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Dicas de Livro




África: Essa Mãe Quase Desconhecida 


O livro intitulado “África, essa mãe quase desconhecida”, de autoria do pernambucano Eduardo d´Amorim, provavelmente originou-se de sua passagem pela Universidade de Dakar, Senegal, onde ele concluiu o curso de Psicologia Social. A influência veio, também, da Mauritânia, onde realizou pesquisas sobre os Kontas, tribo seminômade da região do Tagant.

Escrito em uma linguagem didática e objetiva, o livro é dividido em três partes. Na primeira, o autor apresenta uma “Reflexão em torno da África como matriz cultural brasileira”. Na segunda, ele discorre sobre “A Escravidão Negro-Africana Tradicional”, “A Evolução político-administrativa dos Impérios Africanos”, a escravidão nos contextos histórico e cultural do continente africano, permitindo ao leitor fazer comparações entre as várias formas que podem tomar a escravidão. E na terceira, são apresentadas as “Considerações Finais”.

Adicionalmente, sob o título “Contribuições à História de Zumbi dos Palmares”, o autor lança uma hipótese interessante: teria sido Zumbi um filho legítimo de Ganga Zumba? Para fundamentar sua hipótese Eduardo d´Amorim confronta a história de Zumbi, como a conhecemos no Brasil, com os seus conhecimentos empíricos sobre a África, seus costumes e estrutura social africana.

Segundo a sua hipótese, Zumbi seria filho de Ganga Zumba com Akal Tun (Aqualtune), uma jovem negra, possivelmente originária da família imperial do Mali. Ainda segundo ele, o nome Zumbi seria o diminutivo de Zumba, uma vez que em várias línguas bantus, a letra “i” é diminutivo de “a” e “o”.

Nascido no Quilombo dos Palmares, o menino teria sido enviado para Porto Calvo (cidade alagoana que na época pertencia ao território de Pernambuco), para ser iniciado nas “coisas dos brancos” pelo Padre Melo, que o teria batizado com o nome de Francisco, alfabetizado, educado e criado consciente de seu papel futuro e de sua condição de realeza, até completar 15 anos e ser reenviado a Palmares.

Esta hipótese, segundo Eduardo d´Amorim, explicaria a grande capacidade de síntese, assimilação do novo, criador de cultura, detentor de carisma de chefe e capacidade de liderança que fizeram de Zumbi o grande estrategista e herói do Quilombo dos Palmares.

“África, essa mãe quase desconhecida” é uma obra a ser lida por todos que desejam conhecer a formação do povo brasileiro.

Prof. Dr. Benedito Antonio Luciano







Divergente



Escolhas compõem a vida de todos. Definem quem são nossos amigos, nossas crenças, nossa lealdade. Em Divergente, o primeiro livro da série da autora Veronica Roth, a sociedade está dividida em cinco facções: Abnegação, Franqueza, Audácia, Erudição e Amizade. Foi a partir dessa divisão que o mundo conseguiu sobreviver a uma grande guerra, mantendo a paz por diversos anos. Contudo, é também por essa divisão que algo bem maior está por vir.

Aos dezesseis anos, todos os jovens devem escolher a facção que querem passar o resto de suas vidas, realizando um teste de aptidão para ajudar nessa escolha. Beatrice Prior é uma jovem nascida na Abnegação, tem 16 anos e ainda não sabe qual será sua escolha.

Beatrice nunca achou que o altruísmo da Abnegação era seu forte; ou que a verdade a todo o momento fosse a solução ou até mesmo que pular de trens em movimento fosse uma ideia interessante. Ao passo em que o momento da escolha se aproximava, suas dúvidas cresciam.

Surpreendendo a todos com sua decisão, Beatrice – Tris, a partir de agora – não somente muda abruptamente sua vida, mas sobretudo a si mesma. Faz novos amigos – os inimigos vieram no pacote -, enfrenta situações que nunca imaginara, medos tomam forma em simulações que, por algum motivo, ela é capaz de controlar. Motivo este que a leva para um caminho simultâneo entre o sucesso e a morte.

Divergente é um livro cuja leitura justifica todo o sucesso alcançado em uma narrativa que alude às singularidades humanas de modo crítico e original, mostrando que não importa quantos medos tenhamos, mas sim que somos capazes de enfrentá-los.

Emilly Rennale Freitas de Melo


Dicas de Filme






Juntos e Misturados


Quem já viu o filme "Como se Fosse a Primeira Vez" sabe que Adam Sandler e Drew Barrymore demonstram um grande entrosamento e contracenam de forma implacável. Em "Juntos e Misturados", dirigido por Frank Coraci, não poderia ser diferente. A dupla deu um baile de como atuar em um filme que traz comédia e romance dosados na medida certa.

