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Dicas de Livros



Eu 


Quando paramos para pensar em um livro de poesias intitulado ‘Eu’, talvez tenhamos em mente uma abordagem sentimental, melancólica e particular. Porém, Augusto dos Anjos usa esse título não apenas como uma representação justa de sua obra (pois o Eu está em evidência todo tempo), mas como uma fuga do caráter óbvio que o título nortearia.

Em seus poemas, o paraibano se abstrai de sua própria persona, sem fugir de temas tão familiares à espécie humana. Sua atração pelo pútrido e o científico poderiam até assustar o leitor que associa poesia geralmente ao lirismo e delicadeza de sentimentos nobres, porém, suas palavras nos colocam imersos diante de uma realidade instigante, tentando dar significado às situações descritas e ressaltadas por uma estrutura rígida e refinada, elaboradamente projetada. Enquanto isso, nós vamos conhecendo Augusto, em referências como o pé de tamarindo no sítio de seus pais, as lembranças de sua ama de leite e até um poema dedicado ao seu filho natimorto.

Como resultado, temos uma obra única e dificilmente classificada. Devido ao seu apreço pela forma, o poeta poderia ser associado ao Parnasianismo, apesar de o conteúdo de seus poemas fugir do escopo dessa escola. Classificá-lo como pré-modernismo encontra sua inconsistência sob o argumento de que sua obra não chegou a influenciar esse movimento, e o poeta morreu com pouquíssimo reconhecimento. O que se pode dizer é que, em o Eu, Augusto cria uma atmosfera única e de uma qualidade inquestionável.

Thyago Monteiro







O misterioso caso de Styles



Tudo começa quando uma aristocrata inglesa morre trancada em seu quarto, aparentemente por um ataque cardíaco. Isso seria somente o que teria acontecido se o médico da família não suspeitasse de envenenamento. Muitos diriam que o único interessado em sua morte seria seu marido, que nem em sua casa estava no momento da tragédia. O que teria de fato acontecido? E, primeiramente, a morte fora natural ou não? Para responder ao número crescente de perguntas, mr. Hastings, amigo de Hercule Poirot, pede autorização à família para que o simpático e no mínimo peculiar detetive belga estude o caso.

O leitor acompanha o trabalho de Poirot por meio da minuciosa narração de Hastings, que apesar de deixar passar nada, ainda é surpreendido pelas descobertas de Poirot. Publicado em 1920, O misterioso caso de Styles, foi o primeiro passo para a consagração de Agatha Christie como a maior escritora de suspense de todos os tempos. Desde as primeiras páginas é possível perceber a enorme complexidade do enredo pelo alto número de suspeitos em uma trama em que ninguém é exatamente o que parece.

Para quem já conhece sobre as aventuras de Poirot, a leitura desse livro é essencial para se ter a completa ambientação do personagem, afinal, a mansão Styles marca o começo e o fim dos mistérios do detetive. E para quem não conhece, fica a dica.

"-- O instinto é uma coisa maravilhosa -- murmurou Poirot.

-- Não se pode explicá-lo nem ignorá-lo.
"

Emilly Rennale Freitas de Melo


Dicas de Filmes







Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1


Baseado na primeira metade do livro de mesmo nome da escritora americana Suzanne Collins, “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1” é um filme que dá sequência ao fechamento de uma das mais aclamadas trilogias de todos os tempos. O longa-metragem é dirigido por Francis Lawrence e tem aproximadamente 2 horas de duração, com momentos de ação e de emoção.

Resgatada do Massacre Quaternário, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) vive agora em uma base militar subterrânea no antigo distrito 13, juntamente com os resistentes ao governo tirânico do presidente Snow (Donald Sutherland). Diante de tudo o que já viveu, inclusive a completa destruição do seu distrito, Katniss está abalada e insegura para tomar a decisão que poderá derrubar de vez o presidente: ser ou não o tordo. Isto significa se tornar a porta-voz da rebelião e conclamar a união de todos os distritos contra a capital.

Mesmo tendo sobrevivido duas vezes aos jogos vorazes, Katniss está agora diante de uma verdadeira guerra civil, na qual ninguém está a salvo. O final da franquia deverá chegar aos telões somente em Novembro de 2015. Até lá, vale muito a pena acompanhar esta interessante saga.


Danilo Pequeno


O Pianista


Dirigido com maestria por Roman Polanski, “O Pianista” é um drama baseado na autobiografia do músico polonês e judeu Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody).

Quando as primeiras bombas começam a cair na Polônia em 1939, Szpilman, que desfrutava de prestígio em seu país natal, tem a vida transformada e passa a ser testemunha e sobrevivente das perseguições, campos de concentração, bombas e mortes geradas pelo nazismo durante a II Guerra Mundial.

O filme, premiado em Cannes, é uma história real de sobrevivência e se destaca dentre tantos outros sobre guerras ou holocausto. Mostra claramente o cotidiano da vida isolada nos bairros para judeus, a falta de tranquilidade e de forças para reagir, a dizimação nos guetos de Varsóvia, e também, a realidade singular de Szpilman, a incerteza do futuro, sua relação com a música, com a família e com os eventos antes inimagináveis. Um exemplar claro do que a, hoje subestimada, sétima arte é capaz.

Humberto de Brito Rangel Neto

Dica de Música









Awake 


Scott Hansen é um artista visual que trabalha com fotografias sob o pseudônimo de ISO50. A partir de 2004, Scott passou a lançar suas músicas utilizando o nome Tycho em seu primeiro CD intitulado Sunrise Projector . Entretanto, o seu trabalho musical passou apenas a ser bem reconhecido após o seu terceiro álbum, Dive em 2011.

As músicas de Tycho seguem um estilo eletrônico ambiente, que usam sintetizadores e contrabaixo como instrumentos mais presentes e marcantes. O sucesso de Dive fez com que Scott incorporasse novos membros ao trabalho , possibilitando melhor performance em shows . Os músicos que forneceram suporte à turnê de Dive foram incorporados durante a gravação do seu último álbum, Awake .

Para quem já conhece os trabalhos anteriores do compositor, a primeira impressão ao ver Awake é que sua capa é muito parecida com a do disco anterior, Dive. Ambas contém a mesma imagem de um Sol se pondo embora Awake distorça mais a figura adicionando listras de cores, criando um aspecto mais vintage. As semelhanças também são encontradas nas próprias músicas. Ainda que o estilo de música ambiente de Tycho esteja presente em todos os seus quatro CDs , é possível distinguir os elementos sonoros usados nos três primeiros. Awake deixa transparecer que o quarto álbum é uma continuação do terceiro.

Para quem escuta, o álbum é uma verdadeira viagem. As músicas fazem o ouvinte entrar em transe devido ao som oscilante dos sintetizadores. Nesse novo trabalho, as músicas são mais dinâmicas e junto com incorporação de batidas não eletrônicas fazem o álbum mais vivo do que o seu antecessor. A introdução de Montana e See lembram bastante a banda irlandesa U2 e demonstram a versatilidade de Tycho nesse disco.

Hugo Gayoso Meira Suassuna de Medeiros







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