissão”, o bandido veterano decide treiná-la.
Jess usa toda sua beleza nos golpes e aos poucos, após aplicar uma série deles, vai conquistando o coração de Nicky. Ambos se veem em uma situação delicada e decidem se separar para não atrapalhar suas funções. Alguns anos se passam e eles acabam se reencontrando; o bilionário e proprietário de uma equipe de corrida, interpretado por Rodrigo Santoro, torna-se a mais nova vítima de Nicky e, aparentemente, seu adversário no amor. Seus sentimentos vêm à tona, eles precisam lidar com as complicações de viverem em um mundo de mentiras e muita coisa acontece!
O filme é uma comédia romântica de ação repleta de reviravoltas que faz com que o espectador se pergunte o tempo todo: “Quem está manipulando quem?”. E, embora a dúvida permaneça, não há como negar que entre Nicky e Jess existe um forte sentimento.
William Pinheiro Silva
|
Dica de Música
|
|
Dá licença meu senhor
Gravado no período de 3/7/1995 a 14/7/1995, o disco produzido e concebido pelo cantor e compositor João Bosco é uma obra de bom gosto. Na capa, uma fotografia do artista sentado em uma cadeira, tendo ao lado um violão. O projeto gráfico é assinado por Carlos Nunes.
O repertório foi bem selecionado e na gravação contou com a participação de músicos e artistas renomados: Martinho da Vila, Marcos Suzano, Cristovão Bastos, Marcos Pereira e Paulo Moura. Nas quinze faixas que compõem o disco prevalece o esmero do cantor e violonista na releitura de músicas que fizeram sucesso nas vozes de grandes artistas da música popular brasileira.
No disco, a primeira música que me chamou a atenção foi “Forró em Limoeiro”, composição de Edgar Ferreira, originalmente gravada por Jackson do Pandeiro, em 1953. Nessa gravação, João Bosco canta as estrofes da letra no sentido inverso. Ao invés de iniciar com “Eu fui pra Limoeiro e gostei do forró de lá/ eu vi um caboclo brejeiro/tocando a sanfona/e entrei no fuá”, ele cantou: “No meio do forró/houve um tereré/disse o mano Zé/aguenta o pagode/todo mundo pode/gritou o Teixeira/quem não tem peixeira/briga no pé”.
“Se você jurar”, composição de Ismael Silva, Nilton Bastos e Francisco Alves, gravada por Francisco Alves em 1931, ganhou um balanço todo especial na interpretação de João Bosco. Na interpretação de “Pai Grande”, composição de Milton Nascimento, João Bosco dá um show de técnica vocal.
Em “Tico-tico no fubá”, composição de Zequinha de Abreu, o grande destaque é a participação de Paulo Moura, no clarinete, contando com a percussão de Marcos Suzano e o piano de Cristovão Bastos. O clarinete de Paulo Moura está presente, também, na gravação da música “Espinha de Bacalhau”, na qual o chorinho composto pelo grande maestro Severino Araújo, em 1937, recebeu letra de Fausto Nilo, e uma interpretação primorosa de João Bosco.
Outro destaque, diz respeito à música “Expresso 2222”, composição de Gilberto Gil, interpretada por João Bosco num timbre de voz que em algumas passagens se assemelha à forma como foi originalmente gravada por Gil, em 1972. Ao fazer referência a Gilberto Gil, lembro que João Bosco homenageou a Bahia com as gravações de “No tabuleiro da baiana”, de Ari Barroso, e “Vatapá”, de Dorival Caymmi.
A composição “Gago apaixonado”, do genial Noel Rosa, ganhou de João Bosco uma interpretação muito boa, digna do conteúdo hilário da letra da música. E, de forma contrastante, a interpretação dolente para “Melodia sentimental”, composição de Heitor Villa-Lobos, música que foi gravada por outros interpretes de grande gabarito como Ney Matogrosso, Maria Bethania, Elizeth Cardoso e Sofia de Portugal, esta última sob a forma de fado.
Para completar os destaques, duas músicas que completam essa compilação: “Rio de Janeiro (Isto é o meu Brasil)”, composição de Ari Barroso, e “Heróis da Liberdade”, samba enredo emblemático, composto por Silas de Oliveira, Mano Décio e Manoel Ferreira, lançado pela Escola de Samba Império Serrano, no carnaval carioca de 1969, num momento em que o Brasil clamava por democracia.
Benedito Antonio Luciano, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFCG.
|
|
|
|