Na pele de Jim, Adam interpreta um pai um tanto quanto desastrado com suas três filhas. Depois que sua esposa morreu, ele se viu com alguns problemas de como cuidar delas, o que pode ser visto no tipo de penteado e de roupas que elas usam, chegando a se assemelhar com meninos.

Já Drew, interpreta Lauren, recém-separada, pois seu até então marido a traiu, e é mãe de dois filhos. Como o pai dos garotos não dá a devida atenção a eles, ela tem que exercer tanto o papel de mãe, quanto o de pai, tendo que realizar algumas atividades que normalmente homem faria, como sempre ir aos jogos de beisebol do seu filho mais novo.
Certo! as personagens já foram apresentadas, mas como há a conexão entre as histórias? Bom, Jim e Lauren marcam um encontro às cegas pela internet, que, como muitos outros do tipo, dá errado. Ao término, os dois não querem se encontrar novamente de forma alguma, mas o destino faz com que os caminhos deles se cruzem por uma situação constrangedora para cada um, envolvendo seus filhos.
Eles se dão um pouco melhor, mas, mesmo assim, guardam ressentimentos do outro dia e terminam brigando. Novamente, o casal se encontra e acaba viajando com as suas famílias para a África, viagem essa que era de outro casal, o chefe de Jim e a amiga de Lauren. O que será que acontece por lá? Já adianto que você vai rir muito!


Daniel Abrantes Formiga


Nebraska


Woody Grant (Bruce Dern) recebe uma carta informando-o que ganhou 1 milhão de dólares e decide ir até Lincoln, Nebraska, onde poderá retirar seu prêmio. A questão é que ninguém o apoia nesta empreitada, sua esposa diz que está ficando caduco e seus filhos estão convencidos que é armação. Woody não tem idade ou saúde para viajar sozinho, então convence seu filho David (Will Forte) a levá-lo de carro. Na viagem, acabam passando na cidade natal de Woody para visitar alguns parentes. Todos da cidade descobrem que Woody está prestes a virar milionário e sua família, eventualmente, recebe mais atenção do que esperava.

O filme é todo em preto e branco, com uma nitidez excepcional. Ele se prende a detalhes lentos que quase não são vistos nos filmes atuais. Com um humor sem exageros e diálogos que remetem a simplicidade dos desejos humanos e situações engraçadas e melancólicas, a viagem se torna uma forma de David descobrir o passado não dito de seu pai.

Ana Paula Tavares de Melo

Dica de Música









Stadium Arcadium 


O trabalho mais ambicioso dos trinta e um anos de banda, Stadium Arcadium (2006) é uma tentativa de consolidar tudo o que significa ser Red Hot Chili Peppers, desde seu começo com o funk-metal até ritmos alternativos e mais calmos, no estilo dos hits Under the Bridge e Californication. Essa tentativa encontrou sucesso nas vinte e oito músicas do álbum duplo, que ganhou cinco das sete nominações ao Grammy em 2007, incluindo o prêmio de Melhor Álbum de Rock e o de Melhor Box ou Edição Especial. Foi também o último álbum em que participou o famigerado ex-guitarrista da banda, John Frusciante. Ele não poderia desejar uma despedida melhor.

O primeiro CD, azul e de nome Júpiter, parece ser um aperitivo para o segundo, vermelho e de nome Marte. Em Júpiter, músicas como Desecration Smile, Tell me Baby e Hard to Concentrate logo começam a mostrar o diferencial desta obra, que com letras bonitas e ritmo de “não sair da cabeça”, faz quem escuta se perguntar se ainda é possível ficar melhor.

E é. Em Marte, Dani California, Snow, Charlie e Wet Sand, dentre outros títulos, demonstram o porquê das inúmeras premiações para Stadium Arcadium. Canções carregadas de emoção, com o tipo de música que os Chili Peppers fazem de melhor: um “rock-funk-punk-metal-psicodélico” com direito a toques alternativos, mostram o melhor estágio dos integrantes. Características típicas do guitarrista Frusciante destacam-se bastante, como harmonias e duelos em falsete, simutaneamente com solos de guitarra, ratificando o crédito de grande parte da profundidade do trabalho, que desde o Californication (1999), álbum de volta do Frusciante à banda, deixou evidente a diferença que faz no grupo.

Anthony Kieds também não decepciona, cujo vocal continua a melhorar em uma idade em que muitos cantores de rock deixam as notas mais altas para o cargo dos cantores auxiliares. O baixista Flea cada vez torna mais claro ser um dos melhores de todos os tempos e, juntamente com Chad Smith, recentemente considerado entre os dez melhores bateristas de música alternativa, completam o quarteto dos Chili Peppers, os quais com Stadium Arcadium mostram que não é preciso que algo seja de outro planeta para ser marcante.

Emilly Rennale Freitas de Melo







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